Afirmando-se confiante, a deputada eleita nas listas do MpD por São Vicente publica um post no facebook, onde assume ter sido “agredida de forma vil, com um “conjunto de obscenidades” proferidas pelo seu colega de bancada, Emanuel Barbosa, no coração do Parlamento, a sala de sessões.
Tudo aconteceu na sequência da discussão do diploma de Estatuto Especial da Praia, ocorrida na sessão do passado 10, quando Mircéa Delgado votou não, contrariando a vontade da sua bancada. Em jeito de represálias, o seu colega de bancada, Emanuel Barbosa, partiu para agressão verbal, mas a secretária da mesa da Assembleia Nacional procurou conter-se para evitar danos colaterais.
“Desde o primeiro instante, marcado por insultos inadmissíveis vindos da parte de Emanuel Barbosa contra a minha pessoa – no coração do Parlamento (Sala das Sessões) – procurei conter-me, apenas com o propósito de evitar danos colaterais, com possíveis repercussões no meu Partido”, declara, movida pela convicção de que “mais do que necessário, é sempre importante “colocar cada coisa no seu devido lugar”, principalmente quando se enfrenta situações em que campeia a irracionalidade, como esta que estou a viver neste momento, contra a minha vontade e os meus princípios”.
A deputada do Mindelo desmente Emanuel Barbosa no que diz respeito à sua posição na reunião do grupo parlamentar, dizendo que desde o primeiro momento não poupou nas palavras, tendo manifestado a sua intenção de voto de forma clara.
Tudo falso
“A discussão durou dois dias. No primeiro dia assumi essa minha posição na presença do Sr. Ministro de Estado, Dr. Fernando Elísio Freire. No dia seguinte voltou-se ao tema, já com a presença do Ministro-adjunto Rui Figueiredo, que acompanhava o Sr. Ministro de Estado, e reafirmei tudo aquilo que havia dito no dia anterior” sendo por isso “absolutamente falso que o Grupo Parlamentar, qualquer Deputado ou mesmo o Governo tivessem sido apanhados de surpresa. Da minha parte foi tudo claro, tudo transparente”.
Esta jovem deputada, que por inerência de funções faz parte do conselho de administração do Parlamento, revela ainda que “o Estatuto Especial da Capital não foi sujeito à votação em reunião do Grupo Parlamentar e por isso qualquer insinuação no sentido de que o meu voto no Grupo Parlamentar tenha sido diferente daquele que manifestei na Plenária é absolutamente falso, e eivado de má-fé”. E conclui dizendo que não pertence "a nenhuma associação criminosa, nem clandestina, mas que, tirando essas, todo o cabo-verdiano é livre de pertencer a qualquer organização, não precisando de autorização de quem quer que seja."
Confira aqui o texto na íntegra. “Mais do que necessário, é sempre importante “colocar cada coisa no seu devido lugar”, principalmente quando se enfrenta situações em que campeia a irracionalidade, como esta que estou a viver neste momento, contra a minha vontade e os meus princípios.
Desde o primeiro instante, marcado por insultos inadmissíveis vindos da parte de Emanuel Barbosa contra a minha pessoa – no coração do Parlamento (Sala das Sessões) – procurei conter-me, apenas com o propósito de evitar danos colaterais, com possíveis repercussões no meu Partido.
Pouco tempo depois de ser verbalmente agredida fui abordada por um jornalista que acompanhou a situação, e no dia seguinte fui contactada pela maior parte dos jornais da praça para esclarecer o que se tinha passado e entendi que não deveria seguir por essa via.
Fui contactada igualmente pelo ICIEG (Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade do Género) e preferi impor-me um compasso de espera que me daria tempo suficiente para ir resolvendo, passo a passo, com a tranquilidade possível, esse problema grave criado por um sujeito que provou não ter um mínimo de respeito pela Casa Parlamentar e muito menos por uma mulher.
Quando, inesperadamente, fui agredida daquela forma vil, a minha primeira reação foi de espanto, seguida de uma enorme indignação diante do conjunto de obscenidades proferidas por esse indivíduo que ocupa, infelizmente, um lugar nas Bancadas da Assembleia Nacional.
Neste momento estou convencida de que foi em vão todo esse meu esforço, todo esse sacrifício. E foi em vão porque, vindo donde menos esperava, chegou a reação de uma parte do MpD que ainda não entendeu que na base do nosso Partido está o respeito pelo princípio da tolerância e a proteção da liberdade de expressão.
Rito Correia, representante do MpD na Suíça, não teve um mínimo de bom senso para, pelo menos, ouvir todas as partes envolvidas, contactar outros Deputados, ouvir os membros do Governo presentes na sala que, também, estupefactos presenciaram a malcriação desse sujeito.
Rito Correia preferiu ouvir apenas a versão de uma parte, passando a ser cúmplice desse sujeito ao trazer para o debate público, da forma como o fez, um assunto que deveria ser tratado com seriedade no interior do Partido.
Por que o assunto foi “arrastado” para o debate público, contra a minha vontade, duma forma covarde e mesquinha, com mentiras e ameaças da responsabilidade do representante do MpD na Suíça, não posso deixar de esclarecer, publicamente, o seguinte:
Participei na mais recente reunião do Grupo Parlamentar do MpD durante a qual foi colocado em debate, entre outras matérias, o Estatuto Especial da Praia que estava agendado para a Sessão Plenária de 8 a 10 de Julho, o que acabou por acontecer.
Nessa reunião não poupei nas palavras e apresentei claramente a minha opinião a respeito do já referido Estatuto.
No que importa para o presente esclarecimento, eu disse que no meu entender não era oportuno o agendamento do Diploma e que se, eventualmente, isso se viesse a confirmar, a Proposta de Estatuto Especial da Capital teria que ir acompanhada da proposta de regionalização do país. Na impossibilidade de se apresentar, num pacote único as duas propostas, pedi ao Grupo Parlamentar que o diploma fosse retirado da agenda dessa sessão para ser apresentada numa melhor altura.
A discussão durou dois dias. No primeiro dia assumi essa minha posição na presença do Sr. Ministro de Estado, Dr. Fernando Elísio Freire. No dia seguinte voltou-se ao tema, já com a presença do Ministro-adjunto Rui Figueiredo, que acompanhava o Sr. Ministro de Estado, e reafirmei tudo aquilo que havia dito no dia anterior.
Por isso, é absolutamente falso que o Grupo Parlamentar, qualquer Deputado ou mesmo o Governo tivessem sido apanhados de surpresa. Da minha parte foi tudo claro, tudo transparente.
Mais:
O Estatuto Especial da Capital não foi sujeito à votação em reunião do Grupo Parlamentar e por isso qualquer insinuação no sentido de que o meu voto no Grupo Parlamentar tenha sido diferente daquele que manifestei na Plenária é absolutamente falso, e eivado de má-fé.
Termino dizendo que não pertenço a nenhuma associação criminosa, nem clandestina, mas que, tirando essas, todo o cabo-verdiano é livre de pertencer a qualquer organização, não precisando de autorização de quem quer que seja.
Para terminar mesmo, devo dizer que nunca me inscrevi nos SOKOLS e nem dei a ninguém procuração para o fazer.”
Pelo que, sendo eleitos pelo seu Círculo Eleitoral e pelo povo, as suas posições enquanto de[censurado]dos da nação devem ser respeitadas, mesmo que não convergentes com o Governo.
Sabe o Sr. Daniel Carvalho que o Parlamento tem o papel de fiscalizar a atividade governativa?
Sabias k os badios mais xatos k ha na praia saos sampas d sambicente?
Confesso que dei por por falta de quatro votos de de[censurado]dos do MPD, Mas não sabia explicar o porquê e nem quem eram. Se na verdade abandonaram a sala de sessão, demonstraram serem indignos da responsabilidade que juraram assumir como De[censurado]dos da Nação, e deviam agir de forma coerente e consequente já que não revêem no MPD. Para todos os efeitos, esses indivíduos renunciaram lealdade à bancada e ao MPD, pelo que se tivessem vergonha na cara, não voltariam a tentar juntar ao Grupo que também tem o dever moral de os rejeitar.
Se um desses De[censurado]dos for João Gomes, não me estranha porquanto ele já tinha afirmado através das antenas da rádio nacional que os assuntos da Praia não lhe dizem respeito.Neste sentido, a De[censurado]da Mirceia teve uma postura absolutamente reprovável,mas mais digna e compreensível de que qualquer um desses gajos ou gajas que não merecem respeito de ninguém, enquanto eleitos da Nação que é una e indivisível. Saberá o MPD o que fazer com esses seus pobres judas.
Não concorda que o novo Campus Universitário podia perfeitamente localizar-se em São Vicente, proporcionando alguma atividade económica à ilha de São Vicente que também tem uma população elevada (80 000 pessoas) e facilitando as outras ilhas do Norte, os estudantes da ilha de Santiago podiam residir durante o tempo da formação em São Vicente?
Eu não vou aqui comentar sobre questões de Estatuto Especial, Regionalização, blá-blá-blá e etc. & tal; eu não vou comentar se um deputаdo deve ou não votar conforme o sentido de voto de seu partido ou não; eu não vou comentar sobre quem está a dizer a verdade, se é deputаdo X, ou deputаda Y. Aquilo que é LAMENTÁVEL é que haja cenas tristes dessas no Parlamento. Ora, bolas! Vocês são deputаdos, vocês representam-nos, a nós todos, cabo-verdianos, vocês ganham um balúrdio com o dinheiro dos contribuintes, portanto trabalhem, em vez de meterem-se em cenas de insultos e agressões mútuas! Eu só consigo chegar a 3 conclusões:
1 - Estes atos de baixaria, eu só me lembro de vê-los no MpD, de momento, não tenho memória de vê-los no PAICV ou na UCID. Não, eu não quero dizer que TODOS os membros do MpD são assim mas, o facto de haver muitos que o são, não abona a favor do MpD.
2 - A dirigente da bancada parlamentar do MpD não esteve bem, ela devia ter dado um «puxão de orelhas» aos dois deputаdos por se terem permitido a agressões e insultos.
3 - Já não é a primeira vez que o deputаdo Emanuel Barbosa se encontra envolvido em cenas de agressões físicas e/ou verbais. Já da outra vez, o presidente da assembleia não esteve bem, ele devia ter exonerado os dois deputаdos, sem querer saber «quem começou e quem continuou a briga», para garantir que situações dessas não se repetissem.
O Munícipe deixou uma questão interessante ao Sócrates de Santiago, sobre "...desvio do Campus Universitário de São Vicente para Praia", que alega o mesmo não ter respondido.
Não tanto para responder, mas como este é um espaço aberto, julgo não lavar a mal se eu deixar algumas considerações sobre o assunto.
Primeiro para dizer que não me parece ser do conhecimento público que alguma vez o Novo Campus Universitário de Cabo Verde esteve previsto para ser edificado em Mindelo, e desviado para Praia, o que não me parece provável.
Mas analise uma coisa:concorda comigo que a Universidade Pública não é uma empresa comercial qualquer; que a Universidade deve estar localizada lá onde facilita a vida ao maior numero possível dos seus utentes, entre formandos e formadores; que a grande maiorias da população estudantil universitária sai das Escolas Secundárias do país? Parece-me que sim, mas ainda que não, preste atenção ao seguinte:
Mindelo teve o privilégio de ter o primeiro Liceu de Cabo Verde, depois do Seminário Liceu de São Nicolau,recebeu estudante que podiam para lá deslocar de todo o país. Os que não podiam, ficavam para trás. Triste lembrar, mas foi assim. Muito depois um liceu na Praia, já na altura com forte oposição de Mindelo.
Acontece que com a Independência Nacional e início do processo de democratização do ensino, cada ilha foi desenvolvendo as suas potencialidades e hoje temos liceus em todas as Ilhas e Conselhos, não se precisando deslocar a São Vicente, sequer da mais vizinha Ilha de Santo Antão.
Acontece que a acompanhar essa dinámica natural da evolução do Ensino Secundário em Cabo Verde,nesse período em referência, nasceram só na Praia mais onze Escolas Secundárias Públicas e cerca de meia dúzia de escolas privadas, a se juntarem a mais dez Escolas Secundárias Públicas do interior de Santiago, mais as privadas, contra menos de meia dezena em São Vicente.Está a perceber que a dinámica natural da Praia e da Ilha de Santiago, neste quisto, não aceita paralelismo com nenhuma outra Cidade ou Ilha do país?
No Mundo moderno, sabe-se que a principal fonte do poder é o conhecimento, que no passado privilegiou Mindelo, mas que naturalmente foi perdendo a vocação que nunca teve,pois ao que se sabe, a maioria dos ilustres quadros Caboverdianos que tiveram o privilegio de frequentar o então único Liceu do país não são naturais de São Vicente. Amílcar Cabral e Baltazar Lopes da Silva são exemplos daquilo que estou a afirmar. Aqui em Santiago costumamos dizer um para o outro, sem qualquer tipo de ofensa: Kada um kumi ku si paduku.
ATREVO DEIXAR UM RECADO À MIRCEIA: Para o teu bem, jovem, evita alimentar na comunicação social o desentendimento com o de[censurado]do Emanuel, e foca, se quiseres, no debate politico.
Aproveito este mesmo espaço para dizer ao comentarista Felisberto Nunes que concordo com ele a cem porcento. Pessoalmente de há muito que venho discutindo sobre a questão da NATUREZA UNITÁRIA DO ESTADO. Há outros modelo que efectivamente podem ser discutidos, inclusive cada ilha um Estado, MAS NUNCA INDEPENDENTE, vai se avisando.
São Vicente não tem inveja nenhuma do que existe na Praia. Porque Praia é Cabo Verde.
Mas como Mindelo também é Cabo Verde vocês não deveriam ser egoistas a ponto de terem lá tudo e mais alguma coisa e entretanto negar a Regionalização às outras ilhas.
Sobre o desvio do Campus Universitário de São Vicente para Praia você não respondeu.
Faça como eu.
Você é linda de mais para estar no MpD. Venha para o PAICV, Partido de Cabral, junto com a Janira, Vai experimentar o sabor da Política. Faça como eu. Em 97 abandonei o MpD quando percebi que não é um partido com dignidade para eu estar lá. Ali, você é usada e mais nada.
Quem a mandou misturar com eles?
Quem mistura com porco, come fare-lo.
Para servir Cabo Verde é preciso pendurar nos malfeitores?
Haja saco.
Reparem que, na Praia, enquanto capital da República, estão sedeados quase todos os serviços, os que tem de ser lá e muitos que podia ser instalados noutras ilhas. Vejamos:
- Presidência da República
- Governo (todos os ministérios excepto o MEMarítima)
- Assembleia Nacional (e praticamente todos os de[censurado]dos tem residência na Cidade da Praia);
- PGR, STJ, DPN
- Provedoria de Justiça
- todas as Agências de regulação
- todos os Institutos Públicos
- todos o staff de assessoria dos membros do governo
- e por aí fora.
Não acham que pelo menos a descentralização (regionalização administrativa ) devia ser aprovada/concedida?
Guerra declarada
Lutarei até o último gemido
Para defender minha cidade amada.
Nada vai ser aprovada
Nada vai ser concedida
Tudo tem sua medida
Brevemente terão a respostada.
Poupe-nos dessas vossas tiradas, que já começa a cansar e como já dizia o outro, "não cotuquem a onça com vara curta", porque a reação poderá ser deveras pesada e desproporcional para vosso desespero.
Santiago é Alfa e Omega em Cabo Verde e merece ser tratado como tal.
Tenho dito.
E quanto aos sampadjudos e seus filhos, não se preocupe porque nós "badius" não temos por hábito assumir o filho dos outros.Jejejej
Obs: Só um conselho, leia um pouco mais antes de estar a escrever, porque associar a palavra produção (bens e serviços), como produção agrícola (razão porque diz que Santiago só produz quando há chuva) é gravíssimo.
Tenho dito.
mais de 90% do produto exportado em C.V, sai de São Vicente. Praia anda a comer das outras ilhas por isso nunca podem falar em AUTONOMIA das ilhas. Lógico que hj em dia tem Varias famílias Ricas de politico$ na Praia e que há um certo luxo, mas o resto da população da praia vivem em mas condições. para os que amam a Praia, Vejam a família de Jorge dos Santos que vai tomar a emprofac. Vejam essas pequenas coisinhas
Senhores ponhamos de lado o bairrismo e a negação e aceitemos que Santiago é o motor da economia nacional.
Pois o Pai deu uma surra ao seu proprio pai.
"ken ki ka toma juiz, juiz ta tomal"
Tudo filme bom ta repitido...!
kel filme ki Moisa era 1º ator, acho ki debi ser repitido ao vivo!
Agora aguenta.
Tenho por mim que tudo quanto consta da nossa lei magna, foi por obra e graca de uma(s)assembleia(s)constituinte(s). »Mao que poe, mao que tira»
Mostra - se oportuna ou nao uma discussao seria, amena, responsavel e sem tabu sobre a natureza unitaria do nosso Estado? Se sim, porque nao tomar as medidas que se mostrarem cabiveis?
Se nao, porque quem de direito nao tome a iniciativa de explicar ao povo caboverdiano as suas desvantagens ou vantagens?
O momento parece convidar a uma reflexao e pronunciamento tempestivos sobre a questao em tela.
Acho que nao se deve esperar que o saco se rompa pelas costuras.
Abraco