Mircéa Delgado, deputada do MpD pelo círculo eleitoral de São Vicente, votou contra o Estatuto Especial da Praia, proposto pelo governo. Em consequência ela terá sido "agredida" pelo seu colega de bancada, Emanuel Barbosa, com palavras e ameaças. A deputada promete resolver a desfeita de Emanuel Barbosa nas “instâncias próprias”. Por seu turno, esse deputado eleito pelo círculo eleitoral da Europa pergunta se Delgado é detratora ou vítima neste processo.
Isto ainda vai dar que falar. Os democratas não se entendem, e tudo indica que o respeito pela liberdade de cada um terá sido consumido pela força de uma qualquer ventoinha desenfreada. E quando assim é, pode dar-se o caso de a agressão e o atentado aos direitos individuais, se transformarem em algo normal, corriqueiro, quiçá arma de arremesso quando faltam argumentos ou alguém deles não precisa para impor a sua força, o seu desejo.
O incidente ocorreu no final da última sessão parlamentar, no Palácio da Assembleia Nacional. Emanuel Barbosa terá agredido a sua colega do Mindelo com palavras e ameaças, alegadamente esta por ter votado contra o estatuto especial da Praia e, naturalmente, contra as indicações do partido que a fez eleger – o MpD. Mircéa Delgado ameaça remeter a agressão para “instâncias próprias”, entenda-se, tribunais.
Todavia, Emanuel Barbosa, num post publicado no facebook, minimiza a ameaça da sua colega de bancada, sugerindo tratar-se de uma manobra de diversão, pois que “não existem factos” sobre os quais Mircéia Delgado poderá queixar-se.
Aliás, o deputado ventoinha pelo círculo eleitoral da Europa, diz-se “convencido que os rumores postos a circular mais não significam que uma manobra de diversão, quer em relação aos mindelenses, quer em relação aos santiaguenses/praienses, quer em relação aos seus colegas de partido incluindo o líder”, e continua na mesma toada, acusando a deputada do Mindelo de, provavelmente bem assessorada, estar a arquitetar uma estratégia maquiavélica para se livrar do ónus de ter que explicar aos seus pares e líderes o seu sentido de voto em parceria com o PAICV e em linha com o SOKOLS contra o Estatuto Especial para Praia.
“Pressinto que o embuste irá persistir até que o assunto seja esquecido, o que poupará à deputada o eventual vexame de ter de explicar aos seus pares o que lhe vai na alma e o tipo de calculismo político que a anima. Neste quesito, compete ao MpD e não a mim analisar o relacionamento que tem com os seus militantes e o quanto ganhou ou perdeu na implementação da sua agenda política e na sua estratégia de comunicação e, ainda, quais os benefícios colhidos pelo PAICV, UCID e Sokols”, escreve Barbosa, num tom entre ameaçador e acusatório.
Ainda a sair do adro, tudo aponta que esta novela irá desenvolver-se em vários capítulos, circulando entre o campo político e a esfera familiar.
Porquê? Porque Zack Delgado, por sinal irmão da Mircéa Delgado, também publicou um post no facebook, tratando o deputado Emanuel Barbosa de infeliz, covarde e de estar a mentir com todos os dentes sobre este assunto, aconselhando a líder da bancada do MpD, Joana Rosa, a ficar fora deste lamaçal para onde esse deputado eventualmente a quer arrastar.
“A Dra. Joana Rosa, líder da Bancada Parlamentar do MPD, não tem que ser empurrada para esse lamaçal devido à covardia de um infeliz que mente com todos os dentes que tem na boca, deixando a triste imagem de um covarde que na primeira oportunidade se sujeita a engolir as suas próprias palavras”, escreve Zack Delgado, para contrapor a afirmação do Barbosa, segundo a qual ele estaria a comentar com a líder Joana Rosa, sobre o voto da Mircéa, quando esta, ouvindo o seu comentário, reagira de forma “epidérmica”, sendo que ele Barbosa, “mais não disse que a sua atitude era deselegante e desleal para com o Grupo Parlamentar e com o partido”.
“Na verdade, foi a deputada que reagiu num arrebatamento impulsivo e descontrolado e eu, para o bem do grupo, preferi ignorar”, defende Barbosa, que julga não cometer qualquer inconfidência ao publicar o post, em defesa da sua honra e bom nome, relativamente aos rumores que circulam nas redes sociais sobre uma alegada agressão verbal a uma colega de bancada.
Entretanto, Zack Delgado está firme e confiante na defesa da irmã, quando afirma que “vários deputados e deputadas das bancadas do MPD e do PAICV, escandalizados e incrédulos, segundo a minha irmã, ouviram as barbaridades que o indivíduo pronunciou e já se prontificaram a testemunhar sobre o que se passou”.
Namoro sério antes do casamento:
Se já na aprovação da agenda, houve brigas e selvageria, ficou claro que a sessão seria improdutiva. Aliás, se o Orçamento retificativo, tivesse merecido as 5 horas para debate conforme proposta do PAICV, era suposto vir mais consensos: Não! O Presidente sequer quis levar a proposta da MAIORIA para votação afirmando "Vamos continuar os trabalhos", quando interpelado foi levado a cumprir a "Cartilha" regimental.
Idem no dia seguinte, durante as Declarações Políticas. "Arranca rabo" daqui e dacolá! Estavam em condições de negociar CONSENSOS? - Não!
Mas fique se sabendo que, com ou sem EE, Praia possui a sua particularidade e potencialidade que ninguém lhe tira, por ser NATURAL, no contexto nacional.
São Vicente já tem o seu Estatuto Especial,agora é bom que deixem as outras ilhas reclamarem também por aquilo que acham merecido.
O que fica claro com tudo isto é que o sistema parlamentar cabo-verdiano é tudo menos democrático. Os de[censurado]dos são obrigados a seguir as indicações dos partidos, muitas vezes defendendo motivos inconfessados e inconfessáveis, em vez de votarem a sua própria consciência, que é um bem de que nenhum ser humano devia prescindir. Os que, sem serem de[censurado]dos, defendem o sistema, mostram que também podiam prescindir da consciência, deixando de merecer o epíteto de Homem ou Mulher com letra maiúscula. Esta deve ser uma das razões porque a política entre nós atrai tanta gente sem educação e qualificação moral e cívica, como nos mostram os espectáculos do Parlamento: os que insultam e agridem verbalmente (e não só) os que com eles ou com o partido não concordam! Que carneirada!
Por outro lado, é interessante como os praienses interpretam as votações e intervenções. Para eles, a única opinião ou acção válida é concordar com o EE. Para eles isso não é bairrismo! Querer mais para si em detrimento do resto, é o pior bairrismo que pode existir! Fazê-lo e acusar de bairrismo e de ódio os que querem justiça e igualdade é chamar preto ao branco e branco ao preto. O que os sanvincentinos defendem é o bem e a equidade para todas as ilhas, incluindo a sua, mas não só!
O problema da Praia é que julga que enquanto não tiver tudo do bom e do melhor, por ser CAPITAL, nenhuma outra ilha deve ter! É uma noção deturpada de grandeza que pensa que por ser capital, tudo tem de estar lá, e estar em grande. Lembro-me de quando tentaram levar a Shell e a Enacol. E a Electra, como não conseguiram, dividiram-na em Norte e Sul, depois de barafustarem por anos e anos, em que ela devia lá estar centrada! Reclamaram quando se falou de hospital privado no Sal, ilha turística que precisa de um bom sistema de saúde! Para eses, a haver, devia ser primeiro na CAPITAL! Até já reclamaram uma segunda escola naval ali centrada! Pois, se São Vicente tem, Santiago ainda mais deve ter, por ter mais gente! É o eterno argumento da população! Vejam o esforço que têm feito para que o Carnaval da Praia ganhe estatuto! Em Portugal, Lisboa não tem carnaval, mas Torres Vedras (!) e outros lugares pequenos têm! Washington não reivindica um carnaval, deixa que este esteja em New Orleans! Sabem onde foi a primeira universidade de Portugal? (Aliás há uma narrativa que diz que ela foi criada em Lisboa mas logo após transferida para Coimbra!) É que D. Diniz era um rei sábio! (Isto é o que nos tem faltado!) E em quase todos os países avançados, a maior parte das universidades situam-se não nos grandes centros urbanos, mas nas periferias ou em cidades mais pequenas, fora do bulício!
Mas não em Cabo Verde. Tudo tem de ser puxado para a CAPITAL, e falam de capital digna, etc. etc., e de custos da capitalidade, sem verem as vantagens da capitalidade, mesmo que as outras ilhas fiquem na miséria. E se estas resistem a esses intentos, então são bairristas! Felizmente que nem todos os praienses pensam assim, mas os que governam vão cedendo à pressão dos lobbistas!
O desenvolvimento, a unidade e a justiça só chegarão a Cabo Verde quando se mudar essa mentalidade, quando todos admitirem que do mesmo modo que os filhos das outras ilhas têm de ir para a Praia para aproveitar algumas coisas que só há lá, os da Praia (Santiago) têm de se deslocar para outras ilhas para aproveitar o que há lá de bom (e precisa ser lá posto pelo Governo, para poder haver equilíbrio). Não podemos continuar a ter o êxodo das outras ilhas para a capital. Antes a Praia era uma cidade airosa, proporcional, bem delineada, segura, agradável. Lembro-me quando um filho e residente da Praia, médico distinto, afirmou, durante uma epidemia de cólera, que a Praia não “era uma cidade; era um ajuntamento de casas”. Infelizmente as políticas más dos vários governos contribuíram para que assim fosse. E agora querem curar a doença com mais do mesmo! Descentralizem, seja de que maneira for, regionalização ou não, distribuam pelas ilhas os serviços e os recursos, numa época em que não é precisa estar-se fisicamente juntos para reunir, e resolverão metade dos problemas da Praia. Poderão, então, começar a atacar os problemas, com uma população mais reduzida e uma Praia “gerível”. Então, sim, todos nós nos orgulharemos da nossa capital: modesta como todos nós, proporcional ao que temos, vivendo, ainda, de ajudas externas; sem exibicionismos, sem basofaria; solidária com o todo coeso. Então, sim, poderá haver batuco na Ribeira de Julião, etc. etc.
Mas como está, é água a correr para o mar, e nunca mais acabará, até todas as ilhas definharem, estiolarem! O que os sanvincentinos dizem, num assomo da sua histórica dignidade é: “Over my dead body”. E por isso são chamados de bairrista! Que o sejam os de Santo Antão à Brava, e que não aceitem de bandeja a situação actual e a agravamento dela, como se tem pretendido com esse famigerado EE.
Se na verdade o De[censurado]do disse aquela coisa feia àquela De[censurado]da bonita, mesmo que seja verdade, terá sido por maldade,ou mesmo por vingança pelo facto dele, eventualmente não ter conseguido nada, nem uma pitada de atenção.
Por isso que atè entao sò o PP ja reagiu sober tais roubos.
Ou pouco ou muito, na medida das suas possibilidades, temos o Partido Popular a tentar lutar contra o roubo milionários de terrenos na cidade da Praia. Agora devemos perguntar; por que será que o maior partido da Oposição - PAICV- ainda não teve nenhum gesto de reação ou de indignação perante as gravidades das denuncias vertidas nos artigos Praia Leaks publicado???? Porque será que também o outro partido de Oposição com assento Parlamentar - A UCID- também se mantem calada??? Fica aqui o questionamento.
Penso que em qualquer país com um Estado de Direito Democrático todos OS Partido Políticos já teria pronunciado e assumido um posicionamento nem que fosse para desmentir as denuncias feitas de forma tão categórica nos artigos Praia Leaks. Será que estão também a dever?
Daì que essa senhorita e esse senhor De[censurado]do e De[censurado]da nao passam de Figuras Teatrais que nada tem nem de Herois nem de corajosos. Tudo è theatre para distrair o Povo
Sr. Emanuel barbosa nhu branda pá.
ta coba pessoa de Prostituta na parlamento ka ta flado nada em fim .
Felismente es dal soco na boca pamodi se não nka sabia modi ki ta daba inda. Dja txiga tempo de poi es canalha fora de MPD . Apenas el sta strag o trabalho e o precurso do MPD. mandal Buraca ou pontinha de undi ke bem ou undi de pT.
O problema está na política centralista dos governos.
E o MPD sabe disso.
A srª Mircea até fez um grande favor ao MPD com esse seu voto contra o EEP, porque caso contrário o MPD nas proiximas eleições iria apanhar chitada no círculo de São Vicente.
Até porque a cupula do MPD sabe perfeitamente que esse expediente de introduzir o projeto de diploma nesta altura foi uma farsa com o objetivo de desviar a atenção do povo dos casos escandalosos como por exemplo a invasão de terrenos em São Martinho Pequeno por parte de de[censurado]dos (Emanuel Barbosa, Isa Costa, etc).
O EE para passar tem que ser negociado e bem negociado, não poderá nunca ser arma de aremesso entre os partidos, deixem a população Mindelense em paz!
Praia terá o seu Estatuto, cedo ou tarde, que sirva as pessoas da Praia, Santiago e todo o Cabo verde, isso é certo!
Tenho dito.
Isto só quando a Assembleia for composta apenas por de[censurado]dos da Praia e por aqueles que moram na Praia. Enquanto assim não for pode tirar o seu cavalinho de chuva que aquele embuste não vai ser aprovado.
A grande verdade é que cabe ao MPD, de forma clara e inequívoca, exigir explicações à De[censurado]da Mircéa Delgado, pois ela teve o comportamento reprovável.
Quanto a mim estou aqui, à sombra da bananeira, à espera para ver a lista do MPD para as próximas legislativas!
Como, em regra, as pessoas estão livres para estarem ou não numa determinada organização, enquanto estiverem,é de se presumir que estão dispostas as cumprir as regras, sendo certo quase nunca é possível estar-se de acordo com tudo o que se passa dentro da organização a que pertencemos, mas enquanto lá estivermos, devemos respeitar. Neste particular, parece que a de[censurado]da falhou, e se falhou, terá que se explicar, naturalmente, perante órgãos competentes da sua organização, e não perante membro ou membros individualmente, no caso o seu colega de[censurado]do.
A jovem de[censurado]da foi, eventualmente traída pela euforia da juventude, que em geral é muito vaidosa da sua energia e espírito de liberdade.
Mas por ora o assunto está arrumado. Quem tem ainda muito por explicar é o PAICV. Diz estar de acordo e vota contra. Não se percebe. E é melhor pararem com essa baboseira de voto abstenção. O que conta é que foi o voto necessário para inviabilizar o projecto. É isso que significa ser contra e ponto final.