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Num comunicado de imprensa relativamente breve, e que não diz se os manuais foram ou não ofertas da empresa sueca, Gamin & Zeipel, ao Estado de Cabo Verde, como, de resto, alega o PAICV, o Governo “exorta esta entidade (Procuradoria Geral da República) a proceder de maneira célere, por forma a permitir, em sede própria, que se dissipem, de uma vez por todas, as suspeitas levantadas, em particular contra o Ministério da Educação, ao longo de todo este processo”.

É assim que o Governo reage à denúncia que o PAICV entregou esta tarde do dia 27 de Outubro de 2017 na Procuradoria Geral da República (PGR), ao mesmo que afirma reconhecer e louvar “este direito que assiste a todo e qualquer cidadão deste país”, diz que aguarda com “a serenidade própria o desenrolar e o desfecho deste caso”. Para quê? “Para podermos proceder em conformidade, nomeadamente em relação às acusações infundadas proferidas contra o nosso bom nome”, escreve no referido comunicado.

Ou seja, findo o processo, o Governo pretende certamente responsabilizar o PAICV, caso a denúncia deste partido da oposição não tenha matéria para ser considerado procedente.

O comunicado faz questão de vincar que “o Governo de Cabo Verde pauta-se por princípios de, entre outros, transparência, responsabilidade e de defesa da justiça”.

Neste quadro, o Governo entende que todos os cidadãos são iguais perante a lei, e devem "exercer os seus direitos, tal como se deseja num verdadeiro Estado de Direito Democrático".

No entanto, neste comunicado, o Governo não responde se os manuais foram ou não donativos, e nem diz se o processo passou pelo crivo da ARAP e do Tribunal de Contas, que é a principal reivindicação da oposição, eventualmente deixando esta tarefa para a PGR.

Recorde-se que o grupo parlamentar do PAICV apresentou hoje uma denúncia à PGR sobre indícios de prática de corrupção no processo de concepção e edição dos manuais escolares.

Em resumo, o PAICV quer ver tirado a limpo, o seguinte: "1. que nesse negócio dos manuais escolares, terá havido a intenção clara de se beneficiar uma parente do primeiro-ministro, casada com o proprietário da empresa que confeccionou e editou os manuais; 2. que, tendo havido pagamento, como tudo leva a crer, o mesmo não foi feito respeitando as leis vigentes na matéria no país, ou seja, não foi feita a selecção dessa empresa, para prestar esse serviço ao Estado, por concurso público (e, como tal, não se sujeitou á regras das aquisições públicas), e nem se procedeu ao ajuste directo, nos termos da lei (pois que não foi autorizado pelo Conselho de Ministros); 3. que não foi sujeito ao visto prévio do Tribunal de Contas; 4. que terá havido intenção clara de ludibriar o fisco, mediante a feitura de um contrato (primeiro) e depois se ter emitido uma declaração a pedir isenção pela doação”.

Assim, e face a estes indícios, o PAICV diz que “se pretende o competente procedimento criminal, de modo a garantir a salvaguarda dos superiores interesses do país, e se aferir a responsabilidade de cada um e de todos os envolvidos neste negócio, de interesse público, e que, a serem comprovados, serão atentatórias da lisura, do rigor e da transparência, na gestão da coisa e dos recursos públicos, e de graves consequências e prejuízos para a nação, requer-se e espera-se que sejam objecto de instrução criminal, nos termos legais”.

Comentários  

0 # Caty Lopes 29-10-2017 08:46
A Adjudicação Directa é apenas uma autorização do Governo, tomada em Conselho de Ministros, para se atribuir uma empresa escolhida pelo mesmo, a realização uma acção ou actividade fisica, em que existe um limite do tecto financeiro para o efeito, se a memoria nos falha é de 50.000.000.00 ou de euros, lei que foi aprovado no tempo do Dr. Gualberto do Rosàrio, quando era Primeiro Ministro. Depois da autorização do Conselho de Ministro e divulgado em Resolção no Bolitim Oficial, a adjudicação directa segue os seus tramites normais como todos os contratos efectuados. Tendo a referida autorização o Ministério da Educação e Ensino Superior, através da sua Direcção Nacional, se elabora a ficha do projecto e com o seu respectivo orçamento, a autorização da Resolução do Conselho de Ministros, o despacho da Ministra da Tutela sobre a matéria, a declaração da conta bancaria da empresa executora e o relatorio de cabimentação da verba no OGE e na ficha do projecto adequado ao Sistema SIGOF. Assim, os documentos entram no Sistema SIGOF, que passam por cinco supervisores do projecto, até o desbloquamento da verba na conta do executor. O Ministério da Educação deve dar conhecimento dessa Resolução ao ARAP e ao Tribunal de Contas. Assim, que as coisas devem funcionar e não hà outro mecanismo maquiavelino de desbloqueamento transparente de verba no OGE, que nos pertence como POVO deste paîs. Isso mostra que houve uma combinação tripla do Gabinete do Primeiro Ministro, Ministério das Finanças e do Ministério de Educação e Ensino Superior, nesse processo de edição dos MANUAIS DA MISERIA, pela Empresa da Prima Sueca, denominada de Gamin & Zeipel. O MpD é um partido democratico nas suas declarações politicas e os seus argumentos ideologicos, mas, infelizmente os seus militantes não são democraticos, por que se fossem o Dr. Ulisses Correia e Silva, jà teria pedido a sua demissão do cargo do Primeiro Ministro, por pratica de corrupção de natureza nepotista. O Dr. Ulisses Correia e Silva, não se demite a Ministra, Maritiza Rosabale, por eles serem cumplices nesse processo de edição dos MANUAIS DA MISERIA, que se contou com a anuência manhosa do Ministro das Finanças, Dr. Olavo Correia, que jogou e passou a chamada rasteira da RAPOSA, atendendo a que, pretende fazer altos voos na hierarquia do MpD e da Governação do paîs.
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0 # Caty Lopes 28-10-2017 12:54
O Governo e os seus desgraçados de[censurado]dos, estão com moral e espirito muito em baixo, nesse milindroso processo de edição de Manuais da Suécia, a ponto de impedir que a Ministra fosse ouvida na Comissão Parlamentar, utilizando os expedientes regimentais anti-democraticos. A queixa feita junto Ministério Publico pelos De[censurado]dos do pAICV, contempla todos os documentos, que comprovam as ilegalidades cometidas, assim como o pronunciamento publico da Presidente da ARAP e a opinião verbal do Tribunal de Contas, bem como a informação precisa e que indica que a Dr. Filomena Santos Von Zeipel é prima do dito senhor CUJO das Soluções. Ainda, tem a informação de que não fora publicada nenhuma Resolução do Conselho de Ministro no Bolitim Oficial, que atribui adjudicação directa a Empresa Sueca Gamin & Zeipel. Mesmo que houvesse a Resolução de Conselho e Ministro, que autorizasse a adjudicação directa o contrato deveria passar pela ARAP e pelo Tribunal de Contas para tomarem o conhecimento e darem os seus respectivos pareceres de concordância. Se os MANUAIS fossem doações a sua entrega deveria ser via o Ministério dos Negocios Estrangeiros e nunca directamente para a FICASE. O Ministro das Finanças não deve sair ileso desse processo, porque o projecto devia passar, obrigatoriamente, para o SISTEMA SIGOF para efeito de controlo, desbloqueamento legal e transparênte da verba prevista no projecto de edição de Manuais, pela Direcção Geral do Tesouro, se realmente o mesmo exista. Esse senhor Ministro CN7 aparece na comunicação social com a sua boa labia de Pê di Monti a defender a transparência e a gestão rigorosa da COISA PUBLICA e, infelizmente, faz exatamente contràrio no seu Ministério (como demonstrou no processo da falsa privatização dos TACV, escondendo informações, que diz respeitar a confidencialidade de uma das clausulas de um contrato, que, possivelmente, possa vir a ser alienados bens publicos e que nos pertencem, bem como na publicação da lista dos clientes seleccionados do extinto Novo Banco, conforme disse o jornalista do Jornal a Nação). So por milagre ou uma remota e possivel conivência do Ministério Publico, o Governo do MpD consegue se livrar e safar dessa tramoia nepotista da troika do CUJO Primo, do CUJO CN7 e da CUJA CARIBENHA. Estamos sentados a espera da decisão final dessa nojenta embrulhada, em que o Governo do MpD se mostrou que é diferente dos outros, utilizando a intelegência do Vicente (antigo nome do burro), para se mandar editar manuais na Suécia e não num paîs da nossa afinidade linguista, tais como Portugal e Brasil, que estão mais avançados no sistema de ensino e com experiência comprovada na didactica e na pedagogia escolar. Também, poderiam ser editados em Cabo Verde, dando de ganhar os nossos empresarios proprietarios das gràficas do paîs, decisão que so se veio a tomar depois do escândalo dos Manuais, que poderiam ainda serem editados nos restantes paises da CPLP, inclusive a Guiné Equatorial para se aprender e exercitar na lingua portuguesa. O Governo se mostrou mais uma vez que não gosta dos empresarios nacionais e nem nos armadores das companhia maritima de navegação. Saudações Combativas e Democraticas.
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0 # Terra-terra 28-10-2017 09:03
O governo e o MpD sabem que os tribunais estao abarrotados de processos. No momento em que se confirma a morosidade da justica ate mesmo no parlamento, por que o governo nao autoriza a ministra de educacao a prestar esclarecimentos em sede parlamentar, com transmissao televisiva in direto, respondendo as perguntas dos parlamentares? Na minha opiniao, quem ganhar tempo e espacao para lobbies, falcatrua e para que tudo caia no esquecimento do povo. Pois, se falam tanto em poupar recursos, em vez de o processo ir para o tribunal ficar na bicha, com julgamento marcado para o meu bisneto assistir, poderiam fazer isso como se fez com o caso de ENACOL: NO PARLAMENTO IN DIRETO. Mais tarde o tribunal, com os lobbies montados, viria a dizer que estava tudo bem, mas o povo nao deu bola porque havia assistido o verdadeiro julgamento in direto, no parlamento. Bem haja!
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