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gilberto barros

O secretário de Estado das Finanças disse esta quarta-feira, 14, que a opção de deixar os aviões da Cabo Verde Airlines (CVA) parados em Cabo Verde, neste período de paragem por causa da pandemia, acarretaria “problemas de ordem prática”. O vice-primeiro ministro, por seu turno, garantiu que a solução do Estado sair do capital social da CVA é hoje “praticamente impossível”, devido às novas circunstâncias criadas pela pandemia da covid-19.

“Em relação aos aviões, estes, de facto, estão em Miami, e não é só para fazer manutenção de forma mecânica. Nós aqui em Cabo Verde não temos sobresselentes para colocar nos aviões. Não é suficiente termos técnicos. Temos que ter as peças”, afirmou Gilberto Barros durante uma intervenção no debate sobre os transportes na primeira sessão plenária de Outubro da Assembleia Nacional.

“Caso contrário, como é que fazemos, no meio da Covid-19, para trazer uma peça dos Estados Unidos da América para cá? Isso cria problemas de ordem prática que temos que ter a humildade e o carácter prático e pragmático para dizer que vamos deixar os aviões onde estão”, acrescentou.

Gilberto Barros frisou ainda que para que “seja bem claro” que os aviões são da empresa Loftleidir Icelandic, que estão alugados, pelo que não poderiam ficar na placa em Cabo Verde para ser objecto de visualização do povo.

Ainda nas suas declarações, o secretário de Estado para as Finanças frisou que os compromissos assumidos no âmbito do contrato de compra e venda da Cabo Verde Airlines constam no contrato que foi remetido ao Parlamento há 19 meses.

“Naquele dia, o Governo convidou qualquer entidade, ou qualquer pessoa que achasse que havia um desvio em relação à lei que apontasse o artigo da lei que foi violado. Passados 19 meses, ninguém se pronunciou. Acho um pouco estranho vir sempre repetir a falta de transparência, sem nunca apontar exactamente onde. A objectividade seria sempre bem-vinda”, arrematou.

Em relação à questão da avaliação, que foi dito no início da intervenção da oposição que a empresa que comprou a CVA é a mesma que fez a avaliação, Gilberto Barros respondeu que, “obviamente, não pode ser possível”.

“É contrário a lei, não aconteceu assim e foi apresentado publicamente, no dia 01 de Março, que se trata de uma empresa independente, contratada por via de concurso e com financiamento do Banco Mundial”, elucidou.

Quanto ao valor pelo qual a empresa foi vendida, 1,3 milhões de euros, muito criticado pela oposição, Gilberto Barros comentou que cada um tem uma opinião sobre o quê que a empresa vale, mas que no fim, de forma objectiva, o valor da empresa é o activo menos passivo.

“Aquela empresa, CVA, na altura tinha valor negativo e, no balanço da empresa, não constava nenhum avião. Não é especulação, não é opinião, é aquilo que constam no documento da empresa. Portanto, de forma factual, os cabo-verdianos merecem ouvir de forma clara, simples, objectivo, o quê que, de facto, era a situação”, prosseguiu.

“Em boa verdade”, disse, a CVA “não só não tinha aviões e tinha valor negativo, a avaliação técnico-operacional indicou que a empresa estava em violação de 200 procedimentos enormes de operação de transportes aéreo”. “A mesma empresa não tinha credibilidade para comprar sequer um litro de combustível, portanto. Esta era a CVA”, concluiu o governante.

Estado vai continuar na CVA

O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças disse hoje no Parlamento que a solução do Estado sair do capital social da Cabo Verde Airlines (CVA) é hoje “praticamente impossível”, isso devido às novas circunstâncias criadas pela pandemia da covid-19. “Estamos numa fase de paragem do modelo que tinha sido preestabelecido. E nós temos de encontrar uma solução que possa permitir a convergência de posições e de interesses para viabilizar a empresa”, afirmou Olavo Correia.

Prosseguindo, acrescentou que a CVA, em 2019, representou perto de 8% da riqueza nacional. “Isso é negócio. São impostos, empregos, facturações para vários stakeholders que prestam serviços à CVA. Este é o impacto sobre a economia. Infelizmente, isso [o modelo] agora desapareceu e nós temos que trabalhar para recompormos esta evolução futura”, frisou.

O governante disse ainda que é preciso pensar, mais do que em processo, em quais são as soluções, o pensamento estratégico que se pode colocar sobre a mesa para que Cabo Verde possa conseguir manter o conceito de hub neste novo contexto e neste novo enquadramento.

“O Estado tinha decidido sair do capital totalmente. Nós já informamos em como esta solução hoje é praticamente impossível. Se o Estado sair da empresa, dificilmente teremos condições para viabilizarmos a empresa de forma sustentável nos próximos tempos, sobretudo a curto prazo”, defendeu.

Para Olavo Correia, o Estado tem de repensar a sua estratégia inicial que tinha sido montada para o caso da CVA e olhar para isto com o “sentido de responsabilidade”. “Se o Estado quer manter uma companhia de bandeira, se quer ser parte nas decisões da empresa, tem de assumir riscos e tem de pagar”, acrescentou.

Olavo Correia frisou igualmente que o quadro futuro é “dificílimo” para a economia cabo-verdiana e, particularmente, para a aviação civil, neste caso para a CVA, e também para o Turismo, pelo que, ressaltou, a retoma será lenta, progressiva e vai depender não só dos intervenientes, mas também daquilo que será a evolução epidemiológica a nível mundial. 

O VPM disse ainda que o momento que se está a viver hoje não tem nada a ver com o momento antes de 2019, pelo que não se poderá continuar com o mesmo modelo a funcionar num contexto que foi completamente alterado, onde as circunstâncias são completamente diferentes. 

SM/Inforpress

Comentários  

0 # Lucien Malan 16-10-2020 18:44
O problema é o Estado (com o dinheiro dos contribuintes)injectar milhões de contos para a CVA não falir e depois empresa ser dado a privados para gerir e ganhar milhões de euros em lucros, e certo que o Estado e a economia ganham quando a empresa se estabilizar, mas quem ganha mais? Essa é a dúvida, porque o sector privado ou melhor dizendo os investidores nunca querem perder dinheiro. A política seguida por muitos países nesta pandemia foi de não injectar capital nas empresas de aviação, caso da Islândia, que deixou as companhias falir e em Portugal, foi necessário o Esto passar a Gerir a TAP. Em. Cabo Verde esse debate é muito pobre, praticamente inexistente.
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+1 # JB 16-10-2020 01:25
Desculpas esfarrapadas para justificar o injustificavel. Os avioes enquanto nao estiverem a voar nao vao necessitar de peças sobressalentes por isso essa desculpa e descabida. Gilberto podias dizer ao caboverdiano quanto custa a empresa cada dia de estacionamento desses avioes nesse local e quanto custaria se estivessem em CV. Todo essa de clima favoravel de Miami com relacao ao do Sal e pura demagogia. Gilberto se voce e um economista que se preze por favor explica-me como uma empresa vendida por 1.3 M exija do mesmo vendedor um investimento quase 30X maior do que o preço da venda dessa mesma empresa a favor do investidor estrangeiro hipotetico. Quando esses investidores sugarem tudo o que tem a sugar da vaca magra que alimenta o crioulo vao-se embora e o unico gasto que vao ter e repintar os avioes. Para isso assegurarao que uma pequena fracao do dinheiro sugado ao crioulo seja suficiente para cobrir esse gasto. Bando de desgraçados aldraboes
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+1 # sabinaSantos 15-10-2020 11:21
A pobreza parlamentar voltou. O fundo do ambiente voltou a ser cobaia do MPD para as autarquias de 2020. Pensando bem já não é pra dar ouvidos a essas gentes . O PAICV deve focar nas suas atividades de campanha e focar mesmo na vitória. Estão querer fazer o Moisés apresentar mais um teste de força manual. Mas amigo não deixe levar pelas leviandades das de[censurado]das. O fundo do ambiente já era. Agora é esperar pelo esclarecimento final e avançar para outras ações . ou seja por fim definitivamente as difamações em Cabo Verde. Como vai ficar o mercado do Coco??? Vai ficar assim ??? O dinheiro do povo enterrado fica assim? Se não está a ser resolvido a nível nacional , enquanto povo teremos que apresentar queixa no tribunal internacional. o Mercado do Coco é crime contra humanidade. Abrem os olhos Povo. O fundo do ambiente era apenas para o boi dormir . Ficou claro com o arquivamento do processo. Difamação tem que acabar Sr. Antero e companhia. Apresentem queixas contra esses difamadores e malfeitores. O bom nome tem de ser restabelecidos.
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+5 # Emanuel Delgado 15-10-2020 06:56
Paguem os salários dos trabalhadores e deixem de conversa fiada.

Respondem por favor:
Porque que é que mandaram pilotos ir buscar os aviões?

Há ou não partes confidenciais nos acordos?

Ou é só com a Binter?

Gilberto não nos testes por totós.

Os teus interesses estão fora de Cabo Verde.

No fim vais embora e nós ficamos.
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+3 # toto 15-10-2020 01:17
A CVA se digitalizou ,agora e' empresa virtual e os voos passam pelo canal educativo ate' as eleições .
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+7 # PITABOLA 14-10-2020 23:18
- A VINGANÇA DA JUSTIÇA DO POVO É COMO OS COICES DE MULOS BRAVOS, DEFEREM-SE QUANDO MENOS SE ESPERA

-Ironicamente ! Por mais que os governantes desse país orem pela alma da defunta TACV, não conseguem jamais ressussitá-la ! Porque mataram-na então ?

Não falem mais, por favor, de TACV/CVA, façam uma retrospectiva, uma viagem ao passado recente, vendo/ouvindo as promessas, as fanfarrices de Ulisses, durante a campanha eleitoral de 2016, em que prometera transformar esses 10 grãozinhos de terra em 10 recantos do Paraíso, inclusive os problemas relativos a TACV !

Deixem que nós falaremos da TACV/CVA na próxima eleitoral de 2021 !!!!!!!!!! Assim como fizeram com o avião da mesma companhia, em Holanda, em 2016, nós falaremos de 3 ou 11 aviões em 2021, prometidos pelo mpd ! É o feitiço que se está a destilar na caldeira do feiticeiro ! É a corda contra o cordeiro ! Mas não é só isso, vocês terão que prestar contas ao Povo de Cabo Verde, publicamente, sobre a gestão obscura de TACV. Isto cheira a um crime semelhante a lesa-pátria ...

- Mudando de assunto, nesta corrente campanha autárquica, é voz corrente, nos bares, cafés, esquinas das ruas, urinóis... perguntando, curiosamente, onde terá metido Ulisses C. e Silva ? Será que ele está perdido, mudo, doente, embalsamado ? Sab⁻lo-emos depois ! Temos que manter os gajos apertados, espremidos, até urinar os fundilhos !

- Em 2016 diziam que enquanto ladrávamos, a caravana passava. Mas desta vez a caravana não passa. Quem passará somos nós, quem ladrará são eles !!!

Obrigado.

Casimiro Centeio - PITABOLA
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+4 # Jose Moremo 14-10-2020 22:59
Este homem tem moral para estar a justificar o quê? Esses aviões ali não têm custos? Não pagam taxa de estacionamento? Os aviões estiveram sempre avariados, durante todo esse tempo? Muita conversa e pouca uva!
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+1 # lideterra 15-10-2020 13:01
Qual taxa de estacionamento?
Taxa de estacionamento é o que os praienses pagam no plateau e em Chã d'Areia. Para variar vai ser, brevemente, se o Óscar ganhar, nas portas de cada um.
Vejam só o que está preparando no Palmarejo!
Sabe na mundo! Temos dinheiro para pagar salário dos parasitas e sobrar para enviar a Portugal. As máquinas são alugadas!!!
Queria saber, se algum crioulo ousaria levar a sua maquineta para Lisboa sacar dinheiro dos bolsos dos lisboetas!
Quanto aos 3 aviões, os curiosos, turistas e amantes do MPD pagam bilhete para visitar lá bem estacionado nos Estados Unidos da América.
Quem pode, pode!
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+5 # Colundjul51net@hotm 14-10-2020 21:23
Eram 11 avioes....... 3 estao em Maiami......... 3 estão no Maio.. em cas a da Joaninha Rosa......2 ,5 estao em Sao Nicolau...... 2,5 estao com o Gilberto............. o Gilberto já se candidatou a um curso de doutoramento em mentiras......
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+8 # Caboverdiano 14-10-2020 23:46
Ai Gilberto!
Quem te viu, quem te vê!
Paciência!
Os caboverdianos não mereciam isso!
Haveremos de nós ressuscitarmos um dia de forma diferente. Por que a praga e a maldição são tantas que não conseguimos nos livrar delas só pela vontade e decisão.
Estamos perdidos nas mãos daqueles que, irresponsavelmente, aldrabões da mesma turma resolveram nos impingi-los.
O diabo há de esfregar os olhos...
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0 # Gamboa 14-10-2020 22:50
Verdade mentira e malandragem kkkkkkkk
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-10 # Alberto cabral 15-10-2020 08:47
Justificações cabiveis e compreenssivas pra.quem
Para quem é a favor do bem estar do povo
Se a empresa em 2016 ja estava em total
Falencia com mais de 200mil contos por
Pagar como é possivel salvá-lo
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+1 # CPinto 15-10-2020 22:52
1. Achas normal os aviões estarem durante todo esse tempo em Miami?
2. Achas que a "estadia" destes é gratuita ou barata?
3. Achas que mesmo não voando vão precisar de troca de peças a ponto de não poderem estar em CV?
4. Acreditas em tudo o que te dizem sem questionar?
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