Tudo indica que as ondas não estão de feição no seio do MpD, o partido que reclama a paternidade da democracia cabo-verdiana. Num post publicado no facebook, o antigo primeiro-ministro, Gualberto do Rosário, declara-se incomodado com a violação de princípios e valores democráticos no seio do partido que ajudou a formar, lamentando a omissão da direcção, ou seja, a omissão do chefe máximo, Ulisses Correia e Silva.
A decisão deste antigo homem forte dos rabentolas tem por base, segundo as suas palavras, a intolerância, a violação dos princípios e valores democráticos, o desrespeito pelas leis e pela Constituição da República, associados à tentativa de assassinato de carácter das pessoas dentro do MpD.
“Face à onda de intolerância política, de violação sistemática dos princípios e valores democráticos, das leis e da Constituição, incluindo as tentativas permanentes de condicionar a opinião de cidadãos e os silenciar usando como instrumento o assassinato de caráter, vindas de dentro do MpD; face ao silêncio cúmplice dos órgãos do partido, decidi suspender, como forma de protesto, toda a colaboração que de forma espontânea, livre e gratuita, mas expressiva, venho prestando às instituições, em particular ao governo”, escreve Gualberto do Rosário.
Este homem, economista de formação e hoje empresário bem estabelecido no setor do turismo, escreve que “é lamentável que o mau exemplo venha, por ação e por omissão, de quem tem o dever moral, político e legal de exercer a pedagogia democrática, incluindo titulares de cargos políticos”.
O partido ventoinha está no poder desde março de 2016, quando venceu as eleições legislativas, depois de 15 anos de oposição. No mesmo ano, em setembro, o partido fundado por Carlos Veiga, Eurico Monteiro, Jacinto Santos, Gualberto do Rosário e outros, ganharia 18 Câmaras Municipais das 22 existente no país. O PAICV ficaria apenas com duas Câmaras Municipais, sendo que as Câmaras de Ribeira Brava, em São Nicolau, e Boa Vista passaram para liderança de independentes saídos no seio dos ventoinhas.
Bem vistas as coisas, pode-se perfeitamente aceitar que, de 2016 a esta parte, o país vem sendo dirigido por um partido hegemónico, tendo um Presidente da República, um governo e maioria das autarquias locais sobre seu domínio.
Eurico Monteiro - dissidente (fundador do PCD)
Jacinto Santos - dissidente (fundador do PRD) e agora novo rico da Capital;
Gualberto do Rosário - marginalizado e "novo" rico de cabo verde;
E outros - vários dissidentes (PCD, PRD e depois sem partido).
O MPD de hoje é uma associação de mamadores e ... que nada tem a ver com a abertura democrática dada pelo PAICV em 1990 e confirmada pelo povo nas primeiras eleicoes, em 1991.
Mas des bés nhos ta bai cadia, nho tudo.
sabe Deus o que ele sabe...
"ken fez, faz, fará..!
O homem julga-se tão importante que certa vez desafiou o MPD e atreveu-se a candidatar à Câmara de São Vicente como independente. Peçam-no que conte esse episódio/pesadelo da sua vida politica. São muitos por aqui que sem o partido, directa ou indirectamente, não diferem em nada do comum dos cidadãos.