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 Francisco Tavares PAICV

O PAICV considerou esta quinta-feira, 9, que o Governo está a passar um “atestado de menoridade” e um “certificado de incompetência” aos diplomatas de carreira, ao enveredar-se pelos embaixadores políticos e partidários, fazendo desvalorizar os quadros diplomáticos.

Esta denúncia do secretário-geral adjunto do PAICV para as Relações Externas e Diáspora teve como mote as notícias que dão conta dos nomes dos políticos José Luís Livramento, José Pedro Chante e Francisco Tavares para cargo de embaixadores em Washington, Brasília e Abuja, respectivamente.

Em conferência de imprensa, Francisco Pereira criticou a escolha sobre “destacadas personalidades do mundo da política”, com “fortes ligações ao partido no poder” e que chegaram a exercer altas funções de deputados da nação, eleitos pelo Movimento para Democracia (MpD, poder).

É que, para o PAICV, este modelo de escolha deixou de ser “uma mera excepção” para se configurar “uma regra eleita pela actual maioria para a diplomacia cabo-verdiana”, ressalvando mesmo que se se confirmar tal informação, confirma-se que nos últimos anos o Governo nomeia sete embaixadores políticos.

A este propósito juntou os nomes em causa aos de Carlos Veiga, Eurico Monteiro, José Filomena Monteiro e Jorge Figueiredo, “nas antípodas do princípio de não partidarização da diplomacia cabo-verdiana, respectivamente para as missões de Washington, Lisboa, Bruxelas e Luanda.

Para o PAICV, “não está em causa nem o perfil, nem a competência e nem a idoneidade das pessoas escolhidas”, mas sim “a necessidade da valorização da carreira diplomática e não partidarização da diplomacia cabo-verdiana” instituição que o mesmo considerou ser detentora de profissionais experientes, de um saber-fazer reconhecido,  com resultados visíveis na afirmação de Cabo Verde no mundo.

O maior partido da oposição coloca  também em causa  “o princípio da coerência, com relação às posições assumidas pelo actual maioria que, enquanto oposição, abominou a escolha de embaixadores que não fossem de carreira”.

Recordou que o MpD, na oposição,  “chegou mesmo a fazer corredor para impedir a nomeação  de Mário Matos, por ser uma figura excessivamente partidarizada, com a total bênção do actual Presidente da República”.

Alerto para o facto de esta questão poder “gerar descontentamento, propiciar um mal-estar e semear, desnecessariamente, uma desmotivação entre os diplomatas cabo-verdianos que, legitimamente, aspiram ascender na carreira e desempenhar as mais altas funções em representação do seu país”.

Por fim disse que aguarda  com “serenidade e responsabilidade” que as instituições da República, bem como a sociedade cabo-verdiana, reflitam sobre a “ameaça da politização, de viés partidário, da diplomacia que tem sido, desde sempre, um dos emblemas da boa governação e da reputação externa do País”.

Com Inforpress

Comentários  

0 # sabi me 17-07-2020 21:08
O Tchico Tavares fez um péssimo trabalho à frente da Câmara Municipal de Santa Catarina, mas logo é premiado com o cargo de embaixador na Nigéria.

Ah, mas, espere. Nigéria é... África, como nós!
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0 # teofillo soares 11-07-2020 09:29
Isto de nomeação de Embaixadores politicos e de assalto ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, temos de sublinhar que é escola partidária de ambos os partidos PAICV e MPD, numa logica de jobs e em claro menosprezo pelos funcionários diplomáticos. Diria mesmo que, nesta matéria, as nomeações de Embaixadores é gerido conforme a agenda e interesses dos partidos no poder e dos seus membros em claro menosprezo pelos reais interesses da politica externa, aliás, em matéria de politica externa é bom dizer que, há muito, Cabo verde está sem norte, navegando ao sabor dos ventos e à cata das migalhas, diga-se, esmolas, vendendo-se; A classe politica no poder anda à procura de ajudas para se perpetuar no poder ou, pelo menos, para exibir que conseguiu algum apoio internacional, não se importando o que negoceia em troca, não se importando até de ficar com as suas calças na mão. Dignidade e soberania já são valores que pouco contam. Porém, agindo assim, cabo Verde irá perder o respeito até dos tais parceiros a quem o país se vende ou com quem se prostitui. Não gosto, entretanto de apontar para o passado, mas nisto não posso deixar de questionar ao PAICV, o que fez de diferente nesta matéria? Para questionar, deveria, no minimo, reconhecer o seu erro de governação e pedir desculpas pelo erro que cometeu e pelo mal que causou aos profissionais da diplomacia e à sua carreira, deixando um ministério aberto para os desmandos da classe politica.
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0 # jorgelandim 10-07-2020 10:18
Obrigado
O Luis Filipe foi para o MNEC com a missão de impor o sofa. Agora tem de rever o acordo. O mnec anda sem norte, correndo pela europa e america e somando para a caixa.Cabo verde continua na ilusão, o pais mergulhado na crise que dura alem da pandemia. chefes so metal e postos, povo com migalha paga factura de electra ou ao povo migalha. Na pandemia, nao ha turismo, ha agricultura e pesca e a televisão nacional ha de falar verdade nao mitigada, como querem.
Imbecilidades tem de acabar no MNEC desgovernado. Os diplomatas sao pacíficos demais, deixando que esse politicos que fazem carreira politica, exercem suas profissões e depois vem reformados para o MNEC como Embaixadores, enquanto os diplomatas que fazem carreira no mnec sao desconsiderados. Tanto chicoespertismo nesta Terra! Tanta assimetria! Avançamos pouco, apesar de tanta ajuda externa recebida, por essas razoes.Aqueles de[censurado]dos o nada veem.
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+2 # José 10-07-2020 09:10
Não é só o governo mas também o Presidente da República. Ele não aceitou nomear o Dr. Mário Matos como Embaixador justificando que o mesmo era um destacado dirigente político. Mas depois nomeou 4 altos dirigentes do MpD. E agora vem dizer que o próximo PR terá que ser independente. Ele vê-se claramente que não foi independente. Aliás muitos caboverdeanos, eu incluido, nem sequer me lembro de ter umPR. Ele eo o Jorge Santos estão dando cabo da nossa democracia que está virando ditadura.
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