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 Ulisses Correia e Silva

O primeiro-ministro avisou esta quarta-feira, 24, no parlamento, que a campanha para as eleições autárquicas que deverão acontecer em outubro não será feita com ações porta a porta ou apertos de mãos, como prevenção da covid-19.

“Estou a ver com alguma dificuldade comícios como costumamos fazer. Estou a ver com alguma dificuldade esse porta a porta, de abraços e apertos de mão, como costumamos fazer”, disse o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, ao ser questionado na Assembleia Nacional durante o debate mensal com os deputados.

Admitindo que o país está prestes a entrar num período pré-eleitoral – que além das autárquicas em outubro prevê legislativas no primeiro semestre de 2021 e presidenciais no segundo semestre -, o chefe de Governo também recordou que o país continua em estado de calamidade, após dois meses de estado de emergência, para conter a transmissão da pandemia.

Cabo Verde realiza em 2020 as suas oitavas eleições autárquicas, que são convocadas pelo Governo. As últimas aconteceram em 04 de setembro de 2016.

“Temos um plano de desconfinamento que pelo menos até 01 de outubro não permite ações de ajuntamento de pessoas, nem eventos que provoquem esses ajuntamentos. Isso quer dizer que as normas sanitárias ainda continuarão a prevalecer e o Ministério da Saúde já está a preparar um normativo específico relativamente a determinados cuidados a ter. E vamos depois discutir, evidentemente, com os partidos políticos, mas serão sempre as normas sanitárias a prevalecer”, avisou.

Ulisses Correia e Silva, que é também presidente do Movimento para a Democracia (MpD), partido maioritário no parlamento e que controla 18 das 22 câmaras municipiais do país, acrescentou que “por motivos mais do que óbvios”, a própria responsabilidade dos políticos “perante a sua proteção e a proteção dos outros” terá de falar mais alto.

“E vamos ter de chegar a um consenso sobre como formatar a forma de fazer atividade política de rua neste contexto”, disse.

As oitavas eleições autárquicas deverão custar ao Estado mais de 3,6 milhões de euros, segundo uma estimativa governamental que consta da lei do Orçamento do Estado.

Nesta votação são escolhidos os autarcas dos 22 municípios de Cabo Verde.

A Lusa noticiou esta semana que o Governo cabo-verdiano abriu concurso público para comprar 750 urnas e cabines para as eleições autárquicas deste ano, com o edital do procedimento concursal a prever a sua realização no mês de outubro.

Em causa está um concurso público nacional, que decorre até 29 de junho, lançado pela Direção-Geral de Planeamento, Orçamento e Gestão do Ministério da Justiça de Cabo Verde, que adotou o prazo de urgência para apresentação de propostas, face aos “atrasos havidos por causa da declaração de estado de emergência”, devido à pandemia de covid-19.

“Pelo que há urgência em se proceder com estas aquisições antes do período das eleições, que está prevista para o mês de outubro do ano corrente”, lê-se no edital do concurso, documento que pela primeira vez avança o mês da realização das eleições, condicionadas também pelo combate à pandemia.

Em 22 de março último, três dias depois de diagnosticado o primeiro caso de covid-19 no arquipélago, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, remeteu uma decisão sobre a realização da votação para mais tarde: “As eleições autárquicas podem ser realizadas até o dia 01 de novembro [de 2020]. Ainda é cedo para um posicionamento sobre eventual adiamento ou não”, disse o primeiro-ministro, questionado pela Lusa sobre a manutenção do ato eleitoral deste ano.

Cabo Verde regista um acumulado de 998 casos de covid-19 desde 19 de março, com oito óbitos, mas mais de metade (499) já foram considerados recuperados.

O número de eleitores cabo-verdianos que podem votar nas autárquicas deste ano aumentou em quase 50.000, para 365.157 inscritos, segundo o mapa do recenseamento eleitoral publicado em fevereiro pela Direção Geral de Apoio ao Processo Eleitoral.

Para as eleições autárquicas de 2016 estavam inscritos 316.828 eleitores nos cadernos eleitorais.

Entre o total de inscritos para votar em 2020 há registo ainda de 2.369 cidadãos estrangeiros (residentes há pelo menos três anos podem votar em Cabo Verde nas eleições autárquicas). Em 2016, os estrangeiros inscritos para votar foram 2.414.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 477 mil mortos e infetou mais de 9,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em África, há 8.618 mortos confirmados em mais de 324.500 infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Com Lusa

 

Comentários  

0 # Zé Tchom Bom de Mang 29-06-2020 23:28
MPD na Tarrafal de Santiago dja cumeça mariadon reunião és ku és . Dja cumeça mal.mesmo em vez de marca Réunion claro aberto djes fazi Réunion pa um grupinho. Nhos sabi má só nhos Ka tá vota e só nhos Ka é vitória . Si nós de Tarrafal ki sta li nu Ka txomado modi ki nhos pensa pa és comissão política tá ganha eleição. Todo cuidado é pouco. Pa próximo nhos abri jogos pa k tudo simpatizantes e militantes participa nes jogo se não nu tá bai nos tudo apoia independente. Disse.
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0 # zimbron 28-06-2020 12:58
pobre homem!
Apenas esta a receita do primeiro-ministro dum país em estado de calamidade sanitária devido a pandemia (Covid 19)?
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0 # pica antonia 25-06-2020 20:33
ka preciso aperto de mão porque até lá guverno ta distribui dinhero a vontade, pa dipôs nu ta vota na candidatus di PAICV ki vai ser alternativa a kel mamas ki sta spadjadu pa tudu kantu.
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0 # Caboverdiana 25-06-2020 14:31
E já agora providenciem apenas máscaras com cara dos candidatos, em vez de camisolas, para distribuírem a população. O povo agradece e Cabo Verde sai a ganhar nessa luta contra essa pandemia.
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0 # Manuel Mota 25-06-2020 08:58
Esta é uma oportunidade do país testar fazer campanha eleitoral apenas nas redes sociais e comunicação social, por causa da covid-19, respeitando as regras de prevenção sanitária...
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0 # Nicolau Pures 24-06-2020 21:15
Quer dizer que com este governo até os estrangeiros diminuem
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0 # Gonçalo Amarante 24-06-2020 20:44
O aperto de mão nessas circunstancias retrataria a renovação de um compromisso que se por um lado ficou taxativamente caducado, pelo não cumprimento de promessas, por outro lado, coloca em vantagem, quem nada prometeu, mas que vai agora selar um compromisso novo por cumprir.
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0 # Djuntamoh 24-06-2020 20:08
Ku bar ban d’algen rumadu riba di kunpanheru tudu sen máskra, y sen nun fiskalizason, oxi, manhan na kanpanha ku sedi di votu e módi?
Sen kónta ka di oxi k’e ka ten kónta.
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