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Juliao Varela PAICV

O secretário-geral do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), Julião Varela, disse hoje que o Governo se recusa a prestar informação sobre os negócios celebrados pelo Estado com a empresa do deputado Miguel Monteiro.

Em conferência de imprensa na Cidade da Praia, Julião Varela observou que “o mais estranho” é que quem responde à carta do PAICV é o director do gabinete do vice-primeiro-ministro e sem mencionar a incumbência superior.

“De todas as informações solicitadas nenhuma foi facultada, dizendo que o PAICV deve perguntar directamente às entidades, quando quem responde politicamente perante o parlamento e os deputados da Nação é o Governo”, esclareceu.

Perante essa recusa, segundo o secretário-geral do maior partido da oposição, questiona-se o que Governo está a esconder, por que razão o vice-primeiro-ministro não responde ao PAICV e o que leva o Governo a não divulgar informações sobre os negócios feitos pelo Estado com a empresa de Miguel Monteiro, deputado do MpD, partido que suporta o Governo.

“O que leva o vice-primeiro-ministro a acovardar-se e escudar-se no seu director de gabinete “, questionou Julião Varela, lembrando que as denúncias “foram confirmadas” pelo próprio deputado Miguel Monteiro.

No entanto, disse não entender a  intenção  de Miguel Monteiro  apresentar uma queixa-crime contra o PAICV  quando o próprio deputado confirmou as denúncias, assumindo que é sócio da empresa IT Solucions e que ele e a esposa detêm, conjuntamente, 38 por cento (%) do capital social da empresa.

Não obstante essas recusas, o PAICV, conforme o também deputado da Nação, promete continuar a “trabalhar afincadamente para a transparência e o rigor na gestão da coisa pública”.

“Se o dinheiro é público a sua gestão não pode ser confidencial. Se o dinheiro é do povo uns não podem ser beneficiados em detrimento dos outros “, concluiu.

No passado dia 13, o PAICV, na voz do membro da Comissão Politica Nacional, Fidel Cardoso de Pina, acusou deputado do MpD (poder) Miguel Monteiro de usar a sua influência política para o fornecimento de prestação de serviços da sua empresa IT Solucions.

Durante uma conferência de imprensa, na Cidade da Praia, Fidel Cardoso de Pina disse que esta denúncia foi feita por uma empresária nacional na sua página de Facebook, com “acusações sérias” e com “provas concretas” contra o deputado da Nação, que também desempenha a função de secretário da Mesa e membro do conselho de administração da Assembleia Nacional.

Essas acusações veriam a ser refutadas pelo deputado Miguel Monteiro, que prometeu apresentar queixas-crime na Procuradoria da República contra o PAICV e um jornal online, por “tentativa de assassinato de carácter e de condicionamento” da actividade empresarial.

Recorde-se que este dossier dos negócios do dirigente do MpD e deputado, Miguel Monteiro, veio a público através de um artigo de Santiago Magazine, sob o título: "Política, negócios, ética e transparência. O rei não vai nú, vai de fato!"

Com Inforpress.

Comentários  

0 # Daniel Carvalho 23-05-2020 09:27
Atenção PAICV: Não sei se à luz do Direito Penal Caboverdiano, o acusado tem o dever de oferecer provas para sustentar a acusação deduzida contra si mesmo.Neste sentido,também não sei se as instituições públicas referenciadas na denuncia como sendo clientes da empresa do de[censurado]do Miguel Monteiro,devem colaborar contra o seu alegado fornecedor.
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+2 # Jorge Duarte 22-05-2020 00:22
Toda a bazófia ke se faz da democracia cv é pura falácia.
Como é ke sai governo, entra governo e sucessivos atropelos aos direitos dos cidadãos se repetem e nada acontece.

Pergunto, ke democracia é esta ke, perante denuncias graves de atos ilícitos praticados pelos governos e politicos neste pais, e as autoridades nao atuam?

Ke estado de direito é este ke os governos sobrepõem as leis e nada acontece?

Sendo verde ke o governo recusa prestar informações sobre possiveis negócios considerados suspeitos, nao este autoridades com poder para fazer valer a transparência e lisura dos atos dos governos?
Se a oposição parlamentar não tem poder para tal, deve existir instituições com esse poder.
Espero ke o Miguel leva o caso aos tribunais para ke se possa desenrolar o novelo.
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+2 # Fantonneli Mariah 21-05-2020 15:33
Ser transparente só quando estamos na oposição é exigir da situação aquilo que estando nós nesse lugar, quebrávamos o pau no ouvido e apagar esse termo do dicionário. O mais desejável é sermos transparentes na vida toda, quer na situação como na oposição, na alegria e na tristeza, até que a morte nos impeça de fazer essa exigência. Porém, essa atitude é de todo pertinente, porque nos obriga a consciencializar em não fazer ao outro aquilo que não gostamos que se nos faça. Por isso, mesmo assim essa exigência é legítima e pertinente.
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