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Ulisses Correia Silva Parlamento

O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, admitiu hoje, em entrevista à Lusa, uma “forte recessão económica” este ano, devido à pandemia da Covid-19, prevendo um Orçamento retificativo até Junho para mitigar a crise.

“O cenário macroeconómico elaborado pela equipa do Ministério das Finanças e validado pelo equipa de missão do FMI [Fundo Monetário Internacional], aponta para uma forte recessão económica em 2020 em Cabo Verde, à semelhança do que acontece a nível mundial”, afirmou o primeiro-ministro, na entrevista à Lusa,.

Em Cabo Verde estão confirmados três casos da covid-19, todos turistas estrangeiros e apenas na ilha da Boa Vista, que está de quarentena. Além disso, o país está fechado a voos internacionais, para desembarque de passageiros.

O país está dependente das receitas do turismo, com mais de 750 mil turistas anuais e um crescimento económico anual que tem ficado acima dos 5%, mas já se prepara para o cenário recessivo, devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus.

“O impacto sobre as receitas fiscais vai ser forte derivado da quebra de atividade da indústria do turismo”, admitiu Ulisses Correia e Silva.

O primeiro-ministro acrescentou que está convocada para terça-feira uma reunião do Conselho de Concertação Social, durante a qual o Governo vai “apresentar um conjunto de medidas de mitigação e de apoio às empresas e à proteção dos trabalhadores”.

“[As medidas] irão impactar as finanças públicas e a segurança social, mas que são imprescindíveis para evitar uma espiral incontrolável e ainda maior da crise. Por estes motivos, o Orçamento retificativo vai ser necessário. Prevemos apresentá-lo ao parlamento até junho”, anunciou.

Questionado pela Lusa sobre um eventual pedido de ajuda ao FMI, com envelope financeiro, o primeiro-ministro afirmou que “mais do que admitir”, Cabo Verde precisa do apoio de todos os parceiros: “FMI inclusive, assim como os países da União Europeia precisam do apoio dos fundos comunitários e do BCE [Banco Central Europeu]. Estamos perante a maior crise sanitária e económica mundial dos últimos tempos e que a nossa geração não tinha ainda presenciado e sentido”.

Globalmente, o Orçamento do Estado de Cabo Verde para 2020 é de 73 milhões de contos, mais dois milhões de contos do que no ano anterior, e previa um crescimento económico no intervalo de 4,8 a 5,8% do Produto Interno Bruto, comparando com 2019.

Com a ilha da Boa Vista em quarentena e várias medidas de prevenção activas no arquipélago, para travar qualquer progressão da doença, Cabo Verde tem previsto realizar este ano as oitavas eleições autarquias da sua história.

“As eleições autárquicas podem ser realizadas até o dia 1 de Novembro [de 2020]. Ainda é cedo para um posicionamento sobre eventual adiamento ou não”, disse o primeiro-ministro, questionado sobre a manutenção do ato eleitoral deste ano.

A pandemia da covid-19 já provocou 13.000 mortos e mais de 300 pessoas estão infetadas em 183 países e territórios.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Com Lusa

Comentários  

-1 # Fantonneli Mariah 25-03-2020 15:47
Boa tarde Sra Safra.
Retribuo com as minhas saudações, Cabo-verdianamente.
Começando por último, dizer que não vejo nada que possa intimidar no meu comentário.
Simplesmente discordei de alguns conteúdos dos dois comentários e não do seu comentário em particular como referiu. Se reparar bem, pode constatar que o meu desacordo foi muito mais claro em relação ao primeiro comentário, que referiu ao dinheiro. Em relação ao seu comentário que nem sequer aprofundei o meu desacordo e eu vou fazê-lo agora, na verdade não tem nada de imparcialidade ou de um simples cabo-verdiano que está preocupado com tudo que se passa no país, porque se assim fosse, a senhora constataria que em relação a esta pandemia, o governo esteve sempre na linha de frente, tomando pulso a situação. Poderia fazer melhor? Eu também acho sim, porque é sempre possível fazer melhor, independentemente dos recursos. O que eu acho exagerado é a frase inicial do seu comentário que faço questão de transcrever. "Este tipo mais parece um tolo!!! e a outra já no fim que diz assim: "cada um tem o que merecer...Belisquem pois por favor este que se diz primeiro dos ministros de C Verde!!!!" Minha senhora, essas frases dizem tudo da sua cidadania que como eu, também tem o direito de exercer. Só que, o exercício da nossa cidadania deve ser feito com elegância e não com libertinagem. Desculpe se exagerei na avaliação das suas expressões mas, para mim, elas não tem nada de liberdade e nem de democrático. Por outro lado, eu achei prematuro da sua parte, fazer comentários desses, antes de conhecer as medidas saídas na reunião de Concelho de Concertação Social, que aconteceu ontem terça feira e que todos os parceiros presentes congratularam. Para mim, só um primeiro Ministro populista, comportaria de maneira diferente. Ou acha que devia ser o primeiro ministro a aparecer nos órgão de comunicação social a actualizar as informações? Eu acho que não. A comunicação foi feita sempre por técnicos da área e pelo ministro da tutela sempre que necessário.
Terminando, dizer que respeito integralmente os seus comentários mas, também discordo das expressões utilizadas e do tempo em que os comentários foram feitas. NADA MAIS DO QUE ISSO.
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+1 # Safra 25-03-2020 19:36
Sr Fantonneli saudações. Acho que nem eu nem o Sr. Estamos com tempo para discussões do tipo. O que acha da minha forma de expressar é problema seu e direito seu também de achar ou não achar. Continuo achando que a saúde vem em primeiro lugar. Reitero na íntegra tudo o que disse até agora. Fique bem.
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-1 # Fantonneli Mariah 24-03-2020 11:41
Muito sinceramente, há comentários que só depois de lidos é que se chega a conclusão que nem devia ser lidos. Eu não percebi e não percebo por mais que leio esses dois comentários que me antecederam (#Safra e # Chico). Acham que o Primeiro Ministro não deve falar do orçamento rectificativo para fazer face às medidas de contingências? Como é que pensam que o Estado de Cabo Verde irá conseguir sustentar as medidas de contingências? Ainda não deram conta que toda a classe trabalhadora está com medo de ver o impacto negativo desse pandemia nos seus rendimentos e apela ao governo algum incentivo fiscal para poder manter o emprego? Então fiquem atento às decisões que irão sair da reunião de Acordo de Concertação Social que vai sair hoje a qualquer momento.
Apelo a todos para deixarmos de politização, por mais que as nossas convicções politicas nos guie neste sentido, porque a situação é seria e por isso, devemos unir todos na luta contra esta pandemia, cumprindo orientações das autoridades sanitárias do país.
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0 # Safra 24-03-2020 16:56
Salut Mariah?? Li o seu comentário referindo -se ao meu em particular. Saiba pois que não sou guiada por simpatias ou ideologias políticas. Sou um simples cabo-verdiano da diás[censurado] preocupado com tudo o que se passa no meu País. Nunca disse que não se deva falar de apoio ao sector econômico. As prioridades estabelecem -se em todos os momentos. No caso concreto, tivera o Sr Primeiro M demonstrado maior preocupação com relação à gravidade da pandemia e tudo que a envolve como implicações... porque quando se é político deve - se saber que o que conta não são as intenções mas sim o que se demonstra em ações concretas. O importante neste que é um flagelo para o Homen deve ser evitar o máximo a contaminação. É para isto Valeria e vale as ações de ontem, antes de ontem e hoje. Sem seres humanos não haverá economia. Como entender que ao invés de se dar a cara, determinar medidas de confinamento e garantir serviços de base como: comida para as pessoas , água, electricidade entre outras coisas prioriza-se apoio imediato à cv airlines???? Quando sabemos que todo o sector econômico deve ser contemplado num conjunto melhor pensado. Grande parte Da actividade econômica deste País está nas mãos dos nossos pequenos comerciantes que também precisam muito mais da ajuda do Governo. Que tudo seja feito em harmonia com as nossas capacidades econômicas e com justiça. Todo o cabo-verdiano tem direito e deveres. Direito a dar opiniões enquadrado num respeito mútuo e dever de ajudar também com opiniões e meios materiais se necessário e se os tiver disponíveis. Não existem intocáveis!!!! Todos por Cabo Verde e Cabo Verde para todos . Nada de intimidações. Obrigada e para mim chega.
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0 # Safra 23-03-2020 18:08
Este tipo mais parece um tolo !!! Neste momento de aflição, sobretudo porque já estamos em Cabo Verde com casos do covid19 ele aparece falando de orçamento retificado. Ao invés de assumir uma postura de líder ( que é o que esperam ) os cabo-verdianos neste momento. E manda dar a cara o coitado do Director da Saúde publica que infelizmente não está à altura e nem tem carisma. Este facto traduz a importância que se está dando ao problema. Como se costuma dizer : cada um tem o que merecer. Mas acho que o povo deste País merece outra coisa. Belisquem pois por favor este que se diz primeiro dos ministros de C Verde!!!!
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-1 # Chiku 23-03-2020 09:53
No meio desta pandemia, vem falar disto, do dinheiro?
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