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malan bacai jr

O secretário de Estado das Comunidades da Guiné-Bissau, Malam Bacai Júnior, condenou hoje o tratamento dado pelas autoridades cabo-verdianas a um cidadão guineense, que ficou retido durante 48 horas no aeroporto da Praia, quando viajava para o Brasil. Governo quer ter todos os dados para tomar "medidas adequadas".

"A secretaria de Estado das Comunidades está completamente solidária com as reclamações do grupo de activista, como cidadãos do mundo da CPLP e da CEDEAO e não podemos aceitar que um cidadão guineense seja tratado desta maneira", afirmou Malam Bacai Júnior.

O secretário de Estado falava aos jornalistas enquanto decorria um protesto de jovens guineenses a exigir respeito pelos cidadãos da Guiné-Bissau, depois de o professor universitário José Mário Fernandes ter denunciado os maus-tratos a que foi sujeito no aeroporto da Praia quando viajava desde Bissau para o Brasil, onde reside.

"Estamos à espera de mais informações para saber quais foram as razões que levaram as autoridades cabo-verdianas a tratar um cidadão guineense daquela maneira e nós não podemos aceitar e condenamos vivamente esse tipo de comportamento", afirmou.

"Condenamos esta atitude seja com o Jorge Fernandes, seja com outro cidadão qualquer e como Estado não podemos aceitar isso", salientou.

Num testemunho, colocado nas redes sociais, o professor universitário guineense José Mário Fernandes, que se encontrava a viajar da Guiné-Bissau para o Brasil, onde é residente, denunciou que ficou retido durante 48 horas numa cela no aeroporto da Praia e sujeito a violações dos seus direitos.

Entretanto, o ministro da Cultura, Abraão Vicente, disse já hoje que o Governo quer ter todos os dados para esclarecer e tomar "medidas adequadas" sobre o caso. 

Abraão Vicente respondia a perguntas dos jornalistas em conferência de imprensa, em que foi o porta-voz do Conselho de Ministros, mas disse que até este momento não tem todos os dados sobre o caso para poder comentar.

"Não tenho os dados e não posso comentar um caso com base nas declarações de uma parte. Neste momento, não tenho informação. É preciso ter todas as informações para comentar, havendo uma investigação aprofundada, iremos tomar as medidas adequadas", afirmou o ministro. Anda não existe uma reacção oficial por parte da Polícia Nacional. 

A Liga Guineense dos Direitos Humanos também pediu uma investigação aos acontecimentos, adiantando que "têm sido sistemáticos os relatos de comportamentos ilegais e abusivos dos agentes do serviço de migração e fronteiras de Cabo Verde contra cidadãos guineenses e de outras nacionalidades da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO)".

O sociólogo e ativista guineense Miguel de Barros também já se solidarizou. "Toda a minha revolta e indignação pelo tratamento indigno e a prisão ilegal de que foi vítima o académico e pesquisador guineense Jorge Fernandes pelas autoridades policiais nos serviços de migrações e fronteiras de Cabo Verde, estando em trânsito para o Brasil onde faz o doutoramento", escreveu o investigador nas redes sociais.

A historiadora Iva Cabral, filha de Amílcar Cabral, herói e líder da independência dos dois países, também já expressou nas redes sociais a sua revolta, indignação e vergonha com a "prisão ilegal de que foi vítima e do tratamento desumano com que foi tratado o pesquisador e académico guineense".

"Este tratamento desumano de que sofrem os cidadãos da CEDEAO parece estar sendo cada vez mais normal na fronteira cabo-verdiana ao contrário do que acontece com os visitantes europeus aos quais nem se exige visto", lamentou.

A Guiné-Bissau e Cabo Verde fazem ambos parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, onde há livre circulação de pessoas, bens e serviços.

Com Lusa

Comentários  

+1 # joao oliveira da cru 11-10-2019 22:56
Devemos ser ponderados na maneira de tratar nosso semelhante.
Hoje, ao darmos guarida aos nossos irmaos africanos, estamos retribuindo a morabeza com que muitos dos nossos conterraneos foram acolhidos nos varios paises da costa africana.
Senegal, Guine Bissau, Costa do Marfim, Angola entre outros, foram, no passado, alguns desses paises de acolhimento.
Sejamos inteligentes!
Nao julguemos pela aparencia!
O caracter nao esta na aparencia!
Abaixo o racismo!
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+1 # Inácio Moreno Mendes 08-10-2019 09:27
Foi uma cena que passou, mas aguardamos a versão da policia nos sem nus ouvir outro lado da questão fica complicado tecer comentários, os Guinenses podem e deve saber o que se passou, sim, mas quem não se lembra das policias da fronteira que foram mandados em serviço para aquele pais e foram presos temos que lembrar disso, mais não estou a por em causa aquilo que passou ou querendo pagando com a mesma moeda mas aconteceu
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+1 # Dnhelssantis 04-10-2019 22:44
Convém não confundir a árvore vcom a floresta. Se alguns agentes da polícia agiram mal, de má fé, manifestando xenofobia e ou racismo, devem ser julgados e punidos com severidade, de acordo com as leis da República.
Trata-se de comportamento reprovável, hediondo, que não deve fazer escola no nosso país. Contudo, eu não aceito que se culpe o Estado de Cabo Verde só porque dois, três ou mais tristes resolveram cair na baixeza de vilipendiar um cidadão, seja de que nacionalidade fôr. A lei, apesar da sua severidade, anda de mãos dadas com o humanismo que deve estar presente em todas as nossas ações. humanismo anda
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0 # Maria cushing 05-10-2019 17:25
A educacao comeca em casa
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+6 # baldé 04-10-2019 21:41
Esse agente deve pagar do seu bolço a passagem ao cidadao guinense. E indemnizacao.
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+4 # shaquira 04-10-2019 21:39
A Policia de Fronteira precisa ter agentes bem preparados. Rigorosos, mas tem que saber enfrentar as situações, e não abusar das pessoas, sem razao para tal.
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-7 # John Miller 04-10-2019 19:32
É culpa do paicv! Esse partido não consegue viver em paz com os guinienses, desde a era colonial!
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0 # Malaine haidara 05-10-2019 23:37
Sr PAICV não esta em poder para de falar barbaridade
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+1 # Maria cushing 05-10-2019 17:28
A educacao comeca.em casa seja qual for o PARTIDOS nunca esquecem.cabo Verde os Caboverdeanos e o pais que tem mais immigrantes na immigracao em.Africa apesar que muitos pensa que nao Sai Africanos
Educacao e a chave que abre today as portas inclusive a beleza de um diploma
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+2 # Africanista de Gema 04-10-2019 16:54
Que triste cena! Temos que mudar radicalmente a nossa atitude face aos nossos irmãos do continente, sobretudo dos países que tão bem nos acolheram no passado e, até hoje, nos tratam tão bem. Os Guineenses são nossos irmãos de sangue e de historia, por isso, me dói no fundo do coração quanto os vejo a serem tão maltratados nesta terra, que também é deles. Inqualificável, vergonhoso e revoltante este episodio que, infelizmente, não constitui um ato isolado. Espero, pois, que o Governo tome uma atitude responsável e coerente com os discursos oficiais e circunstancias em relação ao nosso continente e que tome medidas punitivas proporcionais a esta desonra perpetuada por quem teve esta indelicada postura contra este nosso irmão que não conheço mas a quem endereço os meus sentimentos de solidariedade e peço perdão, porque, neste aspeto, todos os Cabo-Verdianos deviam sentir-se solidariamente culpados e, ao mesmo tempo, vitimas deste abuso de autoridade. Inadmissível!
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+1 # toto 04-10-2019 16:06
Não chega desculpa ,tem que repor os danos e custos pela perda dos passajes .
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0 # para Ela 04-10-2019 16:01
Por tlf pedi a Agente da SEF Angela para informar em que pe' estava o processo de residência de um estrangeiro latino ,ela disse para voltar a ligar a próxima semana ,assim passaram varias semanas e em todas o mm deboche ,alem de seu e-mail oficial que lhe pedi estar inactivo .A residência durante 2 anos jamais chegou a SV. Mais ela ouviu todo que tinha pra lhe dizer : abusada , covarde,etc
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