O presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves, apelou esta terça-feira, 16 de abril, a “todos os autarcas” do país para reforçarem o seu apelo à regionalização, à descentralização e ao desenvolvimento igualitário em todas as ilhas.
Em conferência de imprensa no salão nobre dos Paços do Concelho, Neves disse que os autarcas não querem viver “a correr atrás de migalhas”, pelo que devem continuar a lutar pela regionalização, pois são eles que “sentem o peso da centralização na Praia”.
O presidente da câmara de São Vicente deixou “recados”, como disse, aos “ditos deputados” do PAICV eleitos pelos sanvicentinos, “a começar pela presidente do partido”, que “querem viver no bem-bom na Praia”, porque, sintetizou, “só conhecem a Praia e tudo aquilo que seja bom para as outras ilhas lhes faz coceira”.
“Isto é um recado para os ditos deputados do PAICV eleitos pelos sanvicentinos, ingratos, e que na hora da verdade escondem-se atrás do pano preto”, acusou, por isso “não são mindelenses”, porque não conseguem libertar-se das “amarras do partido único, da sede de poder e da centralização do poder”.
As críticas chegaram também à UCID, que Neves acusou de não ter uma proposta de regionalização, por “andar à deriva”, e só se preocupar com “lixeira, casas de tambor e areia”.
“O que é isso da reforma do Estado se a Constituição da República é clara e dá todas as possibilidades para se fazer a regionalização”, questionou o presidente da câmara de São Vicente, para quem a ideia de desaparecimento do município em ilhas-município “é um disparate e pura aberração”, e que só fala disso quem nunca foi autarca, pois, considerou, “o poder regional não interfere no poder local”.
Diz-se a favor da regionalização porque “apenas com ela haverá desenvolvimento” no país, com mais um poder próximo das populações para resolver as suas dificuldades e “romper com as assimetrias existentes”.
“Iremos continuar a lutar pela regionalização, é uma necessidade da população que sufragou a proposta do MpD nas eleições legislativas de 2016 e os deputados devem trabalhar e chegar a consenso quando é matéria para bem da população”, sintetizou o autarca.
Por fim, Augusto Neves lançou a ideia de que a discussão e o diálogo são as palavras-chave para o futuro, porque o MpD e o PAICV têm cada um o seu projecto, a UCID tem as suas ideias.
Com Inforpress
“Discutindo profundamente pode-se chegar a um consenso com a cedência de todos os lados, para se ter a regionalização”, finalizou.
Quem ouviu os bravenses? Quem ouviu os maenses? Quem ouviu os boavistenses, quem ouviu os sntantonenses? Quem ouviu os nicolaenses? Quem ouviu os santiaguenses? A reivindicação da regionalização não é de hoje, os sãovicentinos e o salenses há muito que queriam se distanciar ou mesmo independer das autoridades da Praia. O MPD aproveitou das reivindicações destes para fazer campanha que os conduziram à vitória. Se o SOCOLS não tivesse promovido as efetivas e oportunas manifestações de rua e reivindicções nada de regionalização teria sido mencionado, pelo menos pelo Governo. A regionalização é uma quimera nesta legislatura.
A meu entender, a regionalização não é algo que possa ser implementado de forma atabalhoada porque, realmente, é matéria que exige um vasto consenso não só dos partidos políticos mas de todas as organizações da sociedade civil.
A questão da reforma do Estado é prioritária constituindo uma base sólida para depois se implementar a regionalização.
Num país de parcos recursos, onde uma grande franja da população vive abaixo do limiar da pobreza, não faz sentido levar avante um processo que irá, certamente, encarecer ainda mais a vida deste povo.
Como eleitos da nação deveriam, ao menos uma vez na vida, priorizar os interesses do povo, chegando a um profundo entendimento em vez de de atirarem farpas uns aos outros pois não foi para isso que foram eleitos.
O pomo da discórdia é que ninguém quer perder os benesses enquanto o Zé Povinho continua na mó de baixo batalhando arduamente para sustentar a máquina do Estado cada vez mais alheio aos seus interesses.
djicoliveira
quem vos garantiu que o segredo dos nossos problemas locais, ou regionais, está na regionalização?
Uma regionalização com mais uma estrutura burocrática para absorver, ainda mais, os parcos recursos!
No caso concreto de São Vicente, o Sr. Augusto já pensou e pesou bem como vai ser isso? Se ao contrário de mais uma estrutura de poder em São Vicente, fosse aumentado à Câmara mais poderes e com mais recursos, não seria melhor? Imagine quanto vai custar todas as despesas e as mordomias para com o governo regional. Imagine, por exemplo, que apenas esse recurso fosse passado à sua Câmara! Tá ver? Portanto, ponha a cabeça no lugar e deixa de insultar os de[censurado]dos do PAICV, como fez, de forma vergonhosa e baixa para uma pessoa que até dizem que tem diploma de doutoramento.
Onde, quem, como e quando é que lhe ensinaram que o fogo extingue mais rápido se nele se deitar gasolina?
Acho que no futuro os presidentes da Câmaras devem e vão ser nomeados pelas capacidades de administrar e não pela sua militância no partido, pois já se comprovou que temos alguns que mereciam estar no cais com u ma cana a pescar
Cabo Verde não é só Sv,; diga ao teu chefe Ulisses que manda a proposta para o referendo e os caboverdianos vao dar a resposta.
O Histórico tenha dó de nós. Saia o mais depressa possível. O povo agradece. Só dizes baboseira.....