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Conferncia José Maria Neves 696x385

O ex-primeiro-ministro, José Maria Neves, acha que há no País “uma excessiva partidarização no espaço público” e propõe a "criação de mecanismos para melhorar” o relacionamento entre os partidos políticos.

“É preciso reduzir a partidarização de todo o espaço público em Cabo Verde, onde temos uma excessiva partidarização”, concretizou a mesma fonte, para quem há que desenvolver condições para que haja um diálogo entre os partidos políticos e “a criação de novos mecanismos de relacionamento” entre os partidos, os deputados, os cidadãos eleitores e entre o Estado e a sociedade.

José Maria Neves fez estas declarações à imprensa, momentos antes da abertura da II ronda da conferência “Democracia e Governança: um futuro a construir”, e do lançamento do livro “Um Futuro a Construir”, promovido pela Fundação José Maria Neves para a Governança, que aconteceu esta manha na Cidade da Praia.

Ajuntou que é necessário “reforçar tolerância mútua” entre os partidos e promover a construção de “consensos mínimos” do desenvolvimento do país.

Na ocasião, questionado também sobre as novas vozes que vem aparecendo nas sociedades democráticas, tendo como exemplo os jovens do Tarrafal de Santiago que saíram à rua para contestar o desenvolvimento do concelho, adiantou que tem havido um “aumento de dissonância” entre aqueles que governam e os governados.

“Há algum ressentimento em relação a promessas não cumpridas e há um baixo rendimento do sistema em relação às aspirações e sentimentos das pessoas”, referiu.

Com isso, realçou que são esses “novos fenómenos” que mostram que “há uma recessão democrática”, um “crescimento da democracia iliberal” e que, mesmo em sociedades onde as democracias estão “muito mais consolidadas”, há “recuos e há avanços de lideranças autoritárias” e há um “claro recuo de espaços participação e dissenso”.

“É preciso defender a democracia, defender as liberdades, defender os espaços de dissensos, como os órgão de comunicação e os partidos políticos, é preciso criar espaços para uma maior ingerência da sociedade civil no controle e no exercício do poder”, reiterou.

A Fundação José Maria Neves para Governança tem previsto ainda para Fevereiro uma nova conferência, desta feita sobre as relações entre Europa/África e, no mês de Março perspectiva-se uma outra conferência envolvendo vários ex-primeiros-ministros da África e da Europa sobre os desafios da governança em tempos de crise.

Com Inforpress

Comentários  

-1 # tibernau 14-01-2019 11:47
Ze Maria, só podes estar a brincar com a inteligência dos Cabo verdianos. Você teve a oportunidade de governar sem partidarização e não o fez e agora exige estes governo que fizesses o que você não conseguiu fazer.

Zé tu às vezes pergunto, se quando estava em frente do governos vivias em Cabo Verde, pelo menos no pedestal que estavas se vivias cá dava para ver o que acontecia.

Veja o estado social/político que deixaste de herança. Veja a situação económica que deixaste em Cabo Verde? Tudo fruto de uma governação extremista, oportunista e que só quem coabitava consigo nas suas vazias ideias conseguia dirigir mesmo sendo com chefe de viaturas, chefes de jardins para não dizer outros cargos.

Cita aqui agora como comentador ou resposta de alguém que pertence a algum outro partido que nomeaste em algum carga de direcção durante a sua governação?

Eu sei que iniciaste a sua pré campanha para o presidencial, mas digo-lhe iniciaste mal.

Haja paciência para ler os seus artigos.

Bem aja a democracia sem zé maria neves
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-2 # João Gomes 14-01-2019 11:20
"...afirmação de JMN, como se tratasse de alguma novidade!!!
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-1 # Armando P. Neves 12-01-2019 18:31
Raras vezes concordo com este Senhor. Ele e eu somos pertencentes a espaços ideológicos diferentes, digo opostos. Durante muito tempo, enquanto JMN defendia no Liceu e mais tarde na JAAC-CV a ditadura do Paigc/CV, como meio de Cabo Verde desenvolver-se e alcançar o bem-estar económico e social, eu, pelo contrário, defendia e defendo o multipartidarismo. Até que o tempo veio a dar-me razão. JMN ainda não é um democrata de convicções. Seus solavancos ideológicos ora à esquerda, ora à extrema-esquerda mostram que ele convive mal com o debate de ideias. Aquando das eleições presidenciais em que alguns correligionários do partido dele se posicionaram em favor da candidatura de Aristides Lima, ele recebeu-os com pedras na mão. Neves tenta passar a ideia de um democrata, não de convicções, mas de necessidades...oportunismo.
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