Pub

Zé Black

O deputado do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), José Veiga disse hoje que “grande maioria” dos cabo-verdianos quer sair do país por falta de perspectivas num futuro melhor.

José Veiga, que falava no Parlamento durante o debate do Orçamento do Estado 2019, sustentou que os cabo-verdianos querem viajar para fora do país para saírem da “pobreza extrema” porque “não há perspectiva num futuro melhor para a grande maioria”.

A realidade é, segundo aquele deputado, “tão sufocante” que “uma grande maioria dos cabo-verdianos” se sente retida no próprio país.

“Esse orçamento ainda não convida os cabo-verdianos a ficarem (…), não traz propostas aos desafios dos cabo-verdianos, porque é mais um orçamento do vamos. Já são quatro orçamentos do vamos”, continuou José Veiga quem espera que Cabo Verde “nunca mais” venha a ter “um governo tão insensível e tão propagandista como este do MpD”.

O parlamentar do principal partido da oposição defendeu ainda que o Governo, e particularmente o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, deve “assumir as suas responsabilidades e cumprir a sua missão”.

“A realidade é incontornável e, uma coisa é certa, não há campanha propagandística do Governo, orquestrada por profissionais especialistas de comunicações, muitos contratados no exterior a peso de ouro, não há malabarismo numérico, estatístico que possa falsear a verdade e escamotear a realidade em que vivemos”, acrescentou.

Para José Veiga, é “realidade e verdade” que “milhares de jovens estão sem emprego, desesperados, sem perspectivas do futuro, por falta de capacidade do Governo dinamizar a economia para absorver a população activa para receber quadros, para gerar empregos para jovens”.

Continuando, aquele deputado disse que é “triste e vergonhosa realidade” a situação de milhares de estudantes que, segundo afirmou, abandonam ou não entram nas universidades por falta de bolsas de estudo “porque este governo está a negligenciar a capacitação dos jovens e o futuro de todos os cabo-verdianos”.

“E já ninguém se lembra do compromisso de formar 50 cabo-verdianos nas melhores universidades do mundo”, ajuntou a mesma fonte completando ser “lamentável” o facto de que “milhares de famílias cabo-verdianas” estejam a “passar por dificuldades”, “abandonados pelo Governo da República”.

José Veiga disse que ainda que isto “pode ser visto, tanto na rua de frente, onde tentam ganhar o pão e são escorraçados pela Polícia Municipal, como nas ruas de trás, nos campos, no interior, nos bairros degradados, onde sobrevivem um dia de cada vez perante a insensibilidade humana do Governo de Ulisses Correia e Silva”.

“O Governo o MpD já está a quatro Orçamento a enganar os cabo-verdianos e a trair a confiança dos cabo-verdianos com o «vamos» porque este orçamento ainda não promove a mudança da realidade, não promove a geração de rendimentos, não combate a pobreza e não socorre as famílias. Não combate a precariedade”, acrescentou.

José Veiga defendeu ainda que o Orçamento de Estado para 2019, apresentado pelo Governo do MpD, é “para alimentar a máquina pública, para satisfazer os caprichos de um Estado despesista, de um governo gastador, que gosta de luxo e dos passeios no exterior que gosta de festivais e conferências internacionais”.

“Este Governo tem sido, de facto, uma grande decepção para os cabo-verdianos porque Ulisses Correia prometeu aos cabo-verdianos e não tirou do papel”, finalizou.

Com Inforpress

Comentários  

+1 # Carlos 30-11-2018 09:48
É notório a quantidade de pessoas a tentar emigrar definitivamente ou tem[censurado]riamente para Portugal e EUA a procura de trabalhos periódicos para ganharem um pão. pois em Cabo Verde está cada vez mais díficel.
Em Cabo Verde ou não há emprego ou para aqueles que entram no setor informal são atacadas pela policia municipal.
Responder