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Será que o chefe do Governo já encontrou a "varinha mágica" para a sua governação? A bancada do MpD e da UCID votaram a favor. Odailson Bandeira e Filomena Martins, do PACV, também votaram a favor. O PAICV votou abstenção. José Gomes da Veiga Júnior, Zé Black, do PAICV, foi o único deputado a votar contra. O voto ficou assim: estavam na sala 60 deputados, 37 do MpD (favor), 2 da UCID (favor) e os restantes 21 do PAICV,  dos quais 2 votaram a favor, 1 contra e 18 abstenção. 

Para o Governo, a regionalização é uma espécie de “varinha mágica”, que o Ulisses Correia e Silva havia afirmado não ter, mas que acaba de descobrir, com esta "solução" de regionalizar as ilhas.

O PAICV sustenta que não poderia votar a favor de uma proposta que rejeita uma profunda reforma do Estado, traduzida basicamente na redução do número dos deputados e na alteração do processo de eleição para listas uninominais. Por outro lado, para os tambarinas, as contas do MpD não batem. E na ausência de estudos, o país fica sem saber onde se ganha ou se perde com este dossier.

O partido da estrela negra apresentou-se desfalcado na altura da votação. Júlio Correia, José Sanches e José Maria Veiga abandonaram a sala das sessões. O deputado Carlos Delegado, de Santo Antão, chegou mesmo por abandonar a própria sessão. Felisberto Vieira, Clóvis Silva e Fernando Frederico encontravam-se em missão de serviço.

Para o MpD, a regionalização irá resolver o problema das assimetrias regionais, aproximando o poder executivo das populações. Não ficou muito claro de que forma estes problemas serão resolvidos, com que recursos, mas para o partido ventoinha, a partir deste momento, o desenvolvimento do país há de, efectivamente, tornar-se uma realidade.

Odailson Bandeira, eleito do PAICV pelo círculo eleitoral de Santo Antão, disse que não votou a favor do MpD, nem contra o seu partido, PAICV, e sim a favor da sua ilha, “porque há momentos em que um homem tem que mostrar que é homem”.

Por seu turno, Filomena Martins, eleita do PAICV por São Vicente, sustenta que votou a favor, porque “as ilhas não podem ficar como estão”. Ademais, acrescenta, “não existe grande diferença entre uma proposta e outra”, referindo-se às propostas do MpD e do PAICV.

José Gomes da Veiga Junior, é o único que votou contra esta proposta de regionalização. Para este deputado do PAICV pelo círculo eleitoral de Santiago Norte, o MpD está apenas numa manobra de diversão, uma vez que não tem encontrado soluções para os problemas das populações e vem agora com a regionalização para entreter o país.

Independentemente das razões de uns e de outros, a partir deste momento os cabo-verdianos estarão atentos para os novos episódios deste processo, que ainda vai no adro.

O líder parlamentar do MpD parabenizou o primeiro-ministro, dizendo que ele prometeu a regionalização e que está a cumprir. Para Rui Figueiredo Soares, os cabo-verdianos também estão de parabéns.

Para um país a braços com profundos problemas a nível dos transportes aéreos e marítimos, do emprego jovem, do mau ano agrícola, entre outros males sociais, a regionalização poderá vir a ser, de facto, uma lufada de ar fresco para o Governo, num momento em que tudo parecer dar para o torto. Será que os cabo-verdianos estão à frente da "varinha mágica" que o chefe do Governo tanto vinha choramingando e se lamentando ao longo destes quase 3 anos de mandato?

Foto: Google

Comentários  

+2 # Daniel Carvalho 27-10-2018 08:17
Para perceber melhor o que se passou dentro do PAICV nesse processo, agradecia que. se possível, Santiagomagazine me informasse quem são os oito eleitos do PAICV que não votaram, e asa circunstâncias em que esse facto ocorreu. Isto porque um partido com 29 eleitos, comparecem apenas 21 no momento da votação de um diploma tão relevante para a vida nacional, não parece normal. E mais, esses de[censurado]dos faltosos devem uma explicação ao país, especialmente aos seus eleitores. Se o PAICV não tiver a coragem de explicar para todos nós entendermos o que se passou, então não vale a pena, JHA. Se já não lidera o seu partido, muito menos a oposição.
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+2 # Nhota Barela 26-10-2018 19:57
Primeira leitura séria desta votação: o PAICV está dividido e não é de hoje. Não foi a Janira Hopffer Almada responsável por essa divisão. Quem dividiu o PAICV foram as alas de JMN e de Felisberto Vieira. Contudo, ela deve tirar as conclusões e pedir a sua demissão do cargo e deixar de aprisionar o partido. O PAICV enquanto não tiver um líder maduro e capaz de reunificar o partido e botar para trás as mazelas de 20011 não mais sairá de cepa-torta. Ela perdeu essa votação porque tinha avisado que o partido não ia votar favoravelmente a versão apressada do MPG, o que significa que ela já não lidera coisa nenhuma. Não teve apoio de alguns de[censurado]dos do seu próprio partido. Um MPD com alguns de[censurado]dos ausentes da sala, ainda assim conseguiu fazer passar a proposta de lei que exigia dois terços para a sua aprovação. Isto é uma derrota da ainda líder do PAICV. Eu sou a favor à regionalização, mas estava convencido que a proposta do PAICV era muito melhor que a do MPD, porque propunha a diminuição dos de[censurado]dos e a transferência das competências às regiões, como parte de uma abrangente reforma do estado. Apesar disso a direção do partido sequer conseguiu convencer os da sua bancada na bondade de tal proposta. Isto é muito grave. Ela já não tem condições para mobilizar a os militantes e a sociedade para estar à frente do PAICV. O partido deve convocar imediatamente um congresso ou uma conferência nacional, para reconfigurar os seus órgãos diretivos. Para quê? Para a reunificação do próprio partido e do espírito combativo sintonizado e sólido em torno da nova direção, a sair da conferência ou do congresso. PAICV precisa de arrepiar caminho, o mais urgentemente possível, sob pena de permanecer na oposição por tempo indeterminado. Tenho dito e oiça que quem quer.
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-2 # José Antônio Serra 26-10-2018 19:10
Coloque a fonte na figura porque Google não é fonte, mas sim provedor e deixe lá de boa, bla, bla. O PM encontrou a varinha mágica enquanto dirigentes e de[censurado]dos do PAICV a contas com a justiça. Eis a diferença.
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