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JCFONSECA

Caiu o pano sobre SOFA. O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, ratificou hoje o acordo de defesa e segurança com os Estados Unidos da América (EUA), uma decisão há muito aguardada.

Jorge Carlos Fonseca anunciou esta decisão à comunicação social, na cidade da Praia, afirmando ser "importante ter em consideração que qualquer acordo que vincule o Estado de Cabo Verde é isso mesmo, um acordo, uma decisão conjunta de Estados soberanos".

O Acordo de Estatuto de Forças ('Status Of Forces Agreement', SOFA, na sigla em inglês) foi assinado a 25 de setembro de 2017 e estabelece um quadro de parceria e cooperação aplicável ao pessoal e aos contratantes dos Estados Unidos que estejam temporariamente em Cabo Verde, no âmbito de visitas de navios, formação, exercício, atividades humanas e outras.

O chefe de Estado cabo-verdiano referiu, na sua comunicação, que existia uma cláusula no SOFA que, não sendo nova no ordenamento jurídico de Cabo Verde e existindo em convenções estabelecidas entre outros países democráticos, “provavelmente seria objeto de alguma polémica, por implicar o reconhecimento de uma posição de transferência de jurisdição criminal à contraparte por eventuais ilícitos cometidos pelos seus agentes em território cabo-verdiano”.

“O caminho mais fácil, mais cómodo, recomendava o envio do acordo para o Tribunal Constitucional, agindo depois o Presidente da República em conformidade com a decisão que fosse adotada nos termos prescritos na Constituição”, disse.

Mas, adiantou, “o chefe de Estado não pode, não deve, escolher o caminho mais fácil, mas apenas aquele que resulta da autónoma e a mais completa possível ponderação que faz, serena e objetivamente, do conteúdo da matéria, do contexto e de todas as circunstâncias relevantes”.

Jorge Carlos Fonseca disse não ter vislumbrado no SOFA “qualquer matéria” que lhe tenha “suscitado fundadas dúvidas sobre a sua constitucionalidade”.

“Enquanto Presidente da República, não posso deixar de valorizar a necessidade de Cabo Verde se fazer ouvir no plano externo a uma só voz, particularmente quando se trata de questões de elevado interesse nacional, a não ser em situações bem determinadas ou extraordinárias, em casos-limite que bem podem acontecer”, sublinhou.

Antes de revelar que ratificou o acordo, o chefe de Estado cabo-verdiano fez questão de referir que o acordo é “suscetível de ser sempre criteriosamente reavaliado na sua execução, medindo-se os seus impactos eventualmente menos positivos ou até mesmo negativos e, se for caso disso, aproveitar os seus próprios termos clausulares e propor os ajustamentos que se mostrarem necessários, de sorte a salvaguardar sempre, e em primeira linha, os interesses do país”.

O acordo sobre o estatuto das forças militares dos Estados Unidos em Cabo Verde, que o Presidente da República cabo-verdiano anunciou hoje ter ratificado, foi negociado durante mais de oito anos e tem sido fortemente criticado pela oposição.

Aprovado a 29 de junho no Parlamento cabo-verdiano, com os votos a favor da maioria e a abstenção da oposição, o SOFA foi assinado a 25 de setembro de 2017, em Washington, pelo primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, no âmbito da sua primeira visita oficial àquele país.

O SOFA estabelece um quadro de parceria e cooperação aplicável ao pessoal e aos contratantes dos EUA que estejam temporariamente em Cabo Verde, no âmbito de visitas de navios, formação, exercícios, atividades humanitárias e outras.

O acordo prevê para estes cidadãos os mesmo privilégios, isenções e imunidades que são concedidos ao pessoal administrativo e técnico das missões diplomáticas e estipula a renúncia a "quaisquer demandas" em caso de danos, perda ou destruição de propriedade, lesão ou morte de pessoal das forças armadas ou civil no desempenho das funções oficiais.

Janira Almada, líder do maior partido da oposição cabo-verdiana (PAICV), reagiu a este acordo, apontando a inconstitucionalidade de algumas normas, e defendendo a necessidade de preservação da soberania.

Em resposta, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Filipe Tavares, declarou que o acordo assinado com os Estados Unidos não tem nenhuma inconstitucionalidade.

Na altura, o ministro indicou que o documento foi facultado aos sujeitos partidários, entre eles o PAICV, mas não houve nenhuma manifestação de que havia alguma inconstitucionalidade.

Em agosto, numa entrevista ao semanário Expresso das Ilhas, o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, afirmou que, sobre o processo que conduziu à assinatura do SOFA, “deveria ter existido uma articulação próxima” com o chefe de Estado, porque ele “tem poderes constitucionais nesta matéria”.

“Eu vim conhecer o acordo já depois de ser assinado. Isso não é normal, não é desejável”, disse então.

Com Lusa

Comentários  

0 # Binbirin 21-09-2018 12:10
Oi... Foi dessa forma preparada. Autentica peça de teatro. Ai ZONA ai bô fôme....
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0 # DIFORA 21-09-2018 09:53
E KAsu Sperado
By: AJ Lopes

Kombersu Xalina ka ta fadja

si bu djunta ku porku

Boka ten ki turfudja na farelu.

Sen djobi pa povu. Ki ta konta e mama.

E ka ninhun segredu

Es ventoínha e igoista

ta gira na forsa ganansia

Ki ta konta e sta na puleru.

Si pelo menus strela ata limiaba

Nu ta tinha mas speransa

Ah Cabo Verdi, ah mosinhus!

Politika ka di fiansa

Pulitikus ka ten alma.

Merkanu sabi largu

Berdianu ten medu fla "nau"

Sima ki Dios e branku...

Ki so pabia di Cor nu ten ki tra txapeu.

Basofaria go nos ki ten

Ta meti boka la lonji...

Nos ku skola sen prusor

Ku prusor sen skola

Falsia bira modelu

Tudu e so forma

So pa bunitu

Korda, Fonseca ka di fiansa

Sima dimokrasia di merka e falsu

Dibinha go na undi ki e ta rabenta.
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0 # Djack 21-09-2018 13:30
Quê língua é esta?
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0 # Djan Djobi 20-09-2018 19:16
Leia-se "fiquem calados", ao invés de "fiquem calado".
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-1 # Djan Djobi 20-09-2018 17:28
Li algures num jornal concorrente que o partido de estrela negra vai intentar uma ação de fiscalização sucessiva do acordo SOFA junto do TC. O PAICV não tem nada que pedir a fiscalização constitucional de coisa nenhuma. Dificilmente vai sair vitorioso. Foram vocês que, estando no poder, com larga maioria, negociaram mal a instalação do tribunal, levando a que, embora estando em maioria absoluta na Assembleia Nacional, o MPD saisse em maioria junto desse tal tribunal, não conseguindo eleger alguém próximo do partido para o cargo de presidente daquele orgão fiscalizador da constituição e das leis, porque não souberam acautelar os próprios interesses, a negociar com o astuto e habilidoso MPD. Com este partido, o PAICV perdeu todas as rondas negociais, desde 90 a esta parte. Onde é que já se viu uma coisa semelhante? Agora fiquem calado e carreguem a vossa cruz. Eu não tenho pena de disciplcentes. Como dizia Samora Machel, com o poder não se brinca.
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+1 # DIFORA 20-09-2018 15:11
Meu caro Presidente... eu esperava de tudo, mas vender cabo verde nunca. Este acordo é inconstitucional e é aprovado pelo senhor, que se diz conhecedor da lei e um homem constitucional, ou seja que conhece bem e defende a constituição acima de tudo. Então porque fizeste toda aquela guerra com os seus compatriotas sobre este acordo? para desviar a tenção dos caboverdianos?
Podes aproveitar porque estás no final do seu mandato, mas em Cabo Verde a tua re[censurado]ção acabou no dia 19/09/2018. Perdeste toda a credibilidade e confiança dos Caboverdianos com o lema "Um presidente sempre junto das pessoas". Agora passaste a ser "Um presidente sempre junto dos grupinhos de interesse".
Podes ir lá na Terra do Tio San receber o seu prémio junto de Trumph, gastando o erário público e fazendo os Caboverdianos de otários...
Se arrependimento matasse, metade da população de Cabo Verde não estaria mais aqui, porque saíste melhor que a encomenda. Mostraste que não tens poder sobre seus compatriotas. Que quando eles querem o senhor tem que fazer, querendo ou não. Para finalizar digo-te francamente que traíste o povo que confiou no Senhor.
Muito obrigado por esta atitude Senhor Presidente
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-1 # Djack 20-09-2018 14:52
Vocês andaram durante muitos anos a comer do prato que os USA vos levou à mesa, o tal de MCA. Tanto é que gritaram em bom tom que o vosso país tinha sido um caso de sucesso, o que levou o Tio Barack a vos oferecer mais um "almoço". O PAICV/JMN são os dois maiores beneficiados desse tal MCA e prova disso são os dois últimos mandatos em que estiveram à frente do Governo de Cabo Verde. Pois, só ganharam essas eleições à custa das migalhas do Tio Barack! Só é de lamentar que vocês tenham comido "a lot of american food" e depois ficarem a achar que seria "free lunch". Queriam o quê agora? Que o fosse o JCF a sentar-se ao SOFA (Sofá sem assento/acento)?!
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+1 # apartidário 20-09-2018 10:59
Grande vergonha nacional Sr. Presidente, ou deveria dizer "Sr Preso dente", por sois claramente prisioneiro de interesses e vontades alheias às da nação.
Um caso claro de "joguinhos" de palavras e encenação política.
Ainda bem que há ainda por onde recorrer.

Tenho dito!
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+1 # SÓCRATES DE SANTIAGO 20-09-2018 10:47
Meu Deus! My God! "Quo vadis" Cabo Verde? Que o nosso País está, há muito, sem Governo, isto nós já sabíamos. Agora, o nosso País sem Presidente da República?!... Isto, sinceramente, não sabíamos. Efectivamente, ontem, 19 de Setembro de 2018, ao assinar/ratificar o polémico e absurdo acordo de SOFA, o Senhor Presidente da República, Jorge Carlos Almeida Fonseca, deu uma grande machadada à nossa Constituição, Lei-Mor da República que ele jurou defender e proteger. O homem, que anda com a Constituição por debaixo dos braços e dá aulas por tudo quanto seja o sítio sobre a mesma, não deveria cometer semelhante erro e penoso crime, entregando, de bandeja, a soberania nacional aos americanos que agora podem fazer o que quiserem connosco, inclusive, fazer-nos o seu penico. O Senhor Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, com este vil acto, perdeu a legitimidade moral de nos nos representar como o mais alto magistrado da nação e, por isso mesmo, deveria ser destituído do cargo, por crime de alta traição à nação e total desrespeito à Constituição da República. Pergunto até se vale à pena continuarmos a sustentar o Presidente da República e todo o seu "staff" com o nosso dinheiro, ele que está ali apenas para assinar documentos, promover os seus livros e fazer campanha contra o álcool, ofício esse que poderia ser desempenhado por qualquer escriba de serviço ou uma organização vocacionada para o efeito. Sim, o nosso País está de luto. De luto e de cócoras. Tristemente, sem Governo, sem Presidente da República. Sem norte, sem direcção. Ao deus-dará, ao sabor dos ventos. Ao sabor dos dólares americanos. Ao sabor do nada, aos sabor do caos.
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+1 # mlema@gmail.com 20-09-2018 09:48
É inacreditável que um Chefe do Estado de um país pequeno mas respeitado pela coerência em relação a politica externa "vende-se" a troo de um almoço com Trump nos EUA. Enfim
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+2 # Bibi 20-09-2018 08:25
Este senhor deve enveredar pela carreira de ator ele è muito bom em palhaçaria e dava bom jeito neste ramo, mas também a política em Cabo Verde è uma arte de enganar e entreter pessoas, por isso temos muitos atores palhaços
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0 # Djack 20-09-2018 16:47
Palhaçaria não existe!!! Não querias antes dizer palhaçada?!

Significado da palavra palhaçada:

1. ato ou dito de palhaço
2. grupo de palhaços
3. brincadeira que faz rir
4. figurado, pejorativo cena ridícula
5. figurado, pejorativo farsa; impostura
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