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PAICV Rui Semedo 

Cabo Verde não pode dar-se ao luxo de perder pontos numa matéria em que pode fazer mais, disse hoje o vice-presidente do PAICV, Rui Semedo, reagindo à posição 33 do país no ranking do Relatório da Democracia 2018.

Em declarações à Inforpress, o vice-presidente do maior partido da oposição defendeu que a posição de Cabo Verde na última avaliação “não é má”, tendo em conta que estão a ser analisados 221 países, mas que, ao cruzar os dados  com os do Economist Intelligence Unit, divulgados em 2016, verifica-se que país se encontrava  no 23º lugar.

Pelo que considerou que se os critérios e os valores ponderados nestas duas avaliações foram os mesmos “há um recuo de dez posições”.

“É claro que poderão ser organizações diferentes, mas devemos ter tal em conta, porque nós em 2011 estávamos no grupo dos 26 países com melhor qualidade de democracia. Fizemos um percurso extraordinário de 2011 para 2016 e avaliação de 2016 colocávamos entre os 23 países com melhor qualidade de democracia”, elucidou.

No entender do político do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) Cabo Verde “pode e deve trabalhar” para não sair do grupo dos países com democracia, “embora ainda imperfeita”, mas o país está em condições de trabalhar para estar no grupo dos com democracias plenas.

Isto porque, referiu, a qualificação da democracia não depende de “grandes quantidades de recursos”, mas da “utilização criteriosa com rigor e transparência” dos recursos que o país tem.

Segundo Rui Semedo, há riscos que a democracia do país enfrenta, sobretudo a questão da desigualdade, que deve ser “enfrentada com determinação” para que Cabo Verde possa qualificar a sua democracia.

A título de exemplo, Rui Semedo citou a questão dos acessos a meios, rendimentos, saúde, educação, justiça, segurança, habitação e também o acesso a água.

Sobre o acesso a água, conforme Semedo, apesar dos “grandes investimentos” na sua produção, “há um recuo” principalmente na ilha de Santiago e na cidade da Praia com relação à quantidade de água que é disponibilizada para as pessoas.

Para que a democracia seja qualificada, sustentou, Cabo Verde deve “investir num crescimento inclusivo”, porque não se pode falar do crescimento e ao mesmo tempo “verificar o aumento da pobreza” e “sinais de deterioração” das condições de vida das populações.

Também investir no domínio da participação para que haja “maior participação” da população, fora dos momentos eleitorais, e nas organizações da sociedade civil.

A mesma fonte criticou “o nível de deterioração” em algumas áreas, citando como exemplo “a partidarização da Administração Pública” que “reduziu o rigor, a imparcialidade da administração do Estado” e ainda “o retrocesso na liberdade de imprensa com tentativas de manipular a actividade jornalística.”

Outro recuo, constatou Semedo, é “a posição musculada” por parte de órgãos do poder local, “casos de Santa Catarina e de Ribeira Grande de Santiago”, que “desprofissionalizaram vereadores por estes terem emitido opiniões diferentes” das do presidente.

Apesar de reconhecer que não tem os dados que foram levados em consideração para fazer este ranking, Rui Semedo reforçou que a atitude prática com a relação ao exercício do poder poderá ser um elemento a ser ponderado na avaliação da democracia em Cabo Verde.

Por isso, considerou que esses casos e exemplos citados são “elementos de preocupação”.

Com Inforpress

CD/AA

Comentários  

0 # Pedro Alexandre Roch 15-09-2018 09:13
O Paicv, através do seu Vice-presidente, Rui Semedo, ainda não se deu conta de que essa corrida apressada para tentar MANIPULAR e CONFUNDIR, desesperadamente, os cidadãos coloca-o numa posição ridícula ao comparar dois relatórios díspares, com o objecto de análise e critérios diferentes um do outro. Ora, o Economist Intelligence Unit não é uma organização especializada em medir a democracia no mundo e por esta razão não teve como objecto de avaliação a DEMOCRACIA, mas sim a liberdade económica nos países avaliados. Portanto duas coisas, completamente, diferentes. Enquanto que o relatório do ranking da Democracia em 2018 tem como foco e objecto de avaliação a DEMOCRACIA nesses 221 países avaliados e coloca Cabo Verde numa posição bastante confortável, algo que nos deve orgulhar: posição 33. O PAICV não tem como deixar de reconhecer o avanço do nosso país em matéria de democracia e abandonar a sua estratégia maninha de MANIPULAR e CONFUNDIR, pois isso só contribui para o afundar ainda mais e o desacreditar junto da opinião pública.
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0 # Pedro Alexandre Roch 14-09-2018 19:23
Por vezes fica-se por perceber a real intenção do Paicv em relação à sua participação na formação de uma opinião pública crítica, informada e participativa. Como pode o maior partido da oposição vir contrariar, recorrendo-se, como é habitual, ao método de manipulação para confundir a opinião pública? O relatório do ranking da Democracia 2018 coloca Cabo Verde numa posição invejável no mundo, o que só nos poderia orgulhar. O Paicv que nada reconhece de bom para CV, quando está na oposição, em vez de aplaudir e felicitar a Nação por ter alcançado esse nível, que foi fruto do esforço de todos, incluindo dele também, vem de forma deselegante tentar manipular e confundir as pessoas, trazendo dados que nada têm a ver com este relatório. Com efeito, Cabo Verde está na posição 33, de um total de 221 países avaliados. A nível da CPLP, está em segundo lugar, só ultrapassado por Portugal que está no top 10 e nos PALOP, está em primeiro lugar. Esta posição coloca, inquestionavelmente, Cabo Verde bem em todas as fotografias. Para manipular e confundir a opinião pública o Paicv faz uma leitura enviesada deste relatório comparando os seus dados com os do Economist Intelligence Unit, fazendo convencer que CV desceu 10 posições, em relação a 2016, em que CV ficava na posição 23. Nada mais falso. Os dois relatórios são, completamente, diferentes e feitos por organizações diferentes, com critérios diferentes e abrangendo números diferentes de países. Portanto, impossível de cruzar os dados. Senão vejamos: o relatório do ranking da Democracia 2018 avaliou 221 países do mundo, enquanto que o Economist Intelligence Unit avaliou apenas 186 países do mundo, uma diferença significativa entre os dois relatórios quanto ao número de países avaliados. Como pode o Paicv vir tentar confundir os cidadãos fazendo -os crer que em 2016 CV estava na posição 23 e agora aparece na posição 33? Que desonestidade intelectual caracteriza essa cede do Paicv de estar sempre, na linha da frente, a querer confundir e manipular? Se são relatórios diferentes, de organizações diferentes, com critérios diferentes e abrangendo números diferentes de países, como podem ser comparáveis? Só o desespero do Paicv, face ao avanço de CV em todos os indicadores apresentados por organizações internacionais, pode justificar a tamanha desonestidade intelectual dos seus dirigentes em virem ao público contrariar esses dados que são reconhecidos, internacionalmente. O que é bom para CV parece uma angústia e um desespero para o Paicv. Depois é esse mesmo partido que se apresenta como "patriota" e apelando ao patriotismo dos cidadãos. Uma ironia ou uma hipocrisia!?
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+1 # Calu di Praia 14-09-2018 20:06
A questão da desonestidade tem a ver com quem considera que a democracia não piorou em Cabo-Verde de facto os relatorios são diferentes com um numero de paises diferentes, exactamente este ultimo relatorio tem mais 35 paises, mas analisando os relatorios concluimos que nenhum desses 35 paises se colocou nas 10 posições que Cabo Verde PERDEU, ou seja Cabo Verde PERDEU MESMO 10 POSIÇÕES. Critérios diferentes ? Acha mesmo que existem diferenças de critério que justifiquem a descida de 10 posições ade Cabo Verde e que permitam os outros se manter ? Mas pode continuar a enfiar a cabeça no buraco para não ver a realidade, estamos a descer em todos os TOPs repito em TODOS OS TOPs (com excepção do futebol mas esse não conta para a qualidade de vida dos Cabo Verdeanos). E já agora registe que não votei no PAICV.
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0 # Djosa Neves 16-09-2018 13:23
Qual foi a contribuição do PAICV dos cuspinhos, intrigas, suspeições e mentiras?
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-1 # Calu di Praia 14-09-2018 14:26
Cara de pau tem de certeza o Miguel Monteiro que ficou feliz por Cabo Verde se encontrar na 33ª posição quando em 2016 e se encontrava na 23ª ou seja a felicidade para o MPD se traduz por termos PERDIDO 10 POSIÇÕES no ranking da democracia.
http://governo.cv/index.php/destaques/7340-cabo-verde-sobe-no-indice-de-democracia-2016-publicado-pelo-the-economist-intelligence-unit
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0 # Peter Pires 16-09-2018 11:00
Calu di Praia !

Convido-o a ler o artigo do Pedro Alexandre.
Matematica

Bom fim de semana
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-2 # Virginia Campos 14-09-2018 09:22
Cara de pau, desses gajos. Primeiro, elogiam Portugal, e, só depois, aparecem com conversa fiada sobre a posição de Cabo Verde, de uma forme dúbia e cinza. RS, a questão não é se Cabo Verde deve ou não recuar. A questão é: Cabo Verde só deve avançar e entrar no clube dos da frente. Palavra recuar deixa entender que o Paicv ainda sonha com a possibilidade dos anos de chumbo de 1975 em frente. Recuar? Nem nas piores cogitações. Deveriam antes, regozijar com a nossa democracia, que é um trabalho de todos, incluindo do próprio Paicv que dirigiu uma tenebrosa ditadura de 15 anos (1975-1990), porém que contribui de 1990 para frente para o aprimoramento da nossa democracia. Mas não, antes de falar de Cabo Verde, jornais do Paicv desatinaram em elogios à posição de Portugal. Paicv deve ter vergonha.
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