Muito bem, meu amigo SÓCRATES DE SANTIAGO! Você fez uma excelente análise, como sempre. Sim, pouca vergonha de Jorge Santos, como nunca vista neste país de parcos recursos. O homem anda pelo país feito um presidente da república que ninguém elegeu, a preparar a sua suposta campanha eleitoral. Nenhum presidente da AN andou tanto pelo e fora dele como o nosso embaixador itinerante, JS. Lamentável.

Meu caro Rui Além, os pequenos partidos como o PSD, o PT e o PP têm também direito de existir, embora com um tamanho desgosto e desacordo, sobretudo do MPD, partido no Poder. Gostei, sinceramente, deste seu gesto, na qualidade de Dirigente do PSD, denunciando a pouca (leia-se PORCA) vergonha do Senhor Presidente da Assembleia Nacional, Jorge Santos, gastando dinheiro do COFRE DO ESTADO (dinheiro nosso, do Povo) em pré-campanha presidencial, pelas ilhas todas, acto esse, muito vil, de que nenhum presidente da Assembleia Nacional, do saudoso e mui culto e inteligente Senhor Abílio Duarte ao sociólogo de fino trato, Senhor Basílio Mosso Ramos. Nenhum deles usou o alto cargo de Presidente do Parlamento Cabo-verdiano para assuntos especificamente de interesses próprios, gastando inutilmente o DINHEIRO DO COFRE DO ESTADO, numa terra ainda miserável, com alta taxa de pobreza extrema, sobretudo em Santiago, Santo Antão e Fogo e num ano de SEVERA SECA e MAU ANO AGRÍCOLA, em que os gados, no campo, morrem de fome e sede e os camponeses, desesperados e desesperançados, levantam as mãos em profundas preces ao Deus dos Céus (porque o Governo em Cabo Verde, há dois e meio que deixou de existir na nossa sofrida terra), pedindo ao nosso Senhor que nos mande a chuva, a chuva abençoada, como dizia o escritor e poeta praiense, Virgílio Avelino Pires, no seu imortal conto " A HERANÇA", chuva, o VERDADEIRO GOVERNO DE CABO VERDE, na sábia expressão dos nossos benditos camponeses. Voltando à vaca fria, os presidentes da Assembleia Nacional, em Cabo Verde, sempre exerceram o cargo com um certo recato e alto sentido de Estado, substituindo, inclusive, o Presidente da República, quando a situação o exige, com um certa certa classe, respeito e urbanidade, à altura do cargo, diga-se de passagem. Este nosso Jorge Santos parece um arruaceiro e um grande oportunista. Vide, por exemplo, como o nosso homem se comportou, quando foi substituir, pela primeira vez, o Senhor Presidente da República: nomeou, de uma só vez, três embaixadores políticos amigos, hoje, em "DOCE VITA", na Europa e América; por vezes, em flagrante violação da nossa Constituição, o nosso homem acumula as funções de Presidente do Parlamento com as do Presidente da República, irritando a Oposição, irritando o próprio Presidente da República, irritando o País inteiro e, para o cúmulo da questão, o nosso homem vai a Santo Antão, falando das torturas do 31 de Agosto feitas pelo regime de partido único, na Primeira República, ele, o tal Jorge Santos que foi um alto dirigente do PAIGC/CV em Santo Antão e a nível nacional e, consequentemente, autor também moral do crime. E mais, na qualidade de Presidente do Parlamento Cabo -verdiano, não deveria pronunciar essas baixas e ridículas palavras, ferindo os de[censurado]dos do PAICV que também o mesmo representa na Casa do Povo. Meu caro Além, o que dói, o que dói profundamente, é que, como diz o Presidente do PP, Senhor Amândio Barbosa Vicente, os crimes dos colarinhos brancos são impunes nesta nossa terra, ficando a cadeia reservada aos pobres e coitados. Não pare de denunciar os desmandos desta nossa terra, pois, como diz o velho adágio popular "ÁGUA MOLE NA PEDRA DURA TANTO BATE ATÉ QUE FURA", "TAMANHU É KA DOKUMENTU".Um abraço socrático!