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Jorge Carlos Fonseca 3

Jorge Carlos Fonseca disse ontem, 5 de Julho, que o crescimento de 4% da economia cabo-verdiana não se traduziu na redução da pobreza, defendendo a necessidade de políticas que permitam maior participação das populações nos ganhos da economia.

“O crescimento da economia nos últimos anos tem sido constante. Ganhou alguma vitalidade, registando uma taxa que ronda os 4%. Esta vitalidade ainda não se está a traduzir numa redução da pobreza, pelo que importa pensar e executar medidas de política que contribuam para uma maior participação dos trabalhadores e dos cidadãos em geral nos ganhos da economia”, disse.

Jorge Carlos Fonseca falava durante a sessão solene na Assembleia Nacional para assinalar os 43 anos da Independência de Cabo Verde que, além dos habituais discursos políticos contou com a atuação do músico Tito Paris.

O chefe de Estado considerou “fundamental” que o crescimento se “intensifique para que a distribuição da riqueza gerada contribua efetivamente para a redução das, ainda, acentuadas desigualdades sociais e regionais”.

“Temos de tudo fazer para que a economia cresça a um ritmo mais consentâneo com as necessidades básicas do país, com destaque para as relacionadas com o emprego”, disse.

Jorge Carlos Fonseca reconheceu “os vários sinais positivos” em Cabo Verde, mas defendeu que é possível “fazer mais e melhor”, nomeadamente no que respeita à insegurança, que “continua a inquietar os cidadãos”, e ao “preocupante problema do abuso sexual de crianças”.

“Temos de aperfeiçoar as formas de prevenção, mas também de investigação e rápida punição das situações denunciadas”, considerou.

O chefe de Estado expressou também “profunda preocupação” com as crianças desaparecidas em Cabo Verde e apelou às autoridades “para que continuem persistentes na investigação”.

A seca e o mau ano agrícola que o país atravessa mereceu igualmente a atenção do Presidente da República para quem as populações do meio rural “devem continuar a ser a preocupação maior”.

“Com o apoio de todos e a continuidade dos ajustamentos necessários no programa de emergência para mitigar as consequências da seca, devem-se intensificar as ações.

Simultaneamente, é necessário definir perspetivas claras no sentido de se conceber o desenvolvimento da agricultura e da pecuária, partindo da premissa da grande escassez de água”, sustentou.

Para Jorge Carlos Fonseca, as “duras lições” da conjuntura atual “devem ser aproveitadas para mudanças muito significativas no setor” e que permitam antecipar respostas a situações futuras.

Perante uma plateia marcada por grandes clareiras de lugares vazios, Jorge Carlos Fonseca homenageou os que, há 43 anos, em “circunstâncias particularmente difíceis, deram tudo para que a utopia se tornasse a realidade e a essência da cabo-verdianidade expressa na cultura, na perseverança e na tenacidade, se cristalizasse na edificação de um Estado Independente”.

Elogiou a democracia cabo-verdiana, apontada como exemplo a seguir, mas alertou para o facto de a democracia, por si só, não assegurar o desenvolvimento do país.

“Tenho a obrigação moral e política de alertar os cabo-verdianos dizendo que a democracia é um modelo de regime que, por si só, não tem a virtualidade de assegurar o desenvolvimento do país e constituir solução para todos os problemas de um país pobre, com falta de recursos e num mundo de alta competição entre nações e regiões”, disse.

Defendeu, por isso, a necessidade de “esforços ainda maiores para encontrar soluções mais rápidas e mais eficazes para os principais problemas das pessoas e do país”, ressalvando que “isso não depende só da boa vontade dos governantes”.

“O que temos de fazer é exigir dos governantes que façam o melhor possível, que, no quadro dos constrangimentos do país, deem o máximo de si, de competência, ponderação, tolerância e de entrega à causa pública”, sublinhou.

Com Lusa

Comentários  

+2 # José António Vargas 07-07-2018 12:38
O PR entra numa contradição grave e leva a alguns mais distraídos a cometer a mesma contradição: não há, nunca existiu, nunca existirá nenhuma outra forma de combater a exclusão social, o desemprego e a pobreza que o crescimento econômico robusto. Nenhum sistema econômico resistiu melhor às vicissitudes humanas que o liberalismo: mercantilismo falhou; o feudalismo falhou; marxismo (enquanto ideologia) falhou; o socialismo falhou; o comunismo falhou, apenas o capitalismo regista 460 anos de história. O crescimento econômico é que está na origem de sociedades ocidentais pujantes, de Japão e Coreia do Sul fortes, da Alemanha, França Suécia, França e Estados Unidos fortes. Ao contrário, a Africa, a America Latina Central e do Sul, grande parte da Asia jazem no seu miserabilismo por conta da ideologias embasas em teorias como a que defende o PR. Os atrasos que o País ainda sustenta se devem aos 15 anos deste tipo de ideologia. O Governo de Cabo Verde não deve ter vergonha de apostar no crescimento econômico forte e incluso. Não há distribuição sem criação; não há desenvolvimento sem crescimento; não há políticas sociais inclusivas sem o crescimento econômico vigoroso. Nenhuma classe média consente pagar seus impostos sem um Estado que aposte no crescimento. Apostar na inclusão social a partir das ajudas externas, a partir da coitadeza, a partir de discursos não leva a lugar algum. Para se obter no orçamento do Estado para as políticas sociais inclusivas, alguém deve antes produzir. Fico com a visão de um PR que não incita a sociedade a produzir mais e melhor, não incita os empresários a contratar mais e mais quadros novos, que não incita a sociedade a optar por valores como poupança, investimentos e solidariedade social, antes partindo para uma ideia de que o crescimento econômico só serviu e beneficiou a uns poucos. Também, pudera se só uns poucos produzem. Entendo, ao contrário do PR e dos seus seguidores (votei nele) mas não seu seguidor, entende que o País deve alargar a sua base produtiva e não a sua base de pedintes e mendigos. É necessário que o País e seus empresários invistam para que haja mais emprego e renda. Mas atenção, não se pode agora demonizar os empresários, os empreendedores e os mais audazes pelo facto de terem investido e a audácia lhes trazer algum conforto. O conforto deles não é obtido em desfavor dos diminuídos.
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0 # Djosa Neves 07-07-2018 14:14
Falou e disse!!
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+2 # Empresário 08-07-2018 22:48
Meu caro, enquanto que concordo com as suas observações sobre as bases duma economia sustentável é preciso realçar que os sucessivos governos para além desse discurso de inovação, empreendedorismo e motivacional não fizeram "a porra dum corno" ... só um exemplo na área da justiça: se eu faturar alguem e não me quiser pagar, o sistema judicial não me oferece as garantias de proteção ( basta ver casos de incumprimentos acumulados nos tribunais ao longo dos anos) ... o nosso sistema bancário é uma paródia portuguesa que não está minimamente interessado no desenvolvimento económico dos empresário nacionais e do seu problema existencial de financiamento ... não existe logística comercial de cargas nem de passageiros: aqui é clara o intervencionismo negativo dos governos que venderam todos os barcos e aviões doa país ... que conclusão poderemos chegar ? Os interesses que governam o país são pessoais e do grupo no poder, assim poderemos afirmar sem margem para dúvidas que o "CLÃNISMO" parece subjugar este povo há mais de 40 anos e fazem da pobreza mental deste povo os seu instrumento principal de governação!
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-2 # Djosa Neves 06-07-2018 15:52
E sobre o populismo e a demagogia, esqueceram-se dessa parte do discurso do Presidente? A que dizia respeito á importância das parcerias estratégicas do país, a tal parte que o embaixador dos EUA anuiu com a cabeça em sinal de concordância. Ou seja o puxão de orelhas ás infantilidades da Liderança do PAICV!!
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+1 # Carlos 06-07-2018 15:39
Caro Sr. Presidente,

Qual e a diferenca entre crescimento economic e desenvolvimento economico?
Como que um microestado cresce/desenvolve com politicos que nunca trabalharam de verdade. Os nossos pseudopoliticos sao muito fracos tecnicamente. Nenhum pais cresce so com bla bla, workshops e conferencias. Gostaria que of Santiago Magazine fizesse um levantamento dos CV dos nossos pseudopoliticos da oposicao e da situacao. Chegarao a uma conclusion interesting. Mas terao que estudar o que eles fizexam na pratica e resultados. Nao bast a dizer, licenciatura, mestrado e bla bla.
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0 # Vergonha 06-07-2018 15:14
Com essa visão de DIREITA do governo do mpd, o resultado só pode ser este. O único setor eleito para migalhar alguns empregos aos cabo-verdianos é o Turismo, mas que pela precariedade dos contratos e empregos, os resultados são os subempregos, a prostituição, etc. Quando as jovens vão trabalhar para os hoteis, com o salário que têm e face às luxúrias dos hoteis, só podem prostituir-se. Aliás são muito aliciados para isso, por causa do baixo salário que tem e os turistas, sabendo dessa precariedade, então aproveitam-nas.
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0 # chefes 06-07-2018 13:45
Óh Tadeu… por favor, não é por aí! O nosso crescimento económoco não reflete na melhoria das nossas vidas-o Presidente tem razão! O funcionamento da economia de mercado tem como objetivo a maximização do lucro, mais igualmente, na melhoria das necessidade sociais de um país. Mas, mais é para isso que servem os nossos impostos …se, não reflete é porque a riqueza está concentrada em alguns e, é o caso de Cabo Verde-não passa de “uma panelinha”, “n” ilações se pode tirar….diga-me lá uma coisa, existe ou não existe uma forte intervenção do Estado de Cabo Verde, na nossa frágil economia em vez de se preocupar com as questões de dinamizador. Olha, os americanos estão preocupados com o investimento chinês em Portugal...em Cabo Verde, nem por isso- eles estão assobiando para lado oposto!!!!
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0 # Babaca 06-07-2018 13:21
O crescimento económico esta a servir para viagens, bebedeiras, passeatas, o povo continua Maia pobre os políticos mais ricos com mansao, carros de luxo para mulher e filhos; férias na Europa e na América, consulta nas melhores clinicas da wuropa, tem energia água e telefone de borla, haverá um dia que o povo vai pegar na catana e machado
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0 # Tadeu Sanches 06-07-2018 12:23
É evidente que o Presidente está coerente com o seu pensamento ideológico de exmarxista que não acredita nos méritos da economia de mercado. Alinhado com o pensamento do Paicv, o presidente acha que a pobreza se combate com o orçamento do Estado. Ou seja, quem paga, não interessa. Só interessa quem beneficia. Isso é o regresso às origens do presidente.
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+1 # chefes 06-07-2018 11:28
....este último parágrafo, não tem nada a ver com os ditos governantes, infelizmente!
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0 # H2SO4 06-07-2018 23:45
Oi Zona... já fizestes tudo o que,era para ,fazer..... destes toda a boleia,que o mpd precisava..... dizestes de tudo para aprovar todas as trafulhas dos,amigos.... carregastes o ddddd no braços ao colo no catchas enfim, faltou só atracar de popa.......agora vens deitar areia na engrenagem......... .... aceedita,quem quiser nas tuas palavras........ pergunta,ao Ti Lela do dinheiro da campanha contra o alcool..... enfim é e continua,a ser o grupo de Lisboa (quem nao os conhece ?)
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