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A presidente do PAICV já reagiu, na sua página no facebook, aos resultados do estudo sobre a qualidade da democracia e da governação divulgados hoje pela Afrosongagem, afirmando que "revelaram aquilo que se sente no dia a dia, isto é, que mais de 75% dos cabo-verdianos “estão insatisfeitos” com o funcionamento da democracia em Cabo Verde e a maioria considera que o país está a ser dirigido “na direcção errada”.

Para Janira Hopffer Almada, este estudo "é um grande desafio ao Governo para avaliar, passados apenas 2 anos da sua tomada de posse, o "estado de arte" da sua acção, e os reais impactos do seu Programa, na vida da população".

A líder do maior partido da oposição, afirma que a situação em que se encontra o país e que este estudo da Afrosondagem veio confirmar, não pode ser assumida com surpresa, uma vez que o dia-a-dia do país vem dando sinais claros de que as coisas não andam bem.

"Na verdade, temos sempre alertado o Governo que está a dar sinais de desnorte e de desorientamento, sobretudo em sectores estratégicos e implementado medidas que não protegem os interesses do país em primeiro lugar", escreve JHA, dizendo que "o facto de a maioria dos cabo-verdianos considerar que estamos na "direcção errada", é mais do que preocupante".

JHA afirma que desde cedo o seu partido alertara o governo no sentido de arrepiar caminho em relacão à forma como vem assumindo o Estado de Direito Democrático, bem como a gestão que tem feito de sectores como  Transportes (Aéreos e Marítimos), Agricultura, Educação e Saúde, com relevância para a política económica.

"O crescimento econômico que interessa ao PAICV é um crescimento inclusivo. É importante, sim, que o país cresça. Mas é igualmente importante que esse crescimento se reflicta na vida das pessoas, que a riqueza gerada seja redistribuída, criando mais oportunidades e potenciando a inclusão, sobretudo para aqueles que precisam mais", sentencia, para registar que a sondagem ora divulgada mostra que afinal os cabo-verdianos estão a acompanhar com atenção o processo político nacional e comungam das ideias do PAICV.

"A nível de medidas, temos nos posicionado claramente contra algumas medidas desgarradas, não fundamentadas e que não colocam os interesses do país em primeiro lugar. É o caso das medidas de isenção de vistos para cidadãos da União Europeia e do Reino Unido, nas condições em que foi tomada", observa JHA.

Tendo em conta os resultados da sondagem, que mostram que "a maioria dos cabo-verdianos tem essa mesma opinião", a líder do maior partido da oposição diz esperar "que o governo não enverede pelas "picardias", e nem caia na tentação de enveredar por interpretações de carácter híbrido e de natureza controversa".

Neste sentido, JHA defende que "é preciso que todos tenhamos a capacidade de reflectir e de interpretar estes sinais (cada vez mais fortes) da sociedade, em geral, relativamente ao funcionamento das nossas Instituições, que são fundamentais num Estado de Direito Democrático como o nosso", e alerta os cabo-verdianos para o facto de que "não podemos optar pelo caminho mais fácil e pela visão redutora de pensar que é apenas uma questão de percepção, sem tentar escrutinar as razões de fundo e reais dessa avaliação".

Recorde-se que os dados do presente estudo da Afrosondagem,dão conta, entre outros itens, que 75% dos cabo-verdianos estão insatisfeitos com o funcionamento da democracia, 58% consideram errado o rumo da governação, mais de metade é contra a isenção do visto dos cidadãos da União Europeia.

O inquérito foi realizado entre 20 de Novembro e 05 de Dezembro de 2017 nas ilhas de Santo Antão, Santiago, São Vicente e Fogo. Cerca de mil e 200 pessoas foram entrevistadas com a média de idade a oscilar entre 18 anos e mais. O estudo teve um intervalo de confiança de 95% e um a margem de erro de 3%.

  

 

Comentários  

0 # António Mendes 27-04-2018 11:34
Djosa Neves esta a comentar o quê?
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0 # Djosa Neves 28-04-2018 05:27
O que comenta Antonio Mendes ?
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0 # Djosa Neves 26-04-2018 02:46
Esta analise da JHA é mais do mesmo: De uma superficialidade confrangedora; A nossa Democracia está seguindo o seu caminho e tem acumuladas muitas frustrações (exacerbadas durante a Governação Paicviana) manifestando-se agora sob a forma de fortes expectativas. E os resultados desta Governação que começam a surgir, vão de encontro ao que é esperado; Por outro lado, a vontade de exercer a cidadania é manifestamente forte neste povo e por isso há que reforçar a transparência, reforçar a eficiência, informar melhor todo processo de reformas pelo que o país vem passando. O Governo, numa fase de transformar o país, não pode cair na tentação do facilitismo, mas deve aprofundar o seu trabalho, cujos resultados começam a aflorar. Se a percepção de que algo não vai bem nesta nossa Democracia, os resultados eleitorais demonstraram que o que menos bem vai é o PAICV. Enquanto o Governo deve ir de encontro ás expectativas empenhando-se para chegar aos resultados (nos quais o povo acredita), a oposição deve preocupar em se afirmar como alternativa ( o que parece ser o elo mais fraco na apreciação geral)
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