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Os custos da regionalização estão estimados em 400 mil contos anuais. O parlamento está legitimado por lei para decidir, dispensando o referendo. Em Março a lei deve subir ao Parlamento. Serão 10 regiões, sendo duas em Santiago.

O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, excluiu hoje a possibilidade de promover um referendo sobre a regionalização do país, considerando que o poder político tem de assumir a responsabilidade de fazer avançar o processo.

"O sistema político deverá assumir as suas responsabilidades. O figurino das autarquias supramunicipais, entre Governo central e os municípios, está previsto na Constituição e o Parlamento deverá decidir", defendeu Ulisses Correia e Silva.

O chefe do Governo cabo-verdiano falava aos jornalistas, na cidade da Praia, no âmbito de uma conferência para debater a proposta de regionalização do executivo, diploma que se encontra, desde agosto, na comissão paritária do parlamento cabo-verdiano.

"A nossa intenção é introduzir a lei no mês de março", disse Ulisses Correia e Silva, que precisa de dois terços dos deputados para fazer passar o diploma.

O primeiro-ministro cabo-verdiano estimou em 400 milhões de escudos anuais (cerca de 3,6 milhões de euros) o processo de regionalização, que prevê a criação de 10 regiões administrativas nas nove ilhas habitadas. Para a ilha de Santiago, a maior e mais populosa de Cabo Verde, está prevista a criação de duas regiões.

"Temos de criar condições para, em cada ilha, criar um nível de governação intermédio entre o Governo e as autarquias, que possa abordar a ilha de forma integral", disse.

De acordo com a proposta do Governo, região é composta por dois órgãos: uma Comissão Executiva Regional, com três ou cinco elementos, e uma Assembleia Regional deliberativa, composta por nove, onze ou treze elementos, conforme o número de municípios abrangidos. Os titulares dos órgãos regionais terão mandatos de quatro anos e serão eleitos por sufrágio universal.

A proposta prevê para as regiões competências em áreas como desenvolvimento económico e social, ordenamento do território, educação, saúde, agricultura, pescas e ambiente.

"Precisamos de um modelo de Governação que seja mais consonante com o que é Cabo Verde", disse Ulisses Correia e Silva, considerando que o retorno da regionalização produzirá "muito mais resultados do que aquilo que são as despesas" do processo.

Com uma plateia constituída por deputados, autarcas e representantes de organizações da sociedade civil, as opiniões dividiram-se entre os defensores da urgência de avançar com a regionalização e os partidários de um debate feito com calma e o mais abrangente possível.

Numa sessão que contou com a participação da quase totalidade dos membros do executivo, foi também equacionada a necessidade de rever ou não a Constituição para poder regionalizar o país, avançada a possibilidade de criação de autarquias supramunicipais e inframunicipais – freguesias - ideia que Ulisses Correia e Silva considerou poder ser desenvolvida.

Aumentar a eficiência administrativa e política, promover o crescimento das ilhas e reduzir as assimetrias são os objectivos preconizados pela proposta do Governo, que Ulisses Correia e Silva garantiu não estar fechada.

O programa de Governo do MpD, que saiu das eleições de 2016, propunha-se conseguir o consenso com os demais partidos políticos e sociedade civil para avançar com a regionalização, admitindo, se necessário, a realização de um referendo.

Com Lusa

Comentários  

+1 # djimbó 28-02-2018 19:33
ORA BEM

O povo tem sempre poder. O PODER ESTÁ NAS MÃOS DELES E NÃO DOS GOVERNIOS.

Pode o povo reagir sobre esta matéria da mesma forma aquando do aumento do salário dos DPD.

Regionalização não é igual a criação de municípios com super poder.

Enquanto o mundo procura ficar mais forte com o aumento da sua população, o Ulisses retalha-nos criando tribalismo em cabo verde porque ele acha isso uma grande política. Só ele a pensar desta forma.

Podia ser um momento decisivo dos cidadãos caboverdiano mostrar a sua força perante uma má governação. Ou é desta ou nunca mais.

Caso avancem com esta loucura o povo deve saber que a única força em sua defesa é a constituição da república. Se o Ulisses o violar e ficar como está, então digo que este povo está manietado, um povo em desaparecimento. Pior que Napoleão somente ele.

Tenho dito
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+3 # Daniel Carvalho 24-02-2018 21:35
O parlamento tem legitimidade para aprovar ou não qualquer diploma, ainda que seja pela via do bolós. Pode aprovar tudo, inclusive diplomas destinados ao lixo, como o caso dos famosos estatutos....
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+4 # SÓCRATES DE SANTIAGO 24-02-2018 20:50
Mais um disparate do MPD para enganar o nosso povo. Mais um "JOB FOR THE BOYS" para encher os bolsos dos ventoínhas e os seus amigos. Porque não colocar a matéria de REGIONALIZAÇÃO em REFERENDO, como prevê a nossa LEI MAGMA? Porquê que o MPD está com medo do REFERENDO, em que o POVO CABO-VERDIANO, de Santo Antão à Brava, é chamado a votar SIM ou NÃO à REGIONALIZAÇÃO? O comentarista POVÃO tem toda a razão. O Governo do MPD está a ser refém de uns grupinhos regionalistas e bairristas de S.Vicente que, no dizer do nosso antigo e melhor Primeiro Ministro de Cabo Verde de todos os tempos, DOUTOR JOSÉ MARIA NEVES, têm vindo a transformar S.Vicente num MURO DE LAMENTAÇÕES. Agora o Governo só faz o que eles querem. Pergunto ao Senhor Primeiro Ministro quando é que vai levar para o Parlamento o PROJECTO DO ESTATUTO ESPECIAL PARA A CIDADE DA PRAIA, este, sim, em regime de urgência, pois, trata-se de um IMPERATIVO CONSTITUCIONAL, abusiva e sitematicamente violado e adiado por grupinhos de de[censurado]dos bairristas e regionalistas que são declaradamente contra o desenvolvimento da CIDADE DA PRAIA e não querem que ESTA GRANDE CIDADE assuma, plenamente, o seu estatuto de CAPITAL DO PAÍS e cumpra a CAPITALIDADE, o seu desígnio nacional e internacional.
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+2 # Polítikalho 24-02-2018 19:43
Más cumida pa LOBOS. Assim, fecham o cerco e o povo fica sem nada. Tudo é só pa plotikos. Desta forma, todos estão convidados a serem POLITIKOS e a digladiarem-se para um lugar ao sol para poderem comer. Que desgraça pa es paíssss!!!!!!
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+2 # Marciano Moreira 24-02-2018 19:10
Pa komodidadi di leitor, N aglutina, nun so post na internet, serka di 1 dizena di ensaiu ki N publika na jornais di es prasa na 2013 i 2014 pa dimonstra irasionalidadi di kriason di 10 pruvinsia autonomu nes Kabu Verdi pikinotinhu: http://tinyurl.com/yden9nzr
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+2 # Bino 24-02-2018 13:55
Porque não avançar desde já para independência das ilhas cada uma torna uma república; estamos fartos de aturar os parasitas no parlamento; nós municípios ainda querem nos brindar com mais parasitas; se as linguiçaseguintes não estão a chegar para todos os gatos então que acabam com os gatos e as gatas; estamos de olho; isso vai ser pior que o estatuto dos titulares de cargos políticos; vai dar [censurado]
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+3 # Povão 24-02-2018 12:21
Quais os cabo-vedianos que clamam pela Regionalização como tecnologia de desenvolvimento das regiões? Que se saiba, é apenas os de São Vicente, mas de entres estes, são apenas os saudositas do "Mindelo do tempo de" Porto Grande. Portanto, mesmo em São vicente, não é um problema da juventude. Estes querem o desenvolvimento e a felicidade. Estranho em tudo isso, é como que um grupinho de uma ilha consegue impor a sua agenda aos partidos políticos e ao governo? E é por isso que Ulisses não coloca essa decisão no REFERENDO, pois bem, sabe que não vai passar, por causa dos seus custos para o Estado e não é o que se deseja, como forma de fazer desenvolver o país.
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+2 # Povão 24-02-2018 12:14
De leviandade a garotice, assim vai o nosso país. Os parcos recursos vão ficar, literalmente, pelos bolsos dos políticos. Depois, dos De[censurado]dos, dos Membros do Governo e todo o staff, da Presidência da República e Staff, dos Presidentes de Câmaras e Vereadores e staff, dos De[censurado]dos Municipais, vem agora os Governadores Regionais em nº de 23, mais a equipa de 3 a 5, num total de 69 a 115, perfazendo um total de 92 a 138 membros dos governos regionais, mais os "De[censurado]dos Regionais" que não sei em nº de quanto e com tudo isso e mais os luxos e luxúria, o que vai restar para o povo? coitado do povo!
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