Todos falam e ninguém se entende! A proposta de Código de Ética apresentada pelo Conselho de Administração da RTC, cujo conteúdo foi divulgado em primeira mão por Santiago Magazine, sob título "RTC em vias de amordaçar os seus trabalhadores", acaba de abrir um autêntico diálogo de surdos entre os jornalistas e os responsáveis daquela empresa pública de comunicação social social. Os jornalistas rejeitam liminarmente o código de ética apresentado pela empresa, e esta, por sua vez, diz que se trata de um documento moderno e inspirado nos grandes órgãos de comunicação social do mundo.
Os trabalhadores reuniram-se de emergência esta sexta-feira, para declarar públicamente o seu repúdio em relação ao documento. Margarida Fontes, jornalista da Televisão de Cabo Verde, que deu voz ao grupo, acusa este código de tratar os jornalistas como se não fossem pessoas de bem.
"Entendemos que os jornalistas são pessaos de bem", disse, acrescentando que a proposta dos responsáveis da RTC violam a Constituição da República, as leis da comunicação social, o estatuto dos jornalistas e a deontologia da profissão. "Não estamos na terra de ninguém", observa Fontes.
Neste contexto, os jornalistas acabaram por criar uma comissão ad hoc para analisar este e outros assuntos relacionados com o exercício da profissão, visando repor a ordem e o respeito que esta importante classe profissional merece no processo de desenvolvimento do país.
A RTC, por seu turno, afirma que se inspirou nos grandes órgãos de comunicação social do mundo, como BBC, RTP, Washigton Post, The Guardian, The Wall Street Journal, Reuters, The New York Times, Bloomberg, entre outros. E convida todos os jornalistas e a sociedade em geral a ler o documento com atenção para apresentar propostas de melhoria.
Se cobiçamos os melhores para nos tornar melhor, é melhor então continuar a receber grandes montantes do estado de cabo verde para dar uma única notícia de 40 a 45 minutos repetida 3 vezes aos dias e dar 5 novelas ao dia repetida também 5 vezes.
É melhor continuarmos assim
O melhor código de Ética não é a que se origina dos melhores órgãos de Comunicação Social de Mundo, mas sim o que se origina de uma vontade e cultura dos próprios jornalistas de Cabo Verde, Repito, Jornalistas de Cabo Verde. Não é ter cópia do melhor que se torna melhor, mas sim a construção desse melhor e isto é um processo que envolve os atores.
Parte inicial do tal "processo que envolve os atores"
Estão a lembrar, seguramente, aquela Manifestação dos Jornalistas no tempo dos Rabentolas, nqueos anos 90, que originou a prisão de 2 Sindicalistas.
Desta vez, é o "Novo Código de Ética", para justificar o silenciamento dos Jornalistas. Na TCV esse "código" está a funcionar. Na RCV os Jornalistas são maioritários, resistem e insistem...