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O III Inquérito Demográfico de Saúde Reprodutiva, socializado hoje na cidade da Praia, revela que há uma tendência para o envelhecimento da população cabo-verdiana, o que constitui uma “preocupação”, segundo o coordenador deste estudo, Orlando Monteiro.

“Brevemente, teremos uma população que vai começar a envelhecer e isto é preocupante, porque, para que haja a substituição da população, temos que ter um nível que é de 2,1 crianças por mulheres”, anunciou Orlando Monteiro, para quem, com esta baixa, “brevemente” Cabo Verde poderá chegar a um nível em que não conseguirá substituir a população.

Segundo ele, esta preocupação acentua-se, sobretudo no que tange à mão-de-obra dos 15 a 64 anos para que se possa dar uma “certa dinâmica à economia”.

Orlando Monteiro fez essas considerações à imprensa, à margem da apresentação dos resultados do III Inquérito Demográfico de Saúde Reprodutiva, acrescentando que se constatou que há uma “baixa considerável de fecundidade” em Cabo Verde.

As ilhas de S. Vicente, Sal, Boa Vista e Santiago Sul estão entre as partes do território nacional, onde se verifica menor taxa de fecundidade, enquanto no Fogo e Santo Antão se nota taxa “mais elevada” de fertilidade.

Instado a pronunciar-se sobre uma política de incentivo à natalidade, afirmou que cabe às autoridades tomar as medidas necessárias.

“Se formos ver a política nacional de população, temos a impressão que, realmente, temos uma política anti-natalista”, comentou, sugerindo que, tendo em conta a situação actual, as autoridades “deverão repensar e, talvez, rever a política nacional da população”.

Neste momento, apontou Orlando Monteiro, nas mulheres a taxa de prevalência de VH/SIDA é superior à dos homens.

“Normalmente, costuma-se dizer que o VH tem o rosto feminino e isto veio a ser confirmado no inquérito de 2018”, sublinhou Orlando Monteiro, acrescentando que a taxa de prevalência é de 05%, a nível nacional.

Em relação à violência doméstica, disse que o estudo apresenta “informações pertinentes” para o Instituto Cabo-verdiano para Igualdade e Equidade do Género (ICIEG) para a elaboração do seu programar de actividades.

No concernente à mortalidade infantil, adiantou Orlando Monteiro, há a registar uma “baixa substancial”, que se situa na ordem de 16 por mil, ou seja, em cada mil crianças nascidas 16 morreram.

Segundo aquele responsável, 11% (por cento) das mulheres inquiridas declaram ter sido vítimas de violência doméstica.

O estudo, de acordo com o coordenador, foi de âmbito nacional e foram inquiridos mais de seis mil mulheres e mais de três mil homens.

SM/Inforpress

Comentários  

0 # Mitos 22-12-2020 08:31
Porqué raźão que cabo verde quer ter mais população, ja que uma taxa de desemprego de 19%? 45% de malnutridos? É para exportar mão para europa ou eua quando eles precisarem? Não..o que precisa ser analisado é mortalidade jovem (16-40) em Cabo Verde desde de 2016 (começando pelos homicidios de monte txota até recentemente ddo policial Zé maria. Isto sim que precisa agendar um debate sobre politica de segurança alimentar e social ja que estamos numa guerra biolgica e civil. tenham tino.
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0 # Caboverdiana 17-12-2020 11:01
Não se preocupam. Os dados foram recolhidos em 2018. Agora nesta pandemia devido a quarentena nascerão muitos bebés. Está aí uma boa medida para incentivar a natalidade, caso vir a ser preciso no futuro. Fechar as pessoas em casa.
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0 # O Sonho que se Foi 17-12-2020 08:53
Isso parece algo normal, mas é altamente preocupante! É como uma pessoa que nasce numa família pobre, vive a juventude pobre, mas com esperança de que um dia vai melhorar, e de repente se apercebe que já está a ficar velho e, logo, o sonho se foi. Será isso que está a acontecer-nos?
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0 # LEÃO VULCÃO 16-12-2020 21:03
Enfrentar o desafio do envelhecimento é urgente. O país já tem um importante percentual de idosos, que será crescente nos próximos anos, demandando serviços públicos especializados que será reflexo do planeamento e das prioridades atuais das políticas públicas sociais. É, portanto, mister que essas políticas tenham intervenções integradas, que assegurem o cuidado às doenças crónicas, mas que fortaleçam a promoção do envelhecimento saudável.
O país precisa, não somente reorganizar os níveis de cuidado para atender às necessidades, mas, também, inovar e tomar por base experiências de outros países que já vivenciaram o processo de envelhecimento.
Com o envelhecimento da população e a menor relação entre população ativa e dependente, sem uma estrutura familiar capaz de dar suporte aos idosos e carente de estruturas de apoio para essa população, a sociedade deve estar consciente do preço que terá de pagar e do custo crescente da assistência à população idosa. E o Estado deve estar preparado para o provimento de políticas específicas, para o financiamento de estruturas de apoio, bem como para o monitoramento das suas atividades. Garantindo, assim, uma atenção integral, reconhecendo suas características e especificidades e consagrando sua qualidade de vida. Este é o desafio para a sociedade e para o Estado nas próximas décadas.
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+5 # Qai Qai 16-12-2020 16:13
Sinceramente!!! É preciso pensar muito , mas muito mesmo antes de se criar políticas de incentivo à natalidade. A não ser que as possíveis políticas tenham como ponto importante criação de condições condignas de uma vivência decente da maior parte de cabo-verdianos. Porque este assunto que a meu ver não não é um problema diz respeito a todos : homens e mulheres. Mas num pis onde as necessidades básicas como a habitação, cuidados primários de saúde, alimentação não estão ainda satisfeitas estou a ver com alguma dificuldade a hipótese de uma implementação de incentivo « a parir » mais !!! Porque se quererá ter mais meninos passando fome??? Porque se quererá mais meninos mal vestidos??? Porque se quererá mais meninos sem manuais « palavras da senhora primeira dama » nas nossas escolas etc etc. Criemos antes as condições mínimas para todos. Dividamos de forma justa os poucos recursos de que dispomos, acabemos antes com a corrupção dos colarinhos brancos «  dirigentes públicos e privados , políticos ´ e companhia e talvez sim possamos pensar, digo pensar numa política de incentivo à natalidade. Por enquanto digamos e bendigamos a sorte de só sermos uns 600 0000 « seis centos mil nestes torrões’´.
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0 # Franz Fannon 16-12-2020 13:09
Depois que o Feminismo entrou em voga, há uma certa distorção mediática na forma como se apresentam as informações, senão vejamos: diz que 11% das mulheres inquiridas declaram ter sido vítimas de VBG, mas contudo, apesar de os homens também foram entrevistados, não há nenhuma informação sobre a percentagem de homens que foram vítimas.

Que tipo de igualdade de gênero é esta que os senhores pregam? Igualdade na discriminação.

E para terminar há ter em conta que o problema da natalidade em Cabo Verde começa aquando da introdução de modas Ocidentais tais como: O Feminismo, O LGBTismo, a cultura da festa, a "demonização" do homem (monoparentalismo crescente e normalizado),...etc.

Claramente a família Cabo-verdiana está sob ataque e sendo assim não é de se estranhar a queda na taxa de natalidade.

Tenho dito.
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