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Em conferência de imprensa a Associação Voz di Santiago exige que o governo responda ao povo de Santiago e de Cabo Verde sobre as razões deste negócio, designadamente a transferência da TACV para a ilha do Sal e o prejuízo que este acto irá provocar para quase 300 mil cabo-verdianos que residem em Santiago. Eis a nota de imprensa na íntegra.

Vos di Santiago

S/Excelências: Membros do Conselho de Administração da TACV - Cabo Verde Airlines, SA; o Primeiro Ministro da República de Cabo Verde, Dr. José Ulisses Correia e Silva; Ministro das Finanças, Dr. Olavo Avelino Correia; Ministro da Economia e Emprego, Doutor José da Silva Gonçalves, Ministra das Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação, Eng.ª Eunice Silva; Senhores Deputados à Assembleia Nacional da República de Cabo Verde;

Distintos filhos e amigos da Ilha de Santiago e Cabo Verde, residentes no território e nos cinco cantos do mundo – a nossa Diáspora.

Para quem não sabe, o verdadeiro significado da palavra Ministro é SERVO. O que quer dizer que os nossos ministros são servidores do público, da coletividade (sociedade) que lhes concede a legitimidade através do sufrágio;

1. Considerando que notícias têm vindo a público de que a TACV, empresa pública pertencente a todos os cabo-verdianos, com a sua sede na cidade da Praia há 59 anos, vai ser agora desmantelada e transferida a sua sede operacional para a Ilha do Sal;

2. Considerando que esse desmantelamento, sem forma legal conhecida, porém, materialmente, ou de facto, operante e actuante e sua consequente migração para ilha do Sal acarreta consequências negativas imprevisíveis para quase 300 mil (296.810 – INE 2016) habitantes da ilha de Santiago (residentes), para os quais, até esta, não se mostraram alternativas;

3. O que representa para os santiaguenses um regresso ao passado, numa injustificada afronta aos passageiros da ilha de Santiago e aos emigrantes que regressam de férias ou retornam para o seu país de acolhimento, que voltarão a enfrentar o calvário que no passado sofreram; e, do ponto de vista económico, traduz-se no comprometimento de todos os investimentos já consolidados e a consolidarem-se, ligados ao setor dos transportes aéreos na ilha;

4. Considerando que, até aqui, ao povo da ilha de Santiago e aos cabo-verdianos, em geral, vem-se sonegando toda e qualquer informação relativa ao «negócio», tendo a Associação Voz di Santiago, solicitado, desde o dia 8 de novembro de 2017, informações precisas e encontro com os órgãos de gestão dos TACV, nestes termos: 

"Considerando que, a público têm vindo notícias sobre a alegada migração de voos internacionais do Aeroporto Internacional Nelson Mandela, para a ilha do Sal, num modelo que, a ser verdade, representa o passado e tolhe os avanços até aqui conseguidos, e compromete todos os investimentos realizados e as perspectivas de retorno, mormente nos sectores de hotelaria e turísmo e toda dinamica económica associada na ilha, como em todo o país, a AVdS quis saber junto do CA dos TACV sobre os contornos dessa ideia e as vantagens para Santiago e Cabo verde;"

5. Porém, 21 dias passados, não obstante as insistências da AVdS, via telefone, nenhuma resposta chegou daqueles gestores;

6. As informações veiculadas na comunicação social quanto à motivação desse desmantelamento da empresa e sua alegada transferência operacional para Ilha do Sal, sem qualquer alternativa conhecida para a população de Santiago e sua diáspora, que também, representa a maioria dos passageiros internacionais da diáspora, tem que ver com alegada falta de capacidade de pista do aeroporto internacional Nelson Mandela – 2.100 metros, o que não permite uma decolagem e aterragem de um Boing 757;

7. Ora, isso não parece passível de comprovação técnica, na medida em que:

7.1 O Boing 757 foi um avião transcontinental, bimotor, de corredor único, que foi desenhado para substituir os Boeing 727-200, da década de 60-70; e que entrou em funcionamento em 1983. A sua produção foi descontinuada desde de outubro de 2004; tem capacidade para transportar 190 a 230, e até 252 passageiros (o B-757 300);

7.2 Enquanto que o Boeing 767 é um avião bijato (bimotor) introduzido juntamente com o 757, no final da década de 1980. É um widebody, com configuração de assentos 2x3x2 (três filas de assentos, sendo uma fila com três assentos e duas com dois); O Boeing 767 é um avião com um longo alcance operacional e baixo custo operacional, É o avião que mais cruza o Oceano Atlântico diariamente, e ainda está a ser produzido.

7.3 O Boeing 767, sendo maior do que o Boeing 757, utiliza a pista do Aeroporto da Praia direto para Providence - Estados Unidos sem qualquer problema; e era o avião que os TACV alugava, antes da entrada da Icelandair e operava na pista da Praia sem qualquer limitação técnica;

8. O estudo realizado por uma equipa constituída por todos os Directores e Responsáveis dos TACV concluiu:

8.1 Em outubro de 2010, sobre o Boeing 757 "São aeronaves que já terão alcançado a fase de maturação em termos de manutenção o que já não garantem a regularidade operacional e a qualidade exigida pelos clientes e mercados. São aviões muito exigentes em termos de homem/hora e de material para se manterem operacionais. Para além disso, consomem mais combustível que os seus concorrentes ou substitutos directos, o que os coloca numa paosição muito enfraquecida num contesto de ascensão dos preços de combustíveis como aquele que se tem verificado e é expectável, nos proximos tempos."; e,

8.2 Recomendaram uma outra frota aos TACV, constituídos "por outros aparelhos mais eficientes, que sejam mais apropriados ao tráfigo actual e às suas tendências e mais adequados aos desafios de modernização, recuperção e crescimento da companhia. A recomendação foi acolhida pelo CA, que a Boeing 757 não era recomendável nem desejável e que deveria posicionar-se no contexto concorrencial em que está inserida com outra frota que lhe permite consolidar e desenvolver a sua actividade comercial, ancorar a sua rentabilidade e criar valor para os seus clientes e demais constituintes.";

9. Portanto a frota vantajosa para Cabo Verde seria a constituída por Boeings 767, com mais passageiros, menos custos e capacidade para mais combustível, o que lhe confere vantagens comparativas e económicas e até de segurança dos passageiros e do próprio investimento em relação ao Boeing 757, cuja produção foi descontinuada, o que significa menos garantia de continuidade;

Assim AVdS, solicita urgente esclarecimento dos responsáveis sobre os seguintes pontos:

1. Que alternativas para os passageiros da ilha de Santiago e sua Diáspora, que representam a maioria da população de Cabo Verde, que até qui, depois de décadas de vitupério, passaram a fazer voos diretos de e para Praia, dos cinco cantos do mundo?

2. Sabendo que a ilha de Santiago alberga mais de metade da população Cabo-verdiana (55,47%), consequentemente, apresenta maior numero de passageiros, tanto doméstico como internacional; e que, a concretizar, a migração de Santiago para o Sal, nos termos noticiados, implicará custos adicionais, que até este momento não se sabe nem quanto e nem a quem esse projeto imputará; quem assumirá esses custos? A população de Santiago?

3. Não estará, o modelo proposto (noticiado) a comprometer toda a dinâmica de crescimento económico nos diversos sectores da ilha de Santiago e de Cabo Verde, assentes nas suas intensas relações com as outras ilhas e o mundo?

4. Sendo a Icelandair, a entidade contratada para gerir os TACV, porquê que não foi ao mercado de aluguer de aeronaves, onde poderia alugar aviões B-767 por preço inferior; e foi, ao invés, alugar a si própria, os Boeing 757 (de sua propriedade), já com mais de 28 anos, e por um preço muito superior ao que, antes, os TACV alugava?

5. Como é que explica que houve, ou vai haver, uma renovação da frota com aviões B-757, com mais de 28 anos de idade cuja produção foi descontinuada desde de 2004, em que a Icelandair, contratada para gerir os TACV, os aluga a si própria e a preços proibitivos?

6. Onde estão os interesses de Cabo Verde e dos cabo-verdianos? Qual o valor deste negócio e o que vantagens/ónus trás para o país?

7. Quanto aos TACV nacional, estatísticas mostram que com duas companhias a operar (in casu, os TACV e a Halcyonair) houve aumento substancial de trafego aéreo interno, na medida em que os preços dos bilhetes se tornaram competitivos, as pessoas viajam mais internamente, porquê que o Estado de Cabo Verde abandonou a sua posição e concedeu monopólio a uma companhia privada estrangeira?

8. Porque que o Estado não abriu, antes, a companhia a entrada de capitais privados nacionais, através da bolsa de valores, já que, sem a companhia, temos que pagar as dívidas por ela gerada?

Comentários  

0 # Poirot 24-12-2017 18:04
O importante aqui não é ter sede da empresa na Praia, no Sal ou em S. Vicente.
O que as pessoas de Santiago não concordam é ter voos internacionais apenas a partir do Sal. Que o HUB fique no Sal mas que continuem os voos internacionais a partir dos demais aeroportos internacionais (Nelson Mandela, Cesária Évora e Aristides Pereira).
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0 # fatudacv 22-01-2018 19:40
Kkk. Isto dá mangas. Mas Está peconhento qque nem gado.
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0 # luiz neves mendes 19-12-2017 09:42
Memória kurtu?

kual ilha ki tivi primero aeroportu?
TACV ka parti di Sal?
Mi, si nha memória ka sta dixan em falha, alguem tiral di Sal na paçadu i lebal Praia, i agoral djal bai pa lugar di origem.
tene algo di erradu?

TACV?
KKKKKKKKKKKK
Transportes atrazados di Cabu Verdi?
KKKKKKKKKKK

MAMA dja kaba ......kkkkkkk

Mas Kabu Verdi é só Santiagu?
Tudu é pa Santiagu?
Porrraaaaaaaaa

Kez otus ilhas li populaçon sta fika ta paça fomi , katem trabadju......[censurado] pa!
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0 # VdS 01-12-2017 10:43
A Assembleia Nacional foi transformada, na sua ultima sessão, no 13º ministério do Executivo (com os de[censurado]dos a fazerem-se de ministros desse grande ministério). A maioria desses de[censurado]dos/ministros mostraram publica e oficialmente que são contra a Nação e o Povo que os elegeram.
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0 # a francisco 30-11-2017 18:50
Ami más kin ta admira é de[censurado]dos di ilha di santiago na parlamento ka ta difendi interesses di ilha di santiago é populaçon di santiago ki tenês la pa difendes ma nka ra odja ninhum ta fazi isso paxenxa nhôs ta odja interesse di santiago ta ser prejudicado tudo calado é stanca desenvolvimento di santiago ki nhôs cré?
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-1 # SÓCRATES DE SANTIAGO 29-11-2017 19:50
Senhor Djó Pinto e Senhor Joaquim Almeida. Unidade nacional não significa transferir empresas e projectos de Santiago para as outras ilhas e nem desinvestir em Santiago. Os senhores sampas têm mania de falar de unidade nacional e de bairrismo apenas quando certas medidas venham contra os interesses de Santiago e a favor dos vossos. Como reagiria o povo da Boa Vista se os projectos turísticos da ilha fossem transferidos para a ilha do Maio? Como reagiria o povo de S.Vicente se o projecto da economia marítima especial fosse transferido para a ilha de Santiago, apesar de a ilha possuir o MAIOR PORTO COMERCIAL DE CABO VERDE? Por que razão acham os senhores iluminados que a reacção da AVdS e dos santiaguenses é bairrista? Por que têm medo da força e da unidade de Santiago? Para o vosso desespero, a LUTA MAL COMEÇOU. GUERRA É GUERRA. E, olhem que nós, OS SANTIAGUENSES, fazemos de tudo para não comprarmos uma briga, mas, quando nela entrarmos, faremos de tudo para dela não sairmos até que a porca torça o rabo, TI KI BURU SURA.
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-2 # SÓCRATES DE SANTIAGO 29-11-2017 19:17
Força, manos! Gostei, sinceramente, da vossa/nossa reacção e acção. Este sujo e obscuro negócio da TACV prejudica, sobremaneira a ECONOMIA DE SANTIAGO e, consequentemente, a ECONOMIA DE CABO VERDE. Quem ganha com isto são as empresas estrangeiras, os ministros negociadores e vendedores através das luvas e comissões e alguns empresários próximos do MPD. A título de exemplo, o empresário ventoínha, Gualberto do Rosário, já está a preparar a sua empresa para para prestar serviços aos sócios islandeses, na ilha do Sal. O mesmo disse, publicamente, na TCV, que está só à espera do TAL HUB, para concretizar o seu negócio. Sim! O Governo terá que explicar aos cabo-verdianos e a nós, SANTIAGUENSES, em particular, os meandros deste intrasparente negócio e o seu impacto na nossa vida social, económica e financeira. O Governo da República terá que aprender, de uma vez por todas, que em DEMOCRACIA é o POVO quem mais ordena e que as COISAS DA REPÚBLICA NÃO DEVEM JAMAIS SEREM NEGOCIADAS E MUITO MENOS VENDIDAS "BOKA BOKA". Caros irmãos santiaguenses, DE TARRAFAL A PRAIA, esta é a primeira acção no terreno de UMA BATALHA DE UMA GRANDE GUERRA DECLARADA À ILHA DE SANTIAGO. O momento é de agir. Unamo-nos, todos, para defendermos a NOSSA ILHA, preparemo-nos para outras acções no terreno, preparemo-nos para o que vier e der. Lembrem-se da força e brio dos nossos guerreiros avós de RIBEIRÃO MANUEL e dos ENGENHOS? Só não venham depois dizer que não tínhamos avisado!
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-1 # Zangado CV 30-11-2017 08:27
ami nta lembra tinda nha nha obidu
nha partido e caboverde.....
undi MAC 114 ? undi movimentos civicos, populacao nu djunta nu uni!!! nu participa mas e ka na paiaia tcheu na rede social nau!!!
traz di ecrã tudo mundo e balenti !!!!
NU sai na Rua, grita e exige(pacificamente) comprometimento de governo ku caboverde, e nao ku grupinhos Militantes e estrangeiros financiadores de Partido.
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-2 # Joaquim Almeida 29-11-2017 16:39
Meus Deus, ainda há quem diz que somos um país que defende a unidade nacional! Ou será que unidade nacional significa apenas favorecer Santiago em detrimento das outras ilhas?! Com 300 mil pessoas podiam até criar a companhia "Santiagarlines" para vos transportar!
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-1 # luiz neves mendes 19-12-2017 09:43
kkkkkkk AMEN!
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0 # Djô Pinto 29-11-2017 16:23
Este tipo de associações bairristas que apenas defendem o centralismo demagógico deveria ser erradicado de Cabo Verde. Ultimamente surgiu muitas associações que defendem Santiago como se essa ilha fosse o centro do mundo. Para elas é tudo para Santiago e nada para as demais ilhas! Se é assim que fiquem sozinhos com os vossos 300 mil habitantes!
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-1 # De terra longe 29-11-2017 14:31
É isso e parabéns. O Governo que, tem[censurado]riamente, está a gerir coisas que nos pertencem a todos, terá de, rapidamente, explicar este negócio aos cabo-verdianos.
Quanto à possibilidade de tirar TACV da Praia, convém parar com essa possibilidade. Caso contrário, o Governo está a lançar o vento e vai colher Furacão.
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0 # ÁS DI PÓ 29-11-2017 13:53
Bom artigo...Parabens VdS!
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0 # FIALHO 29-11-2017 12:15
BOA TARDE
BOM ARTIGO NO COMENT
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+1 # Jorge 29-11-2017 11:59
O comunicado deveria citar fontes das afirmações aqui apresentadas e apresentar números concretos relativamante aos valores do leasing. o 757 ainda voa em todo o mundo, mas admitindo que o 767 seria melhor opção, qual seria o valor do leasing? Já agora, houve censo 2016? que eu saiba o último censo foi em 2010. A companhia chamava-se Halcyonair não Alcyonair. Já agora e as pessoas das ilhas todas que tinham de se deslocar ao Sal para voar na TACV? Voltar ao passado também não é porque voce só tera de ir ao Sal se escolher a TACV, pois há outras opções como TAP, SATA, RAM, etc. Portanto NÂO é um regresso ao passado.
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+3 # Periferia 30-11-2017 08:14
Assim ficam a saber i que nós os caboverdianos das ilhas periféricas o que passamos com a centralicentraliação. Tudo tem que ser resolvido em sSantisgo. Só falta mesmo transferir todos os habitantes das outras ilhas para la já wue tudo se passa la. É urgente descentralizar Cabo Verde. Acho muito bem os TACV irem para o Sal. Antes era assim e foi passado para Santiago,e agora volta outra vez para o sal onde nunca devia ter saido.
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