A reitora da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) disse esta sexta-feira, 20, que os estudantes têm uma dívida de mais de 130 mil contos em propinas dos três meses após início da pandemia da covid-19 e pede ajuda ao Governo.
“A dívida que nos ficou desses três meses – abril, maio e junho, sobretudo – por parte dos estudantes, ultrapassa os 130 milhões de escudos, disse Judite Nascimento, em entrevista à agência Lusa.
Segundo a responsável máxima da universidade pública de Cabo Verde, nos meses de abril e maio, em que o país esteve em estado de emergência diferenciado por ilhas, apenas 6 a 7% dos mais de quatro mil estudantes pagaram as propinas, mesmo a universidade tendo continuado com os programas pedagógicos e científicos ativos à distância.
Judite Nascimento avançou que a Uni-CV deu a prerrogativa aos estudantes de se matricularem e continuarem a estudar sem preocupações, congelando aqueles três meses, na expetativa de poder contar com apoio do Governo.
“O senhor primeiro-ministro comprometeu-se publicamente a apoiar os estudantes e realmente estamos à espera que esse programa seja implementado e que os estudantes venham a beneficiar desse suporte. Isso ajudaria a universidade a liquidar as dívidas que tem”, perspetivou.
A reitora disse que o maior desafio da universidade é financeiro, resultante do facto de até agora não ter tido qualquer apoio adicional do Estado durante a pandemia.
“Fizemos propostas ao Governo de Cabo Verde e estamos à espera de resposta”, insistiu Judite Nascimento, congratulando-se com o apoio de 16 milhões de escudos (145 mil euros) que o Governo cabo-verdiano vai disponibilizar aos estudantes universitários licenciados e finalistas com monografia pendente e certificados cativos.
“O apoio que está a ser dado pela FICASE (Fundação Cabo-Verdiana de Ação Social Escolar) aos estudantes do ensino superior também acaba por beneficiar estudantes da Uni-CV, e estamos a torcer para que os nossos estudantes venham a ser beneficiados por este programa”, manifestou.
Apesar das dificuldades financeiras, a reitora afirmou que a única universidade pública de Cabo Verde tem conseguido funcionar, mesmo com a crise provocada pela pandemia da covid-19.
Prova disso é que cerca de 1.000 novos estudantes se matricularam neste ano letivo e a universidade não deixou de pagar os salários daqueles que dependem dela a 100%.
Quanto aos professores a tempo parcial e aos fornecedores, a reitora disse que a universidade foi forçada a ficar a dever, mas que já está a liquidar essas dívidas.
“Felizmente temos a capacidade de planificação e de readaptação, e a universidade conseguiu readaptar-se e planificar a liquidação das dívidas que tem com os docentes a tempo parcial. E com os fornecedores a universidade continua também a liquidar paulatinamente essas dívidas”, garantiu a reitora, para quem, apesar da crise, a Uni-CV continua a crescer e a manter-se.
Do ponto de vista científico e pedagógico, garantiu que os desafios “são acessíveis à universidade”, que tem conseguido encontrar soluções internas para os problemas, “com espírito inovador, de sacrifício, e sobretudo com espírito de coletividade”.
A reitora concluiu dizendo que a Uni-CV passou por toda a crise da pandemia sem sofrer profundamente os impactos, porque readaptou-se rapidamente e tem estado a funcionar naturalmente, com as dificuldades já conhecidas.
“Não focalizámos nos problemas e focalizámos nos desafios e temos conseguido, na medida do possível, manter praticamente o mesmo ritmo, tanto no pilar ensino, mantemos as nossas ofertas equilibradas”, sustentou a responsável máxima da instituição de ensino superior público de Cabo Verde.
O ensino superior começou muito antes, mas a Universidade de Cabo Verde foi criada em Conselho de Ministros, através do decreto-lei 53/2006, em 20 de novembro de 2006.
Atualmente, a comemorar os 14 anos, a Uni-CV tem três polos de ensino, nomeadamente na Praia e em Assomada, em Santiago, e em São Vicente, com mais de 4.000 estudantes, em cursos profissionalizantes, licenciaturas, especializações, mestrados e doutoramentos.
A professora Judite Medina do Nascimento foi a primeira reitora eleita da Uni-CV, em eleição realizada em 31 janeiro de 2014 e foi reeleita em 2018.
A Uni-CV vai celebrar os 14 anos de existência com uma sessão solene hoje no Campus do Palmarejo, que também será transmitida online, por causa das restrições impostas pela pandemia da covid-19.
O evento vai servir ainda para a universidade pública homenagear parceiros nacionais e internacionais e colaboradores internos, segundo o programa divulgado.
Com Lusa
Mais, há uma sangria de recursos financeiros da Uni-CV para consultoria jurídica, sem concurso e desnecessário, para uma única "empresa" de um ex-professor que se julga o sábio de tudo e que tem-se figurado como o único cabeça pensante da Uni-CV.
A outra sangria de recursos financeiros é para com o pagamento das indemnizações derivadas dos processos disciplinares indevidos levados a cabo pela Judite aos pessoal da Uni-CV.
Aproveito para sugerir ao autor do comentário "Denúncia" que faça as suas denúncias junto da Justiça, onde pode provar o que aqui diz e responsabilizar a Reitora pelos seus eventuais crimes e ilícitos.
O valor da propina mensal por aluno é de 9.00$00.
Se todos esses 3,500 alunos tivessem deixado de pagar as propinas durante 3 (três) meses, o montante da dívida seria 3x9000x3500=94.500.000$00.
Mas, cerca de 50% dos alunos da Uni-CV beneficiam de bolsas de estudo. Quer dizer que, no limite, no maximo teriamos 1800 a 2000 alunos que podem não ter pago as propinas durante esses três meses, já que a propina dos bolseiros é paga diretamente pela FICASE à Uni-CV. Assim sendo, no máximo as dívidas dos alunos seria de 3x2000x9000=54.000.000$00. Ou seja menos de metade do montante referido pela Reitora.
Está muito claro que a Reitora está a impolar os números para criar um impacto iludorio.
E isso não fica bem a uma Reitora!
Está a legitimar que seja vista mais no papel de politiqueira do que de Reitora.
É peciso mais rigor e mais honestididade intelectual!
Mas para lá das confusões da Reitora, o problema é que ela tem de deixar de ver as coisas do lado dos alunos. Os alunos não pagam! Os alunos estão dever!, etc, etc. É preciso um olhar mais estruturado e mais , crítico sobre as causas, ou seja porquê, que os alunos estão a dever?
A Senhora precisa mudar os seus óculos para ver melhor. Não, são são os alunos que estão a dever a Universidades. É o Estado, o Sr. Estado!
Se começar a ver as coisas assim, passará a ser a Reitora que a Uni-CV precisa.
Se não vejamos: A propina em Cabo Verde é muito alta. Nove mil escudos para um ensino superior público num país como nosso é elevado. Não quero com isto dizer que não há pais que podem pagar. A verdade é que a maioria não pode. A Sra. tem de perceber isto e posicionar-se como deve ser. Lamentavelmente não é o que acontece. Lembro-me que na primeira visita que o Ministro das Finanças visitou a Universidade, a Sra. disse em voz alta para a comunicação Social que a preocupação maior que colocou a ele é que o governo ajudasse a Universidade a recuperar as dívidas dos alunos. Não acho isso ridículo?