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Cadeia de São Martinho

A Comissão Nacional dos Direitos Humanos e Cidadania (CNDHC) constatou problemas de “sobrelotação preocupantes” nas cadeias do país e recomenda a libertação antecipada, indultos presidenciais e liberdade condicional para presos devido ao novo coronavírus.

Numa recomendação enviada ao Governo em 06 de Abril e divulgada terça-feira, 14, a presidente da CNDHC, Zaida Freitas, referiu as medidas restritivas tomadas pelas autoridades cabo-verdianas para conter a propagação do novo coronavírus no país, notando que atingem em particular os reclusos, que já são um grupo vulnerável.

Por outro lado, a comissão notou “problemas de sobrelotação preocupantes” nas duas cadeias do país, com a cadeia central da Praia a registar quase o dobro da sua capacidade.

Também constatou que todas as cadeias do país registam “deficit preocupante” de recursos humanos, facto que considerou poder “comprometer a implementação eficaz das medidas adoptadas pelo Governo”.

“Neste contexto, é essencial que as autoridades do Estado levem em consideração todos os direitos da pessoa privada de liberdade, de suas famílias e pessoal prisional, ao tomar medidas para combater a pandemia”, alertou o organismo de monitorização dos direitos humanos no país.

Entre as medidas propostas pela comissão está a redução da população prisional, criando condições para a libertação antecipada de reclusos abrangidos pelo Código de Execução de Sanções Penais Condenatórias, mediante parecer favorável do estabelecimento prisional.

A comissão propõe ainda ao Presidente da República a concessão de indultos aos reclusos condenados por crime, cuja moldura penal na exceda os oito anos de prisão, desde que tenham cumprido metade da pena, tenham bom comportamento e sem antecedentes criminais antes da prática do crime de que foi condenado.

Este órgão propõe igualmente a adopção de medidas que legislativas que permitem a concessão de liberdade condicional ao reclusos que tenham completado 72 anos, desde que tenham cumprido um terço da pena, mas com excepção dos que tenham cometido crimes graves, nomeadamente sexuais e de violência de género.

“Na definição e aplicação destes medidas deve-se priorizar os locais onde a sobrelotação é mais acentuada e nos da existência de reclusos com diagnóstico positivo de covid-19, priorizá-los”, prosseguiu Zaida Freitas.

Higiene e limpeza, comunicação adequada com familiares, segurança, atendimento médico, apoio psicológico, são algumas das outras medidas sugeridas pela CNDHC.

A comissão sugeriu ainda medidas às pessoas em isolamento, nomadamente de serem tratadas como pessoas livres e não como se fossem detidos ou presos, salvaguardando a limitações impostas na lei que declarou o estado de emergência no país, para vigorar até sexta-feira.

Em relação a estas pessoas, recomenda também que sejam garantidas comunicação, atendimento médico e psicológico, alimentação adequada, repatriamento célere de cidadãos e segurança.

A recomendação foi enviada ao primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, e à ministra da Justiça e Trabalho, Janine Lélis.

Cabo Verde cumpre hoje 18 dias, de 20 previstos, de estado de emergência para conter a pandemia provocada pelo novo coronavírus, com a população obrigada ao dever geral de recolhimento, com limitações aos movimentos, empresas não essenciais fechadas e todas as ligações interilhas e para o exterior suspensas.

O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, está a auscultar as autoridades cabo-verdianas para decidir até “quinta ou sexta-feira” sobre a decisão de eventual prorrogação do estado de emergência.

O país regista 11 casos da covid-19, distribuídos pelas ilhas da Boa Vista (07), Santiago (03) e São Vicente (01).

Um desses casos, um turista inglês de 62 anos que estava num hotel da ilha da Boa Vista, acabou por morrer, vítima da doença, enquanto dois doentes viajaram para os seus países de origem.

Um dos três casos positivos na cidade da Praia (Santiago) já teve alta hospitalar, após dois testes negativos seguidos.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 124 mil mortos e infectou quase dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Dos casos de infecção, cerca de 413.500 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em Dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Com Lusa

Comentários  

0 # Lima Rocha 20-04-2020 00:51
Sugiro que esse presos sejam soltos e colocado na casa da Senhora Zaida!
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0 # Joana Inês Sá 16-04-2020 14:54
As prisões estão cheias de assaltantes/homicidas e de homicidas/assaltantes...Que venha o Diabo e escolha a quem se deve soltar! Ou seja, ou morremos do vírus, ou assassinados nas mãos dos bandidos libertos.
Que se saiba aqui não se faz qualquer tipo de inserção social. Será este o pedido pelo CNDHC ?
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+6 # Bruno Almeida 15-04-2020 22:08
A opinião dessa representante dos Direitos Humanos é tão despropositada como a do Matimático que fez as projecções malucas há-dias ...

Na cadeia essas pessoas estão já de quarentena e não precisam saír de casa, menos um trabalho para a PN e as FA!
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0 # Miguel Fernandes Alv 15-04-2020 18:49
Penso que deveria também mandar uma chamada de atenção para as autoridades aqui na Boa Vista, lembrando a eles na declaração de estado de emergência, o presidente deixou claro que havia os cidadãos teriam defeito para adquirir o bens e serviços ecenssiais, tais como comprar alimentos especialmente água, ir a Hospitais e farmácias, nas que hoje aqui no Bairro Boa Esperança esses direitos foram negado aos cidadãos desse Bairro. Estamos em uma situação muito crítica, entendemos, mas também não podemos ser retirados os bens ecensiais que temos direito, especialmente água para higiene, uma vez que este bairro não tem água domiciliaria
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+4 # Zaida 15-04-2020 16:50
Essa Zaida passa a vida no seu carro Mora na sua casa tranquila
Não quer saber dos direitos humanos dos que estamos fora e sofremos assaltos todos os dias , das que serão violadas se libertarem essa gente
Parece q ela não tem filha porque senão se preocuparia
Não sei quem é que paga essa gente para estar dando opiniões do tipo
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+3 # José Lima Borges 15-04-2020 16:31
Antes de mais espero que não venha a ter nenhum caso positivo do corvi-19 nas nossas prisões. A presidente da CNDHC mostrou-se ser um mais que o próprio presidente (da república), jogou na antecipação e mesmo sem ter nenhum caso na prisão (queira Deus que assim continue) ela já elaborou a carta a pedir a libertação dos presos.
Pena ela não se ter lembrado de enviar uma carta, a p quem de direito, a pedir que fornecesse água e sabão a uma grande parte da população do nosso país, para fazer face à prevenção exigida.
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+3 # camilo 15-04-2020 15:19
Manias de copiar.
Isso é plasma do que aconteceu em Portugal.
Se forem soltos todos os cassbodistas, assassinos, traficantes e violadores da cadeia, agora é que o vírus vai sorrir.
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+3 # John Miller 15-04-2020 15:17
Medida descabida! O risco de contágio não é tão elevado nas ilhas de Santiago e São Vicente para se vir exigir libertação e indulto de presos encarcerados nas cadeias dessas duas ilhas. Querem que aqueles que nos andaram a atormentar com assaltos (kassubody) voltem às ruas neste momento sensível que se vive no país? Epa, já estou farto dessas pessoas que para mostrarem ao país que estão a fazer serviço copiam as medidas de Portugal, ipsis verbis, e exigem que sejam implementadas cá. Deixem de tretas, se faz favor, pq os presos estão seguros lá onde estão e nós também estamos seguros enquanto eles lá estiverem!
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