A filha mais velha de Amílcar Cabral aconselhou esta quinta-feira, 2 de maio, o deputado cabo-verdiano Emanuel Barbosa a "voltar às aulas", após este afirmado ser um exagero considerar Amílcar Cabral como figura de Estado.
Na terça-feira, numa publicação na sua página no Facebook, o deputado cabo-verdiano Emanuel Barbosa (Movimento para a Democracia, no poder) disse ser um exagero considerar Amílcar Cabral, visto como o fundador das nacionalidades cabo-verdiana e guineense, uma figura do Estado de Cabo Verde, explicando que isso viola a Constituição da República, e mostrou-se contra a afixação de quadros seus em instituições públicas.
Instado pela agência Lusa a comentar essas afirmações, a historiadora Iva Cabral começou por dizer que o deputado "deveria voltar às aulas e aprender o que é um Estado".
"Acho que a ignorância é triste, mas o que é que hei de fazer? É que não há muito que dizer. É uma tentativa, que não é de hoje [de diminuir a figura de Amílcar Cabral], mas acho que não é com esse tipo de raciocínio que vão conseguir o quer que seja", afirmou.
Considerando a discussão "sem nexo", Iva Cabral entendeu que "se o Estado de Cabo Verde quer valorizar a sua história, põe quadros onde quiser e como quiser, mas se não quer valorizar a História retira os quadros todos".
"Toca-me, mas não me importa se há quadro, se não há quadro, eu sei a importância do meu pai, cada vez mais. Estão cada vez mais a estudar a obra dele nas universidades, estão cada vez mais a admirá-lo", sustentou Iva Cabral.
A filha mais velha de Amílcar Cabral referiu que se os políticos cabo-verdianos acham que o pai não é uma figura do Estado, que "façam o que quiserem".
"Tenho pena de este país ter deputados dessa laia. Isso é que dá pena. Com tantos bons quadros nesse país e ter um senhor que não sabe nem o que quer dizer Estado", lamentou à Lusa.
Iva Cabral considerou ainda que as afirmações não terão o resultado que o deputado queria, mas ante que vai "atiçar" a vontade das pessoas em pesquisar mais sobre Amílcar Cabral.
A historiadora considerou que as afirmações de Emanuel Barbosa não beneficiam o seu partido, o Movimento para a Democracia (MpD), que já se demarcou dessa opinião, dizendo que as mesmas "só vinculam" aquele eleito nacional.
"O MpD respeita a figura de Amílcar Cabral e o seu papel de destaque na luta da libertação nacional", disse o secretário-geral do partido, Miguel Monteiro, numa nota citada pela Inforpress.
Para Iva Cabral, essa posição mostra que "há gente muito inteligente e capaz no MpD".
"Acho que chegou a um ponto onde se tem de começar a escolher muito melhor os deputados, porque é uma vergonha. Essa declaração não toca o Cabral, nem de perto nem de longe, toca os deputados, a Assembleia [Nacional] ter gente desse tipo, é verdadeiramente triste", terminou.
Emanuel Barbosa fez o comentário após ver o quadro de Amílcar Cabral afixado no Aeroporto da Boavista, e indicou que já encontrou uma fotografia exposta no Tribunal da Comarca local e na Conservatória da Praia.
O parlamentar sublinhou que as figuras do Estado estão todas plasmadas na Constituição da República, que entrou em vigor em 25 de setembro de 1992, 19 anos após a morte de Cabral.
Com Lusa
Se a história de Cabo Verde é aquilo que aprendi na escola e ainda tenho estudado, Cabral não só deve ser considerado uma Figura do Estado com também o Pai do Estado Caboverdiano independentimente da difinição de Estado apresetado seja em qual for o livro que tenta explicar o conceito em epigrafe. Efetivamente, tentar discredibilizar a Figura de um homem que definiu o destino do povo Caboverdiano de uma forma tão inteligente, com uma responsabilidade extraordinária é no minímo mediocre por que demostra uma certa incompetência e ausencia do sentido do Estado na pessoa desse de[censurado]ndo o que é lamentavel. Talvez voltar ao banco da escola pode ser uma das saídas. Cidadao atento.
Iva Cabral, filha de Amílcar Cabral, já resolveu mandar o de[censurado]do Emanuel Barbosa, engenheiro de formação, para o banco da escola unicamente para ir aprender «o que é o Estado». A forma como esta senhora, que sempre viveu à custa do nome do pai Amílcar, porque de especial ainda nada fez em Cabo Verde, enquanto historiadora, mostra que quem não sabe «o que é o Estado» é precisamente ela.
Iva confunde o Estado com Cabral. Iva pensa que para se saber «o que é o Estado» temos que dizer que Cabral é figura do Estado. Que tontice!!! Quem deve ir para escola estudar é a senhora.
As fotos de Cabral nas repartições públicas somente tinham cabimento durante a ditadura de partido único, que, aliás, ele arquitectou. Amílcar Cabral não é figura do Estado em Cabo Verde. Pedro Pires o é. Aristides Pereira o foi, se bem que na época da ditadura, mas isso não impede que o sejam considerados. Mas Cabral NÃO.
Que cargo no Estado desempenhou Cabral em Cabo Verde? Nenhum. Então porque considerá-lo figura do Estado? Isto só camba na cabeça da Iva. Não me espanta a opinião dela porque resulta da vivencia dela.
O que o PAICV e a Iva querem é colocar Cabral acima do Estado. O que o PAICV e a Iva querem é que Cabral seja uma figura tutelar do Estado. Ou seja, querem é colocar o Estado de Cabo Verde debaixo da tutela de Cabral, um guineense, filho de cabo-verdianos.
Isto jamais. Em democracia, não existem figuras que tutelam o Estado.
O Cabral não teve tempo de terminar o seu melhor e maior desejo, enfim!
De nada, aparece um delinquente, mamador do suor dos cabo-verdiano, por incúria dos desgraçados que não merecem consideração nenhuma ao escolherem um desnaturado para nos representar da pior forma.
Em vez de falar se Cabral pertence à figura de estado, deveria deixar bem claro que ele emanuelino não é e nunca será figura de estado nenhum, nem nesta e e em nenhuma encarnação.
O MPD pode vir ao público se demarcar da triste e vergonhosa posição do seu de[censurado]duzinho, só por uma questão de estilo. Lá no fundo, estão a comemorar a façanha do seu querido de am[censurado]do de memória.
A figura de Cabral não dependerá da interpretação de um movimento que por mais que se esforce, não chega ser um partido