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Nem o Parlamento, a casa da democracia, nem a Provedoria da Justiça conseguiram proteger Manuel António Torres das fúrias do ministro da Agricultura, Gilberto Silva. A diretora dos Recursos Humanos do Ministério da Agricultura,  Marlice Cabral, foi constituída arguida, mas o desfecho do processo deste cidadão ficou por acontecer e Gilberto Silva está tranquilo, ainda por cima com a eventualidade de a esposa ser premiada com o cargo de presidente do ICCA. 

 Manuel António

Ficou em primeiro lugar num concurso de mobilidade interna na Administração Pública cabo-verdiana, para ocupar um cargo na área da sua especialidade – Gestão de Recursos Humanos - na direcção Geral de Receitas do Estado. Não obteve a autorização do ministro da Agricultura, onde exerce as funções de Técnico Sênior I, e até hoje não recebeu qualquer cavaco desta violação flagrante dos seus direitos.

A democracia cabo-verdiana, com uma classificação de 90 pontos numa escala de 0 a 100, segundo as últimas divulgações da Freedom House, não foi capaz de respeitar os direitos elementares deste cidadão, contribuinte, pai de família e trabalhador do Estado de Cabo Verde, negando-lhe um direito básico, sem prestar-lhe qualquer justificativa sobre a negação.

Segundo Manuel António Torres, que já foi administrador da Imprensa Nacional e presidente da Câmara Municipal de São Salvador do Mundo, desde agosto de 2017 que está a aguardar o desfecho do seu processo de nomeação na direcção geral de Receitas do Estado.

Torres ficou classificado em primeiro lugar num concurso para recrutamento de um quadro formado em Gestão de Recursos de Humanos, aberto pela direcção Nacional da Administração Pública, no quadro das suas atribuições institucionais.

Logo a seguir à publicação dos resultados, concretamente no dia 30 de agosto de 2017, o diretor geral do Património, Orçamento e Gestão do Ministério das Finanças, Carlos Rocha de Oliveira, endereçou uma nota ao Ministério da Agricultura, solicitando a requisição de Manuel António Torres. A referida nota foi acompanhada do competente despacho conjunto, de modo a facilitar o processo.

Resultado: já vai para dois anos que este cidadão, funcionário público, com vários anos de serviço prestados ao Estado de Cabo Verde, ainda espera o despacho do seu processo, que nunca sai.

Desanimado, recorreu à Provedoria da Justiça. Esta fez as suas diligências, mas acabou por mandar arquivar o processo, tendo em conta as limitações legais das suas intervenções, embora tendo chegado à conclusão que a razão e o direito estão com este cidadão.

Porém, antes de arquivar o processo a Provedoria da Justiça solicitou a intervenção do poder judicial, onde a diretora de serviço dos Recursos Humanos do Ministério da Agricultura, Marlice Cabral, foi constituída arguida. As razões de tal processo prendem-se com o facto desta dirigente da administração pública ter recusado recorrentemente colaborar com a Provedoria da Justiça, conforme manda a lei.

Paralelamente a este processo contra Marlice Cabral, a Provedoria da Justiça fez chegar o caso ao parlamento, a ver se alguma coisa havia de acontecer na casa da democracia, mas a verdade é que nada aconteceu.

E, de 2017 a presente data, Manuel António Torres, licenciado em Gestão de Recursos Humanos, encontra-se sentado algures num buraco do Ministério da Agricultura sem fazer nada. Tudo porque a democracia cabo-verdiana e as suas instituições não foram capazes de respeitar os seus direitos mais elementares.

Comentários  

0 # Carlosgomes 09-02-2019 14:47
Caro Jorge,

E obvio que falta a outra parte da historia. O problema e que neste pais tudo e politica e comunicacao social nao existe.
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0 # Jorge Mello Oliveira 09-02-2019 08:58
Este jornal só publica o que lhe convém. Independentemente das razões deste cidadão, com que estou solidário, há coisas que não batem certo e o jornal censurou meu comentário anterior. Ministério das Finanças não tem DGPOG, mas sim DNP e DG do Patrimônio do Estado. Segundo aspecto, um servidor público de carreira pode sim participar de concursos, mas transitar para o novo quadro, só com anuência do quadro a que pertence, a menos que o próprio Estado, nas normas do concurso tenha estabelecido a passagem diretamente para o novo quadro. Estranho que quadro experiente não saiba disso.
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0 # Mankuletxi 11-02-2019 14:42
Sr. Jorge Mello Oliveira,
Agora fiquei deveras confuso. o Ministério das Finanças não têm DGPOG? Qual é a função do Sr. Carlos Oliveira nas Finanças?
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0 # Graciano Moreno 08-02-2019 23:50
Força Torres.
É bom lutar, a todos os niveis, em defesa dos nossos direitos.
Aquele abraço.
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+1 # Nana 08-02-2019 20:43
É deveras triste, um cidadão competente ta concorre e ganha um.concurso público i partidarismo ta impedil d assumi posto k é consegui honradamente, isso ta mostra apenas um ponto de decadência k nu sta na el. Na ministerio d agricultura ta fazedu concursos d brincadeira, ta mexedo na resultados ti k kenha kes kre passa. Comunicação social oposiçao si ta fazeba si trabadjo dret munti otus storias des tipo i pior dja binha atona. Flado delegados é ca cargo politico? Hahhahha nhos poi oculos nhis djobe. Oportunidade pa jovens? Sem cartao d militante ou familia militante? Ca tem!
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-1 # Carlosgomes 08-02-2019 18:02
Carissimos,

Nao podem julgar sem ouvir a outra parte. Esquecem a politiquice e tentam questionar:
1.Quantas vezes um quadro pode sair para comissao de servico?
2.Quais as razoes que a sua entidade patronal envoca? Pode ser funcionario impreescendivel no momento.
3. A pessoa em causa nao e ingenua. Ele e um politico e sabe muito bem como se joga na tapadinha.

4. Em paises pobres onde o emprego nao abuanda Cargo de confianca e para confianca politica. Nao vale a pena chorar.
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0 # Planalto 09-02-2019 10:24
Ao Carlosgomes,

Aqui, o que se está em causa é a não decisão,ou resposta do Senhor Ministro! Ele deve dar um despacho, pelo sim, ou pelo não. Não achas que é assim?
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+1 # Planalto 08-02-2019 16:23
Caro,
É lamentável. Este é o nosso país nas mãos do mpd. Infelizmente!
Tenha força e coragem para bater em todas as portas possíveis em defesa dos seus direitos.

Força
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+1 # Zona 08-02-2019 16:19
Esta é a nossa simocracia ou ditadura da maioria. Tenha força irmao. Algum dia o tribunal poderá " djo ê pa ladu"...... e se a justiça funcionar ? O juiz salta se nao for a vontade da maioria.... tristi gó..........
.
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+1 # Neldson Alves 08-02-2019 15:10
É uma pena. Um governo que nao sabe valorizar o que rem em detrimento dos que tem csrtao de militancia. Isso é apenas uma pinta do iceberg do que tem sido a nossa sdministracaovpublics eesde março de 2016. Uma vergonhacque da nojo mesmo.
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+1 # Augusto Borges 08-02-2019 14:53
Força meu caro

Os governantes precisam de saber que não são proprietários do estado, mas servidores do povo que os elegeu. Porém estão ao serviço pessoal.
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+1 # Manuel Torres 08-02-2019 14:30
Existem tanto outros casos, talvez eu seja mais audaz.
Basta consultar a Provedoria da Justiça e os tribunais para melhor entender o estado que este Ministério se encontra.
Já chegamos ao ridículo, Direcções Gerais e Direcções de Serviço concorrentes entre si, como que não se tratasse do mesmo Ministério;
Emissão de pareceres técnicos paralelos, para delatar o processo , e tramar a vida dos a vida dos funcionários
Já chegamos o cumulo que até pessoas estranhas estão a interferir no processo decisório deste Ministério.
Muitos funcionários estão sento tratados piores do que objectos, ora num sitio, ora noutro, um desnorte total.
Onde está o Senhor Primeiro Ministro deste país Primeiro Ministro de Cabo Verde? EU TORRES PÉ FICANDO
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+4 # pico-pico 08-02-2019 12:37
Muita força meu caro nesta luta. Infelizmente é o preço que estamos a pagar pela tão propalada estado do direito democrático. Baixar os braços? Jamais...
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+4 # PICOS 08-02-2019 12:01
Maldade nês terra dja passa limite. Agô ka nu eskeci ma tudo kel k nu fazi ta reverte contra nós. "Lei do retorna tarda, mas não falha"
Kes djentis la aes é malvados i ês ta sta sempre na contra mão. Instituições es teni tudo controlado k nenhum ka podi fazi nada contra ês.
Força Camarada Torres, porta de terra e txeu, so porta de céu k é 1.
Es ta pagal na pele tudo ses maldade e arrogância k es teni na tudo sector do Estado. Tenho fé nisso.
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