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codigo laboral 

O Sindicato dos Transportes, Telecomunicações Hotelaria e Turismo (SITTHUR) defendeu hoje que o Código Laboral cabo-verdiano deve ser revisto de modo a repor alguns dos direitos retirados pelo Governo ao longo dos anos.

Essa e outras medidas foram apresentadas hoje, em conferência de imprensa, pelo secretário permanente do SITTHUR, Carlos Lopes, que acusou o Governo de “falta de interesse” em promover essa revisão e pela forma como tem tratado essa questão, sendo que no acordo de Concertação Social assinado em Julho deste ano tinha assumido o compromisso de fazer a avaliação do Código Laboral.

Segundo o sindicalista, o executivo de Ulisses Correia e Silva fixou ainda o ano de 2019 para a conclusão de todo o processo, que deveria ser antecipado de um estudo de avaliação do impacto do código em vigor que, no seu entender, tem prejudicado e lesado cada vez mais os trabalhadores cabo-verdianos.

O SITTHUR propõe que sejam revistas as condições actuais do despedimento sem justa causa, e que faça regressar para a esfera jurídica do trabalhador a opção de reintegração ou não, quando por decisão judicial for considerado ilícito o despedimento, rever o valor das indeminizações actuais atribuídas por despedimento sem justa causa e por despedimento colectivo, sendo que são “excessivamente baixas”.

Entre as medidas, o sindicato defende ainda que o regime de pré-reforma deve ser institucionalizado no Código Laboral, revisão das condições actuais do contrato a prazo, sendo que são implementados com excessiva precaridade e limitar a duração desse contrato para o período de três anos.

O documento refere que é preciso introduzir mecanismos de controlo e de fiscalização para contratos a prazo pelas instâncias do trabalho, que seja consagrado o direito a compensação por fim do contrato, quer a iniciativa da rescisão parta do empregador ou do trabalhador.

Outro aspecto que considera também “importante”, é a introdução do subsídio de natal e subsídio de férias a todos os trabalhadores quer do sector privado quer do público, criação de um fundo de garantia salarial e a consagração legal do direito a reparação por danos não patrimoniais nas relações de trabalho.

Segundo Carlos Lopes, Cabo Verde é o único país dos PALOP que não concede o subsídio de natal.

O sindicalista adiantou que essas propostas foram discutidas a nível interno do sindicato, mas assegurou que brevemente serão socializadas com outros sindicatos, entidades competentes e o Governo de modo a trazer essa questão para o debate público.

“É preciso que se fale dessa matéria e quem deve despoletar essa questão são os sindicatos que representam os trabalhadores, que sabem realmente o que se passa no seu dia a dia, da situação vivida quando são despedido”, precisou o sindicalista que assegurou que existe uma aliança tácita entre o Governo e os empregadores quando se refere aos direitos dos trabalhadores.

No seu entender, caberá aos sindicatos e os trabalhadores se organizarem, unirem-se e lutarem juntos para que o Código Laboral seja revisto e reponha minimamente alguns dos direitos que tem sido retirado aos trabalhadores ao longo desses anos.

“Da nossa parte, vamos contactar todos os outros sindicatos e criar uma frente comum, sendo que é uma questão que diz respeito a todos e envolve todos os sectores”, considerou.

Com Inforpress

Comentários  

+1 # Djosa Neves 28-12-2018 12:11
Propor não basta, é o mais fácil. O Sr Carlos tem que DEMONSTRAR, PROVAR origem de tantas benesses; Se provêm de um aumento exponencial da PRODUTIVIDADE, de uma transformação MIRACULOSA na condição das empresas nacionais ou se o próprio propõem-se a dar o exemplo criando/gerindo alguma empresa PUJANTE. Os Sindicatos de uma forma geral, descuidam do SISTEMA TRABALHISTA e ficam-se por taticismos oportunistas. Não são capazes de abordar o TRABALHO de forma abrangente, despartidarizada, como ALIADOS das empresas visando um DESENVOLVIMENTO, gradual, justo e saudavél. A visão de conflito empresa/trabalhador é algo ultrapassado, um autentico obstáculo ao Desenvolvimento que deve ser HARMONIOSO e EQUILIBRADO. O maior DESAFIO é a transformação das mentalidades num país que EXIGE novas atitudes, uma CULTURA DIFERENTE para se vencer os novos DESAFIOS. Certamente não será com receitas antigas e falhadas, nem com formulas Quixotianas que chegaremos onde ambicionamos.
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+1 # Amarildo 28-12-2018 09:47
Senhor Carlos Lopes: Em que mundo o Senhor anda? Olhe, peça à Presidente do PAICV que lhe proporcione uma viagem de estudos à Cuba. De certeza, se a CTC (Central dos Trabalhadores de Cuba) fizesse as propostas que o Senhor está a fazer ao Governo de Cabo Verde não estariam a operar em Cuba e com sucesso, as Empresas tais como a MELIÁ, a IBEROSTAR e sequer a GAVIOTA que é genuinamente cubana. Lá, em Cuba, trabalha-se no duro e todo o trabalhador faz tudo para garantir o seu posto de trabalho e o seu rendimento diário, para enfrentar a vida que não está fácil em nenhum lado. O Governo de Cabo Verde seja liderado pelo MpD ou pelo PAICV não cairá nessa asneirada que o Senhor propõe. Sabe porquê? Porque nenhum investidor vai por um centavo em Cabo Verde. O Senhor e os seus afiliados ficam com os direitos e os investidores vão com o seu capital e com o seu emprego. É isso que o Senhor deseja? Já estudou o caso da Suécia? Olhe onde este país foi parar… Cuba, em 1959, era a sexta economia mundial, e hoje onde está? Os outros Sindicatos não estão loucos. Basta a asneirada que fizeram com o cálculo das pensões do INPS (Ainda bem que o Júlio Ascensão Silva provou do seu próprio veneno)
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