Cerca de 200 famílias em situação de vulnerabilidade no Porto Novo estão a ser socorridas com cestas básicas no âmbito do programa de mitigação da seca, em execução há quase dez meses neste município. Caso contrário sucumbem à fome.
Com o mau ano agrícola, “um dos piores” da última década em todo o país, estima-se que pelo menos 360 famílias no Porto Novo, em Santo Antão, encontram-se, actualmente, em situação de “extrema vulnerabilidade”, marcada sobretudo pela escassez de alimentos e de água.
Essas famílias residem, predominantemente, nas zonas altas (planaltos Norte e Leste), precisamente, as zonas mais atingidas pela “situação de seca quase absoluta” que castiga Porto Novo, o concelho mais árido de Santo Antão.
A câmara do Porto Novo, através dos serviços sociais, tem estado, igualmente, a apoiar “muitas famílias” carenciadas com cestas básicas, graças à parceria com algumas instituições, entre as quais a Fundação de Acção Social e Escolar (Ficase) e Moagem de Cabo Verde (Moave).
Populações das diferentes comunidades têm estado a pedir a abertura do emprego público, numa altura em que Porto Novo está a enfrentar o período “mais crítico” deste ano de seca, “um dos priores” da última década.
As autoridades locais calculam que sejam necessários mais 27 mil contos para mitigar os efeitos do maus ano agrícola em Porto Novo, um dos concelhos mais afectados pela seca de 2017. Esse montante deverá ser também utilizado para salvar os mais de 14 mil cabeças de gado que o município portonovense dispõe ainda e que a falta de alimentos e água ameaça dizimar.
No Passado mês de Julho, uma missão integrada pela câmara municipal e delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) visitou as zonas altas do Porto Novo, para uma avaliação, a meio percurso, do plano de mitigação da seca neste município.
A missão, chefiada pelo edil, Aníbal Fonseca, aconteceu dias depois da presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, ter estado nessas zonas e de ter alertado para a necessidade de se proceder à “recentragem” do programa que, a seu ver, está a ser “um fracasso”.
Nessa altura, vários criadores dessas duas localidades, as mais atingidas pela seca, diziam estar a perder parte seus animais ou de os ter abandonado à sua própria sorte devido a dificuldades na aquisição água e ração para o gado.
Para as autoridades, o plano de mitigação da seca, “ao contrário das críticas da oposição”, está a decorrer na “normalidade” no Porto Novo, mas o presidente da câmara e delegado do MAA já defenderam o reforço das verbas, sobretudo na vertente criação de empregos. Segundo o delegado do MAA, Porto Novo, dadas as suas características (concelho árido, extenso e disperso) merece atenção especial do Governo no quadro do reforço do programa, iniciado em Dezembro e com uma vigência de 14 meses.
A nível de Santo Antão, os municípios, responsáveis pela implementação da vertente criação de empregos, dizem ter já criado nesses sete meses cerca de 3.500 postos de trabalho, com a realização de projectos estimados em 40 mil contos.
No âmbito do programa de mitigação da seca e salvamento do gado em Cabo Verde, Porto Novo foi contemplado com uma verba que quase 80 mil contos para geração de empregos no meio rural, salvamento do efectivo pecuário e mobilização de água para agricultura.
Com Inforpress
Pessoalmente julgo não ter entrado em nenhuma questão partidária, mas a modelos de governação e tão simplesmente insurgido contra a solução "cestas básicas".
Defendi claramente que as pessoas devem ter um emprego, ainda que precário, para serem remuneradas e darem o destino que quiserem aos seus rendimentos. Esta minha posição não é circunstancial e foi por isso que no meu comentário, prometi voltar ao assunto com maior profundidade, subentende-se, depois de avaliar melhor a veracidade dos factos narrados. SOU CONTRA CESTAS BÁSICAS, salvo em situações em que descrevi. E se a seca prolongar..... havemos de perecer?
Para o teu conhecimento, o meu nome ou Domingo, é realmente AMA. Desde criança sou assim tratado pelos amigos, na escolas, em jogos de Futebol, entre colega de profissão, enfim...
Não escondo de nada e muito algo de opinião pública. Se quiseres a minha identificação completa, vá so INIDA em São Jorge dos Órgãos, e pergunte por AMA.
Tenho afirmado perante os meus amigos, que face à nossa realidade climática/geográfica e histórica, este País já não precisa de Governos que esperem pelas chuvas. Hoje em dia, nenhum Governo pode pensar Cabo Verde, pela via da variável natural "chuva".
As cestas básicas, pelo menos em Cabo Verde, revelam-se indesejáveis. As pessoas precisam de um emprego, ainda que precário, para receberem as suas rememorações e darem o destino que entenderem. Esta forma de exploração das fragilidades das famílias é uma indecência, salvo em situações muito pontuais de catástrofes imprevisíveis, ou de assistência humanitária em caso de deslocados de guerra..
Li com atenção o artigo, e estranhei o grau de alarmismo. Pois, visitei a ilha na última semana se Junho e primeira de Julho deste ano, numa missão de serviço em tivemos encontros de trabalho com os 3 presidentes das Câmaras locais (separadamente), com os 2 delegados do MAA, e visitamos e entrevistamos os munícipes de todos os municípios (na ausência dos presidentes), nas localidades mais recônditas da ilha. Houve, sim, muitas queixas acerca da seca, dificuldades daí provenientes, enfim. Em zonas rurais, em qualquer ilha há sempre queixas, o que é normal. Mas, FOME, propriamente dita, não ouvimos queixas. Em PB, parte mais árida por natureza, estivemos em Alto Mira, Planaltos Norte e Leste (que pertence aos 3 concelhos - ê antes do fogo florestal). Pode haver falta de água para o gado, vimos e fotografámos ÁGUA A CORRER PELAS ESTRADAS onde passámos. Se neste momento, já se chegou ao ponto de distribuir cestas básicas a algumas famílias mais necessitadas, a CMPN faz bem em ajudar.
Para a vossa info, o Planalto Leste foi proposta a ser elevado a património de Agricultura da CPLP durante a última cimeira no Sal. ESTRANHO O ARTIGO PUBLICADO, É MUITAS AFIRMAÇÕES A SEREM CONFIRMADAS.