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O grupo pretende manifestar a sua solidariedade para com o comandante da Polícia Nacional, Elias Silva, demitido das suas funções por ter afirmado que a “lei cabo-verdiana é amiga de armas”.

O lema da manifestação é “Cabo Verde, justiça acima de tudo”. A partida está prevista para 9 horas do dia 1 de Maio, com concentração na Avenida Cidade de Lisboa. Os manifestantes farão percurso até Palácio do Governo e dali sobem para o Plateau, com paragem em frente ao Palácio da Justiça.

Elias Silva era comandante regional da PN no Sal, cobrindo as ilhas de São Nicolau e Boa Vista. Ao afirmar na comunicação social que a lei cabo-verdiana é amiga de armas, Silva foi imediatamente suspenso das suas funções e sobre ele incorre um processo disciplinar por “infracção grave”.

O ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, afirmara na ocasião, que “os policiais não podem criticar a justiça”, justificando deste modo a demissão do oficial Silva, bem como o processo disciplinar que lhe foi instaurado.

A ilha do Sal não tardou em manifestar a sua solidariedade para com o comandante, cujo desempenho os salenses avaliam de bom..

Com efeito, a demissão de Elias Silva dividiu o país. Uns consideram que ele não criticou a justiça, mas sim que as suas declarações devem ser entendidas como chamadas de atenção remetidas aos políticos no sentido de reverem as leis criminais no país.

Elias Silva fez as suas declarações na sequência de uma onda de crime e assaltos contra pessoas e bens que nos últimos meses tem estado a assustar a ilha do Sal, pondo em causa a principal actividade económica da ilha – o turismo.

Há de facto um sentimento generalizado na sociedade cabo-verdiana de que as leis protegem o criminoso. Este sentimento é partilhado por muitos agentes da PN que, em privado, não se coibem de criticar o sistema judicial, que consideram muito simpático com os criminosos. Alguns até questionam para quê correr atrás de criminosos para logo a seguir serem libertados pelos tribunais. 

Comentários  

0 # SÓCRATES DE SANTIAGO 02-05-2018 10:57
Só parcialmente concordo consigo, senhor Salifu. Os cabo-verdianos e, particularmente os santiaguenses, têm, sim, uma cultura de manifestação. Porém, sobretudo aqui em Santiago, é preciso saber organizar bem e muito bem uma manifestação. Esta, por exemplo, tinha boas intenções, mas, pouca gente sabia da mesma e, ainda por cima, foi marcada para um 1 de Maio, um dia feriado e de festas aqui na Praia. Por mais, não se deve marcar uma manifestação do género, usando apenas as redes sociais e sobre os joelhos. Deve-se envolver as rádios e as televisões nacionais, fazer uma ampla publicidade junto das pessoas para poderem consciencializar-se e aderirem à causa da manifestação. Deve-se marcar a manifestação com largos dias de antecedência e evitar, a todos os custos, que ela coincida com dias festivos, pois os cabo-verdianos gostam de festas e não as trocam por coisas nenhumas deste mundo. OS SANTIAGUENSES fazem, sim, MANIFESTAÇÕES, desde que sejam bem organizadas e que tenham causas justas. OS SANTIAGUENSES não saem às ruas por qualquer "lana caprina", mas, quando saem, por bons motivos, saem com tudo. Lembrem-se da famosa manifestação contra a subida dos salários dos de[censurado]dos e dos governantes nacionais? A PRAIA TODA e SANTIAGO TODO estiveram na rua, obrigando os políticos a retirarem aquela absurda lei do Parlamento. SANTIAGO é CABO VERDE e, quando sai às ruas, é TODO CABO VERDE é que sai às ruas. Nós, santiaguenses, regionalismo à parte, temos a plena consciência de, para o bem ou para o mal, carregarmos ESTA NAÇÃO às costas.
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0 # Salifu 30-04-2018 15:11
Ver para crer... guentis di CV sobretudo Santiago ca tem cultura di manifestação. Espero que isso daqui pouco vai mudar ou melhor tem que mudar senão, senão... o povo vai continuando olhar para o horizonte até ficar cego. Participei várias vezes e foi um fiasco... decepcionado...
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