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Cabo Verde desceu dois lugares no Índice da Liberdade de Imprensa da organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras hoje divulgado e que regista um "recuou da liberdade de imprensa" pela primeira vez desde a década de 90.

Em 180 países, Cabo Verde caiu da posição 27 para a 29 no índice de 2018, depois de no relatório do ano anterior ter subido quatro posições, com uma pontuação global de 18.02 (+2.37 do que em 2017).

"Desde a liberalização da imprensa nos anos 1990, Cabo Verde tem vivido, pela primeira vez, um recuo da liberdade de imprensa", refere o texto que acompanha o índice, assinalando as dificuldades dos órgãos de comunicação privados.

"Um dos jornais mais emblemáticos interrompeu as suas publicações em formato impresso para dedicar-se ao seu site na Internet. Os media independentes têm dificuldade em se emancipar devido às magras receitas publicitárias e subvenções do Estado", acrescenta.

Os Repórteres Sem Fronteira (RSF) reafirmam que "o país se distingue pela ausência de ataques contra jornalistas e uma grande liberdade de imprensa, garantida pela Constituição".

Assinala que grande parte dos média pertence ao Estado, nomeadamente a principal rede de televisão (TCV) e a Rádio Nacional de Cabo Verde, mas ressalta que os seus conteúdos não são controlados.

Globalmente, Cabo Verde é o segundo país lusófono melhor classificado no índice, apenas superado por Portugal, que subiu para a 14ª posição em 2018.

A organização RSF divulgou hoje o relatório anual intitulado "Classificação Mundial Da Liberdade de Imprensa 2018", no qual advertiu para o aumento de "um sentimento de ódio dirigido aos jornalistas"

O documento denuncia também a "hostilidade contra os meios de comunicação, encorajada por políticos e pela vontade de regimes autoritários de exportar a sua visão do jornalismo", que considera "ameaças à democracia".

"Cada vez mais chefes de Estado democraticamente eleitos consideram a imprensa não como um fundamento essencial da democracia, mas como um adversário contra o qual demonstram abertamente aversão", regista o documento, dando o exemplo dos Estados Unidos, onde o Presidente Donald Trump "qualifica sistematicamente repórteres como inimigos do povo, uma expressão anteriormente utilizada por Jose Estaline".

Com Lusa

Comentários  

0 # PEPETELA 26-04-2018 08:17
Azarado este MCIC. Em menos de uma semana dois relatórios convergentes (até 3 com a Afrosondagem) sobre o mau estado da comunicação social em Cabo Verde. O cómico e que ele fala como se fosse um membro a parte do Governo (“Não é o Governo nem o MCIC que é responsável pela descida” dizia o kAbraão”). O que disse de forma subliminal o relatório é que os Governos não estão interessados em apoiar e melhorar a qualidade da Comunicação Social, seja ele pública ou privada. Se como disse o tal “Djosa Neves” os jornalistas são fracos, há um grande interesse para o kAbraão promover os muito mais fracos e silenciar os melhores, uma forma de criar um aparelho ideológico do Estado, o que está a denunciar todos os relatórios. Há ninhos de resistência tal como o Santiago Magazine. Bravo
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0 # Djosa Neves 29-04-2018 13:15
Meu caro, a fraqueza está no modelo de negócio que vem sendo seguido pelas empresas. Leia o relatório com atenção e veja o que vem sucedendo com as empresas. Todas nascem com muito entusiasmo, e aos poucos vão perdendo folego porque o mercado recebe a novidade mas de seguida cansa-se....com mais do mesmo.
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-1 # Djosa Neves 25-04-2018 19:01
Os medias têm dificuldade em se emancipar porque de um modo geral a qualidade é fraca, são tendenciosos (dividida entre amores e ódios) e com isso não conseguem se afirmar no mercado como isentos, virados para os factos e crediveis. Apesar de se saber á partida os maus resultados das más práticas, insistem nesses modelos falidos e depois choram por subsidios.
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