Pub

embaixador da venezuela
O embaixador da Venezuela classificou a detenção de Alex Saab Morán como uma “violação grave e inaceitável” das regras “mais fundamentais do Direito Internacional”, assim como da soberania e da não interferência nos assuntos internos de outro país.

Num comunicado a que a Inforpress teve acesso, o embaixador da Venezuela em Cabo Verde, residente em Dakar e acreditado também perante a Gâmbia, Guiné-Bissau, Guiné e Mauritânia diz que gostaria de expressar formalmente a sua consternação com a detenção de Alex Saab Morán por parte das autoridades cabo-verdianas.

No documento, o diplomata afirma que o detido é um “Enviado Especial” da Venezuela que se encontrava em trânsito para uma missão a ser realizada em um país terceiro.

“A Venezuela também está muito preocupada com o facto de a detenção ter sido realizada em 12 de Junho de 2020, com base num Alerta Vermelho da Interpol emitido a pedido dos Estados Unidos da América em 13 de Junho de 2020 – um dia após a detenção do Enviado Especial”, escreve.

Nesta linha, Alejandro Ortega afirma que a Venezuela solicita “respeitosamente” que as autoridades judiciais de Cabo Verde ponham termo, “com urgência”, a esta “situação ilícita”.

“Neste momento, encontro-me em Cabo Verde juntamente com o Assessor Jurídico Especial e sua equipe, designados pela Venezuela. Além de fornecer apoio consular ao Enviado Especial, auxiliaremos a equipe jurídica local a tratar das importantes questões de Direito internacional envolvidas nessa detenção ilícita”, completa.

Alejandro Ortega diz ainda estar com a esperança de facilitar a “rápida libertação” do “Enviado Especial da Venezuela” e “assim resolvendo essa infeliz situação, no espírito das relações amistosas de longa data entre os governos e os povos da Venezuela e Cabo Verde”.

O cidadão de 48 anos, de dupla nacionalidade, colombiana e venezuelana, que se encontra detido na cadeia da Ribeirinha, em São Vicente, foi detido a 12 de Junho, no Sal, pela Polícia Judiciária, a bordo de um avião privado, na sequência de um “alerta vermelho” da Interpol.

Alex Saab vinha sendo procurado há algum tempo pela Interpol (Polícia Internacional), por crimes de branqueamento de capitais, tráfico de droga, entre outras infracções, cometidas nos Estados Unidos da América (USA).

A Procuradoria-geral da República informou na sexta-feira que o processo de extradição de Alex Saab Morán comporta uma fase administrativa e uma outra judicial, que se inicia após a decisão favorável do pedido de extradição, pela ministra da Justiça.

Em comunicado de imprensa, com vista a prestar esclarecimento público, o Ministério Público (MP) explicou que a fase administrativa deve ter a intervenção do membro de Governo responsável pela área da Justiça e a fase judicial inicia-se após a decisão favorável do pedido de extradição pelo referido governante.

No dia 18, o Tribunal da Relação de Barlavento validou e ratificou a detenção provisória do detido de dupla nacionalidade, venezuelana e colombiana, que fica agora a aguardar a decisão de extradição na Cadeia Central da ilha de São Vicente, pelo Estado requerente, neste caso os Estados Unidos da América.

“Assim, o Estado requerente tem o prazo de 18 dias, que poderá ser prorrogado até ao máximo de 40 dias, para formular o pedido de extradição, sob pena de libertação do detido”, informou.

Entretanto, o caso poderá ganhar novos contornos se o STJ autorizar um pedido de habeas corpus interposto na última quinta-feira pela defesa de Alex Saab Morán,

Com Inforpress

Comentários  

+1 # Aguinaldo Fonseca 23-06-2020 05:11
[“Neste momento, encontro-me em Cabo Verde juntamente com o Assessor Jurídico Especial e sua equipe, designados pela Venezuela. Além de fornecer apoio consular ao Enviado Especial, auxiliaremos a equipe jurídica local a tratar das importantes questões de Direito internacional envolvidas nessa detenção ilícita”.] (transcrição)
Consciente ou inconscientemente o Embaixador Venezuelano passou um atestado de incompetência e inabilidade às autoridades judiciais cabo-verdianas.
Imaginem que daqui a pouco os Estados Unidos e a Colômbia também resolvem enviar equipas e assessores jurídicos para auxiliarem as autoridades judiciais cabo-verdianas a tratar das importantes questões de Direito Internacional? "Quando a ajuda é muita o santo desconfia"!
Seria neste caso melhor entregar o processo em mãos deles para eles decidirem, pois eles é que conhecem melhor, no entender do Embaixador, as questões internacionais.
Como é lógico e de esperar a Justiça Cabo-verdiana vai fazer o seu trabalho com toda a serenidade e imparcialidade sem deixar influenciar por pressões políticas, venham elas de onde vierem.
Responder
+1 # toto 23-06-2020 10:30
colegial assuntos profissionais não e' atestado de incompetência per-se', e' sim , intercambio de experiências e ate' de aprendizado ,q pode acontecer em qq momento da carreira profissional (três cabeças pensam mais q um) ,ainda mas tratando-se dum caso "complexo" jurídico e de coragem ,onde a independência de poderes se tem q impor ,não deixando-se pressionar pelos políticos. Como fez o tribunal de Espanha frente a um caso similar. Quem pense q não necessita colegial matéria seja jurídica ou outro ramo e' um auto-suficiente q tem um curriculum académico q o certifica ou um incompetente complexado . e' inseguro.
Responder
+1 # Cuena Barros 22-06-2020 19:44
O QUE NOS DIZ, MELHOR: O QUE PENSA ACERCA DISSO, NO QUADRO LEGAL, NACIONAL E INTERNACIONAL O CASIMIRO DE PINA? BEM ASSIM COMO INTERPRETA E ANALISA O ATENTO JOAO PEDRO MENDONCA?
Responder