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O Governo venezuelano denunciou este domingo, 14, que a detenção, em Cabo Verde, do empresário Alex Saab Morán, considerado um testa-de-ferro de Nicolás Maduro pelos Estados Unidos, foi “ilegal”, por estar em missão oficial com “imunidade diplomática”, pedindo a sua libertação.

Num comunicado divulgado pelo Governo da Venezuela, a detenção do empresário (de nacionalidade colombiana e venezuelana), concretizada sábado pela Interpol em conjunto com as autoridades policiais cabo-verdianas, na ilha do Sal, é classificada como “arbitrária” e uma “violação do direito e das normas internacionais”, tal como as “ações de agressão e cerco contra o povo venezuelano, empreendidas pelo Governo dos Estados Unidos da América (EUA)”.

“Em estrita adesão ao direito internacional e no âmbito da amizade e relações respeitosas que mantemos historicamente entre os dois países, a Venezuela pede ao Estado cabo-verdiano que liberte o cidadão Alex Saab, facilitando o seu regresso e protegendo os seus direitos fundamentais, com base no devido processo legal”, lê-se no comunicado.

A nota acrescenta que a Venezuela “tomou todas as medidas correspondentes por meio de canais diplomáticos e legais, para garantir a salvaguarda dos direitos humanos” do empresário, “bem como o seu inalienável direito à defesa”.

As autoridades de Cabo Verde detiveram sábado, com um mandado dos EUA, o empresário Alex Saab, acusado de negócios corruptos com o Governo do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, divulgou a advogada do suspeito.

Oficialmente, nenhum órgão ou entidade oficial cabo-verdiana comentou até ao momento a detenção do empresário, considerado pelas autoridades norte-americanas como “testa-de-ferro” de Nicolás Maduro, embora essa descrição não apareça em nenhum processo judicial e o Presidente venezuelano nunca tenha sido alvo de qualquer acusação relacionada com o empresário colombiano.

O empresário foi detido em Cabo Verde quando o seu avião fez uma paragem para reabastecimento, na ilha do Sal, num voo de regresso para o Irão, após uma viagem à Venezuela, segundo a advogada que o representa legalmente nos EUA, Maria Dominguez.

No mesmo comunicado governamental é referido que Alex Saab Morán viajava como “agente do Governo Bolivariano da Venezuela” e que “estava em trânsito” em Cabo Verde, numa escala técnica necessária à viagem que realizava, que visava “garantir alimentos para os Comités Locais de Abastecimento e Produção (CLAP), bem como medicamentos, suprimentos médicos e outros bens humanitários à atenção da pandemia de covid-19”.

“Violando todos os regulamentos e procedimentos, o senhor Saab Morán foi detido irregularmente pelas autoridades da Interpol em Cabo Verde, em 12 de junho, apesar de não estar em vigor no momento o código vermelho [para detenção] no sistema desse órgão de coordenação policial internacional”, salienta o comunicado.

O documento acrescenta que, após a sua “prisão arbitrária, em 13 de junho, a Interpol” emitiu “um mandado de detenção extemporâneo para justificar a detenção, sem levar em consideração a imunidade diplomática que o direito internacional concede a um agente de um Governo soberano”.

Saab era procurado pelas autoridades norte-americanas há vários anos, suspeito de acumular numerosos contratos, de origem considerada ilegal, com o Governo venezuelano de Nicolás Maduro.

Em 2019, procuradores federais em Miami, nos EUA, indiciaram Alex Saab e um seu sócio, por acusações de operações de lavagem de dinheiro, relacionadas com um suposto esquema de suborno para desenvolver moradias de baixa renda para o Governo venezuelano, que nunca foram construídas.

Ao mesmo tempo, Alex Saab foi alvo de sanções por parte do Governo dos EUA por supostamente utilizar uma rede de empresas de fachada, espalhadas pelo mundo, para ocultar avultados lucros de contratos de alimentos sobrevalorizados, obtidos através de subornos.

Com Lusa

Comentários  

0 # Bomba Atomica 16-06-2020 09:28
Cabo verde e um pais de lambe botas e meninos de mandados, não servem nem pra proteger nosso povo e não se dão ao respeito ai ficando a fazer papel de parvos, a tempos ajudando americanos prenderem guineenses em nossas aguas para serem julgados nos estados unidos pensando que os americanos são os senhores das verdades, maior corrupto de todos os tempos sempre na encosta e não querendo algo que não podem controlar e andarem ao mandado deles. uma muito falta de respeito e meter onde não tem condições nenhumas, aceitarem repatriados alguns casos nem nasceram em cabo verde por satisfazer [censurado]s. Deveras esses venezuelanos ate apoio que venham cá e matar todos esses outros [censurado]s que permitiram que tal facto aconteça desde procuradores e outros envolvidos ministros e demais pessoal, porque com o tempo sempre sobra pra o coitado povo por armanços de uns [censurado]s, e ainda acham que serão os meninos queridos de outros lambedores de botas de europeus pra verem se são aceites como negros especiais e meninos de mandados de americanos sinto nojo desse pais de [censurado]s
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+1 # Daniel Carvalho 15-06-2020 16:39
Concordo com o Sócrates de Santiago,e também com o Ovídio. Teimosamente a INTERPOL usa Cabo Verde para nos meter em encrencaras para os quais sequer estamos preparados, a começar pelo nosso poder judiciário, como bem reconhece o Ovídio.
Infelizmente temos governantes que pensam como o "Jóia", para quem o que importa é barriga cheio, não se sabe de que conteúdo, não se importando com o seu valor nutricional.
Estou convencido de que se fosse pela bondade do Trump, algo que não confundo com a solidariedade do Povo e dos Governos dos EUA,todos os Africanos e outras raças não brancas, teriam desaparecido do mapa demográfico. Não concordo com a mendicidade do Jóia nem com a ingenuidade do Governo de Cabo Verde, pela forma, pelo menos aparentemente amadora, como vem lidando com certas questões muito delicadas, no quadro das relações internacionais.
Se Cabo Verde é membro da INTERPOL, naturalmente que está vinculado ao dever de colaborar com ela, mas ao mesmo tempo no direito de dialogar com ela.Nas relações entre estados, não há subalternizar, razão porque tanto os chamados grandes como os pequenos estados, precisam um do outro, ainda que aparentemente não na mesma proporção.
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+3 # SÓCRATES DE SANTIAGO 15-06-2020 09:48
Concordo com as opiniões dos senhores Mário Gambino e CV preocupado. De facto, estamos a brincar com o lume. Um dia, o tiro nos sairá pela culatra. E nem os EUA, nem o desgraçado TRUMP nos salvarão. É pena que nós, O POVO, é que tenhamos de pagar o pato, por causa de decisões levianas desses ALIENADOS IRRESPONSÁVEIS QUE NOS GOVERNAM.
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+2 # Ovídio 15-06-2020 09:08
O Governo de Cabo Verde, definitivamente não quer aprender como evitar entrar em assuntos que nos ultrapassam. A INTERPOL localiza os seus suspeitos lá para os confins, deixa os rodarem à vontade, para em Cabo Verde darem ORDEM de detenção, e já agora, extradição Será? Já aconteceu com suspeitos de várias nacionalidades,nomeadamente Russos, Brasileiros e Holandeses, os do continente e outros, que já criaram sérios problema ao nossa deficiente sistema judiciário,incluindo situações caricatas e vergonhosas,especialmente no desfecho do caso dos últimos Brasileiros em São Vicente.
Agora, a ver vamos como é que Cabo Verde Vai sair desta encruzilhada que de forma voluntária e irresponsável de meteu.
Tanto mais se for verdade que a detenção foi feita com base num mandado internacional emitido pelos Estados Unidos, sendo certo que não existe acordo de extradição entre os dois países, acrescido do facto de nos Estados Unidos Existir, tanto pena de corte como o de prisão perpétua, para além de tortura como método de investigação.
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+1 # Poirot 15-06-2020 16:52
Caro Ovídio. Faço minhas as suas palavras. Digo mais, a justiça americana não é muito confiável. em 2013 vieram à Cabo Verde prender um cidadão da Guiné Bissau, o antigo chefe da marinha da Guiné-Bissau, Bubo Na Tchuto, levaram-no aos USA e meses depois o homem estava a passear em Bissau. Cabo Verde ganhou mais ódio do povo da Guiné Bissau que foram ao ponto de prender, em Bissau, os nossos agentes em missão de Serviço!!!!!!
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0 # Jóia 15-06-2020 03:58
Minha gente, ainda procissão vai no adro.
Mas deixemos de ilusões. "Não há países amigos mas interesses comuns"
Eu pensei que os cabo-verdianos neste momento da pandemia confrontados com o espectro da fome tornar-se-iam mais humildes, mais realistas pois a ilusão que tínhamos de ser uma potência mundial, simples alucinação e delírio de crioulos, ficou desmascarada com a nossa total impotência perante o combate ao Coronavirus e as suas repercussões não só sanitárias mas também sócio-econômicas.
Se o "delinquente" em questão não fôr extraditado para os Estados Unidos, e agora com Trump no poder, todas as ajudas a Cabo Verde serão suspensas e a Europa sob o jugo dos Estados Unidos não têm outra alternativa senão seguir as directivas do Tio Sam ou seja suspender todas as ajudas a Cabo Verde para além doutros boicotes.
Neste caso Cabo Verde tornar-se-ia uma outra Venezuela (sem petróleo) onde milhões de refugiados ultrapassam fronteiras fugindo da fome e da tirania de Maduro. Apenas Cabo Verde não tem fronteiras para onde fugir e só nos resta o mar e a repetição das fomes cíclicas que têm assolado estas Ilhas durante centenas de anos.
Portanto sejamos realistas e quanto mais depressa Cabo Verde desfazer de Saab ou seja entrega-lo às autoridades americanas melhor será para nós, simples mendigos internacionais.
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0 # José Anónimo 15-06-2020 12:43
Eu não concordo consigo. Mais uma vez, a diplomacia de Cabo Verde cometeu uma barraca ao envolver-se em algo que lhe ultrapassa. Se o Sr. Jóia diz que “não há países amigos mas interesses comuns”, também é verdade que o único país interessado em defender os interesses de Cabo Verde é Cabo Verde. Enregar esse Saab Morán para os E. U. A. seria um disparate tão grande como entregá-lo para a Venezuela.
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+5 # Mário Gambino 14-06-2020 23:00
Cabo Verde está a fazer o trabalho de catchor a mando dos E.U.A. foi para isso que aprovaram SOFA. Às vezes sinto nojo dessa gentalha mercenária que dirige o país. Cambada de porcos com focinho no lodo. Tenham vergonha seus capachos e seres inferiores.
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+4 # CV preoucupado 14-06-2020 22:34
Cabo Verde tomem cuidado que a coisa é grossa. Estão a por em causa a segurança de Cabo Verde. O homem só fez escala e deviam deixá-lo seguir viagem e eles que se entendem já que não temos acordo de extradição. Estamos a lidar com um tubarão. Nu sta muito atrevido.
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