A revolução científica é sem dúvida um marco na história da humanidade, ela teve o seu apogeu no século XVII, a onde ganhou a sua configuração sólida principalmente com o Galileu Galileia, Newton, Kepler, etc. e se prolonga até a atualidade, inovando e revolucionando. Após vários séculos desde que ocorreu a revolução científica, hoje encontramos numa era digital, todavia há nações que desvalorizam o conhecimento científico. Está desvalorização atinge vários patamares, desde o desconhecimento que se traduz numa falta de cultura geral, até a falta de investimentos, tanto nos recursos humanos como na tecnologia, inovação, artigos científicos, etc. É visível que em várias nações não se faz o uso adequado, nem o aproveitamento necessário de todos os recursos disponíveis, estudos e evoluções a níveis científicos, recursos estes que muitas vezes estão disponíveis a custo zero.
É preciso cultivar uma mentalidade política científica, não baseada na ignorância, de forma a evitar acontecimentos indesejáveis, como investimentos inapropriados ou fracassados, que pode se traduzir em desperdiçar economias que podiam ser aproveitadas de forma inteligente e suprir as necessidades populacionais. É preciso realçar que não existe desenvolvimento sem ciência e investir nela é investir numa área com retorno certo, a curto, médio ou longo prazo.
A ciência é sem dúvida o motor de arranque para o desenvolvimento, sem ela qualquer progresso fica comprometido. Não existe estados desenvolvidos que chegaram ao patamar atual, sem grandes investimentos nestas áreas. Rejeitar as recomendações científicas são atos de profunda ignorância, que pode ter como consequência o desperdício de quantidades imensuráveis de fundos que podiam ser aplicados em outras áreas. Acreditar que todo o mundo possui conhecimentos técnicos especializados é pôr a nossa segurança e a do nosso povo em risco.
Ignorar as recomendações científicas muitas vezes são vistas pelos investidores como atos de “espertezas”, eu vejo como um ato de tapar o sol com uma peneira, no qual tentasse solucionar problemas com medidas temporárias e ineficientes, com um único objetivo de adiar a responsabilidade de resolver de uma vez por toda, no presente o que terá de resolver no futuro, desta forma acredita-se que “sobra mais dinheiro”. Acredito que nenhuma nação queira soluções temporárias, isto demonstra uma irresponsabilidade e falta de compromisso, sem dizer que os problemas vão se acumulando e aumentando de escala no futuro.
Quando ignoramos as normas científicas nos tornamos primatas, seres que andam ainda a tentar perceber para quê que serve o fogo. Mas mesmo os primatas acabaram por investir na ciência, proporcionando a eles uma revolução, por conseguinte, uma evolução até a nossa geração. Sendo o maior objetivo o bem-estar maior para o presente e para as gerações futuras. Talvez precisamos entender o que é a ciência e porque ela é tão importante, não somente para comunidade científica, mas para toda a comunidade, para um desenvolvimento económico, a um nível sustentável e para perspetivar o futuro.
Vivemos no mesmo planeta Terra, por instantes na mesma era, mas estamos em tempos diferentes, uns estão mais avançados, explorando e projetando o futuro em outros planetas, outros ainda estão a viver na “idade da pedra”. Como é possível partilharmos o mesmo planeta e estarmos tão distantes uns dos outros? Talvez por detrás esteja uma mentalidade de desvalorização daquilo que realmente acrescenta valor.
Em ciências da terra, como a geofísica (meteorologia e oceanografia) muitas vezes tem um carácter de prevenção, todo o conhecimento e investigação são utilizadas de forma a antecipar acontecimentos que podem pôr em perigo a vida humana, ou que pode causar a desestabilização. Conhecendo o futuro consegue-se adaptar o presente de forma a prevenir danos indesejáveis. Talvez questionem, mas como conhecer o futuro se não somos Deus? Mas a verdade é que isto acontece todos os dias, em várias partes do mundo, através do uso da ciência. A prevenção está presente quando se usam as modelações numéricas para efetuar as previsões meteorológicas (com uma antecedência de 15 dias), quando se usa a inversão geofísica para descobrir possíveis epicentros sísmicos, quando somos avisados sobre uma possível erupção vulcânica, desabamento de terra, ciclones, secas prolongadas, entre as mais variadas formas de manifestações e atuações da ciência.
Graças a ciências, hoje existem satélites que estão a diferentes orbitas a volta do planeta terra, com sensores que nos permite estudar e avaliar o stresse hídrico, a vegetação, a temperatura do solo, incêndios florestais, precipitação, que regista as mudanças e analisa os comportamentos que não são possíveis identificar a olho nu. Sem falar no contributo que tem dado para o desenvolvimento de tecnologias e indústrias que revolucionaram as nossas formas de viver.
Uma casa que esteja localizada à beira de uma praia pode beneficiar de uma paisagem extraordinária, no entanto, de acordo com as previsões científicas também poderá ser prejudicada pelo aumento do nível médio do mar, por tempestades que acontecem todos os dias nos oceanos, entre outras. Ignorar estes factos podem levar não somente a destruição de bens matérias, como a própria vida. Outro exemplo é, num país que chove torrencialmente ou que neva, não pôr telhados nas casas de forma a “poupar dinheiro”, faz com que durante as épocas de precipitação as pessoas andem com as canecas a tirar água de dentro das casas.
A exploração de alguns recursos naturais de forma intensiva e inconscientes, sem quaisquer estudos podem levar a vários desastres naturais e desequilíbrio do ecossistema. Um exemplo prático em Cabo Verde, é a intrusão salina nos solos, nos poços de água subterrânea, a erosão costeira provocada pela exploração de areia, o avanço da linha de costa, a desertificação de várias zonas, etc. Assuntos estes que terei todo gosto de abordar nos próximos artigos.
Creio que os únicos momentos que valorizamos a ciência é quando adoecemos, durante as pandemias, ou em momentos de desastres a onde o mal já está feito. No entanto, todos os dias consumimos ciências, mas continuamos a desvalorizar e a não produzir, nem contribuir para o seu desenvolvimento.
Dos países que mais investem e que valorizam a ciência, destacam-se as maiores potências mundiais, os EUA, China, Alemanha, UK, Japão, Suíça, Singapura a onde investem até 5% do PIB em ciência. A Correia do Sul tornou-se um exemplo, pela rapidez com que eles eliminaram a pobreza, investindo fortemente na ciência. De uma forma geral, é notável a rapidez com que se deu o desenvolvimento de vários países da Ásia, e hoje eles dominam os Rankings mundiais de inovações, de investimentos, de tecnologias e indústrias, que estão diretamente associados a valorização científica.
*Mestre em Ciências Geofísica
Acredito que é preciso virar a chave da mentalidade do Povo de Cabo Verde.
O que sabe a maioria da população sobre a importância da ciência. Como pode o povo fazer pressão ao Estado se desconhecem a importância da Ciência.
Por isso, este pequeno artigo, com vários outros pequenos passos, é na minha humilde opinião, Um Grande Primeiro Passo. A Educação, o conhecimento é vital para gerar mudança!
BY LEÃO VULCÃO
- Escultor/pintor paisagista das ilhas
- Descobridor de sete sóis, nove luas, cinco estrelas.
LP-SIDE 1, track 1.
O grande desafio:
Criatividade, engenhosidade
Ponto final.
Sink or swim
Afundar ou mergulhar.
Mudanças económicas, políticas,
sociais, comportamentais:
Eficiência e qualidade.
Marketing, produtos e serviços;
Decoração e estratégia;
Lost and found;
Perdido e achado,
Projeto estratégico de alta tecnologia.
O velho vem dando lugar a um novo.
Uma Nova Sociedade desponta no horizonte; com fonte e ponte.
Sociedade 5.0.
Revolução silenciosa,
do Japão para o mundo.
Por um bem maior - a Humanidade.
No centro da inovação
e transformação tecnológica:
Futuro e sociedade adaptável.
Profunda integração da tecnologia,
onde se inclui a inteligência artificial,
a robótica, o Big Data,
os camiões autónomos
as entregas com drones.
Drones?!!
Quero 2 pizzas.
Pepperoni and cheese, please!
Eu vou mudar para o Japão.
Porque não?!
Vai também que te fique bem.
Futuro faturado
Ganhado, granjeado
Aprovado, conquistado.
Produtividade e eficiência,
Melhorar a qualidade de vida.
Sistemas inteligentes aliados para resolver problemas como: envelhecimento da população, limitação de energia elétrica, desastres naturais,
segurança
e desigualdade social.
Tudo em nome da Ciência!
Uma nova paisagem:
A quinta Revolução Industrial-
Indústria 5.0 -
Focado na interação entre humanos e máquinas.
Fábricas de fabricação inteligentes;
Produto. Consumo.
Supply and demand
Procura e oferta.
O que vai mudar o futuro?
Nova Sociedade esculpida com pedras de mármore.
Tecnologias,
Mudanças em programas
governamentais e sociais,
Eixo de influência
económico-político-social.
Processo de continuidade
Evolução, revolução
Indústria, energia elétrica
Automação, continuidade
Nova ordem mundial.
Influência; pessoas e sociedade.
Serviço, transporte, tecnologia;
Alicerce, mudança.
Colaboração e integração;
consumo, suprimentos,
sustentabilidade,
Cadeias produtivas.
Fábricas inteligentes, aplicação de tecnologias;
Digitação; produção autónoma,
eficiente e customizado.
Personalizado adaptado adequado.
Altamente adaptáveis aos processos e às necessidade de produção,
Produtos, recursos;
Matéria prima, energia e mão de obra.
Meio Ambiente
Energia limpa
Tudo limpo
Mundo limpo
Limpinho.
Consumo consciente.
Reaproveitamento, reciclagem.
Ecologia.
Tecnologia.
Diminuição de emissão de CO2 e de produção de lixo.
Lixo transformado em luxo.
Produção personalizada.
Tecnologia - impressão 3D.
Produto. Consumo.
Quebra de paradigma.
Efectividade e eficiência
Antes, operadores apertando parafusos,
Hoje, engenheiros rolando
as mangas, trabalhando.
Automação e robotização de processos,
Logística, gestão, organização, padrão.
Supply chain, cadeia de mantimentos,
Armazenagem, controle e distribuição,
Implementação, automação, eliminação,
Tecnologia de informação
Sistemas de informação,
Pacotes e padrão
Vantagens competitivas
Protecionismo económico;
Pirâmide social,
Mudanças, momentos de ruptura.
Impacto na geração e manutenção;
Exploração, Escravatura.
Escravatura 3.0.
Xenofobia
Perigo real e imediato do colapso ambiental.
Desigualdade social.
Desemprego, pobreza
Miséria, incertezas
Insatisfação da população.
Momento de transição e revolução;
Ressurgimento de movimentos políticos,
nacionalista e populistas;
Movimentos disruptivos.
Direitos; desafios;
pretenções; soluções.
Dúvidas se acumulam,
Sensação de insegurança.
Pragas do inferno - mil.
Mudanças continuam
Velocidades aumentam; ano luz.
Novos pilares, novos andares,
Novos ares e pomares.
Novo modelo de sociedade
Tecnologia, meio ambiente
De homem consciente;
Futuro, impacto profundo.
Tecnocracia, supremacia.
Ganhos é certo, mas com perdas e custos que dão sustos
do avanço da tecnologia.
Custos e impactos emormes,
Que só o tempo dirá.
Utopia? Coisa velha da sociedade
Almas antigas; obsoleta, caduca.
2020 e além:
Sociedade científica, douta, erudita.
- Enough said! Chega, Professor!
Tenho o maior respeito no mundo por si, mas hoje, se calhar, o Doutor já tomou 6 cleps. Troque o disco, Dr., please!
Ok, meu impaciente Filintinho!
Ó Maria, por favor, traga uma dupla para o jovem iluminado e um para mim. E dois cafés.
LP-SIDE 2, track 1.
Sociedade 1.
Benvindo ao bordo do Falucho.
Sem motor e sem vento,
aqui ficamos, aqui moramos.
O Povo - na rua e organizado -
precisa ser mais emergente,
mais coerente
mais convergente
mais exigente
reivindicando seus direitos.
Sociedade ou solidão
Ganho ou perda
Confiança ou insegurança
Dúvida ou certeza
Passivos ou activos.
Parceiros ou rivais
Aliados ou concorrentes
Progresso ou retrocesso
Derrota ou vitória
Benefício ou malefício
Sorte ou azar
Êxito ou fracasso
Força ou fraqueza
Coragem ou cobardia
Bravura ou medo
Luta ou rendição
Paz ou guerra...
No entanto, na prática, a ciência parece supérflua e o cientista cabo-verdiano é, antes de tudo, um malabarista. Mas, para alento de muitos, há sempre abnegados e lutadores que não desistem nunca. E se, sozinho, a missão é impossível, a saída são parcerias de toda ordem para fazer acontecer.
A Ciência não é valorizada. Veja que até este momento, o Estado, nem digo o governo, não disponibilização um centavo para a ciência. E o Ensino Superior que é o motor da Ciência apenas beneficia com cerca de 0,7% do PIB, num valor absoluto de aproximadamente 750 mil contos, ou seja quase igual ao valor que o governo reserva para as suas viagens que é 650 mil contos. Portanto, é este o nosso país, um país que se vai tornar mais desenvolvido do que Portugal nos próximos tempos. Disse o Olavo Correia.
Em África, e em Cabo Verde em particular, os partidos são empresas que dão rendimentos (não salários) e emprego aos seus militantes. Aqui não há lugar para a ciência. Qualquer cientista atrapalha o funcionamento das empresas e o cientista é posto fora do jogo, antes do seu início. Os partidos precisam de ignorantes .
Veja em redor.
* PhD em observação
Na verdade, a pesquisa científica em Cabo Verde precisa de todo o apoio do governo para que projetos de importância vital para o desenvolvimento económico sustentável não sejam paralisados, ou nem mesmo comecem, por falta de recursos, o que pode significar prejuízos irrecuperáveis. Além disso, se os ocupantes dos mais importantes cargos no Palácio da Várzea não derem o valor que a ciência merece, jovens talentosos, que representam o futuro do conhecimento nacional, serão forçados a deixar o país e desenvolver seus trabalhos em países onde a produção científica é prioridade absoluta.
Inquestionável é que sem pesquisa não existe progresso científico e tecnológico e sem este não há inovação e competitividade em todos os setores produtivos, notadamente na indústria e na agricultura. Cabo Verde não pode perder a oportunidade de ingressar no seleto clube das nações médias tecnologicamente, e, somente através de aporte dos recursos necessários, a comunidade científica estará apta a cumprir seu insubstituível papel de colocar o país na vanguarda do conhecimento global.
Estudos revelam que o retorno social em investimentos em ciência e tecnologia são significativos. Os governantes têm de se conscientizar que a paralisação de projetos estratégicos terá reflexos mais do que negativos na economia. Reconhecer que a pesquisa é tão importante para o país quanto educação, saúde e segurança, as três áreas mais protegidas quando há limitação de gastos públicos.
A necessidade de investimentos constantes é real, pois o desenvolvimento da ciência e tecnologia se dá de forma galopante em todo o mundo. Parar projetos de pesquisa e deixar de desenvolver novos seguramente vai comprometer o futuro do país. Por isso, valorizar a área do conhecimento dever ser prioridade para toda a sociedade cabo-verdiana.