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Por: Amândio Barbosa Vicente

“Quando eu vir o arco nas nuvens, eu me lembrarei da aliança eterna estabelecida entre Deus e todos os seres vivos de toda espécie que estão sobre a terra.” Bíblia Sagrada

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1. Sete cores, abrindo a luz da democracia nos céus de Cabo Verde! Arminda Barros, a Presidente da ARC, fica com a faixa vermelha, pois é ela quem dirige os trabalhos da ARC, o vermelho, o sangue dos inocentes desta terra, sugados pela mafia e pela corrupção política em Cabo Verde; Maria Teixeira, não conheço, mas atribuo-a a cor verde do Movimento para Democracia, a cor da esperança deturpada pela demagogia e pelo populismo, fazendo de Cabo Verde o segundo país mais deprimido da Africa; Alfredo Pereira, também não conheço, mas dar-lhe-ei a cor laranja, porém o significado desta cor, o sucesso, a força, a saúde e a comunicação, parece-me ter sido induzido em erro ao atribuir-lhe esta cor; Jacinto Estrela, a cor amarela, por ser um homem maduro, que já exerceu vários cargos públicos, esperava-se mais dele no exercício do seu trabalho; Karine Ramos, também não conheço, mas fica a faixa violeta, associada a espiritualidade, a magia e o mistério; talvez tenha errado nas distribuições das sete cores que compõe a ARC DA VELHA; as restantes cores do ARC DA VELHA não sei quem as entregar, visto que o Conselho Regulador da ARC DA VELHA é composta por estas cinco pessoas; no entanto, pelo sim, pelo não, entrego-as ao povo sofredor destas ilhas, povo que sofre nas mãos do partido único de duas alas, a ala MpD e a ala PAICV!

2. ARC DA VELHA, radiando nos céus de Cabo Verde, no meridiano 25, onde existe uma Televisão Pública chamada TCV, comandada pelo senhor António Teixeira, na qual espelha a brilhante luz da liberdade de expressão, do pluralismo, havendo várias ideias sobre o mesmo assunto, debate é o que não falta na TCV; é o cumprimento dos estatutos da ARC DA VELHA, plasmados nas alíneas a), c) e e) do artigo 7 da lei 106\IX\2020, garantindo a efetiva expressão e o confronto das diversas correntes de opinião em respeito pelo pluralismo – que paradoxo, hein!?

3. É neste ambiente de democracia e respeito pelo estado de direito e se hoje não aparecer o resultado dos debates quinzenais do PP na TCV, “don´t worry, we are in Cap Vert Island”, onde existe uma conivência institucional contra o estado de direito e contra a democracia e onde as instituições fingem atuar dentro dos parâmetros legais, para continuar a obter para si e para os seus representantes privilégios e benefícios materiais, só justificáveis porque os representantes da Comunidade Internacional em Cabo Verde (Embaixador dos EUA, Embaixadora da União Europeia, Embaixador da França, e outras Embaixadas) fecham os olhos à hipocrisia do estado de direito e da democracia em Cabo Verde!

4. Esta hipocrisia da Comunidade Internacional (Embaixador dos EUA, Embaixadora da União Europeia, Embaixador da França, e outras Embaixadas) sobre o funcionamento do estado de direito em Cabo Verde está configurada nestes dois aspetos a seguir descritos:

a. Quando o Primeiro-ministro, Ulisses Silva, assume publicamente que nas eleições autárquicas de 2020 houve fraude eleitoral, pondo em causa a verdade eleitoral, não ouvimos uma única palavra da Comunidade Internacional, exigindo que medidas sejam tomadas para que as próximas eleições sejam justas e transparentes;

b. Quando Amadeu Oliveira abre guerra contra as mazelas da justiça em Cabo Verde, a Comunidade Internacional radicada em Cabo Verde, finge nada acontecer, sabendo que o pilar básico de uma democracia é uma justiça célere, autónoma, eficaz, na qual todos são iguais perante a lei; veja o quanto a justiça em Cabo Verde é independente, quando um Procurador-Geral da República começa a mexer com os casos da corrupção política é logo substituído por outro que procura esquivar-se dos casos da corrupção política em Cabo Verde;

c. Mas, há um mar de exemplos contrários ao estado de direito e democracia em Cabo Verde!

Com efeito, o cerne da questão que me trouxe aqui é decisão da ARC (https://www.arc.cv/arc/upload/documentos/docs_delib_5fedc287ecef98.42756302113.pdf) consubstanciada na deliberação n.º 85/CR-ARC/2020, de 22 de dezembro que basicamente é:

a. Censurar as reuniões quinzenais do PP, em conluio com o Sr. António Teixeira, diretor da TCV, em jeito de represálias logo depois das eleições autárquicas de 2020;

b. Considerar que os 6 minutos de tempo de antena disponibilizados ao PP nas suas 2 reuniões quinzenais podem perigar a liberdade de programação da TCV;

c. Ou seja, em 30 horas mensais do serviço noticioso da TCV (1800 minutos mensais de programação do serviço noticioso) os 6 minutos mensais disponibilizados ao PP (0,3%) seria, então, entrar num caminho perigoso de condicionar a liberdade da programação de um órgão de comunicação social, teor da oposição apresentada à queixa do PP pelo senhor António Teixeira à ARC, tese que acolheu o apoio favorável da ARC DA VELHA que brilha a luz da liberdade e da democracia nos céus de Cabo Verde!

d. No entanto, note que o PAICV e o MpD abundam os telejornais com notícias de cunho político partidário, se se medir esta aparição, estimo que mais de 1000 minutos mensais são disponibilizados ao PAICV e ao MpD para passarem as suas mensagens nos noticiários da TCV;

e. É assim que a ARC promove um serviço público e plural de televisão, negando ao PP 6 minutos de aparição mensal nos noticiários!  

6. Enfim “don´t worry, we are in Cap Vert Island”, onde existe uma conivência institucional contra o estado de direito e contra a democracia e onde as instituições fingem atuar dentro dos parâmetros legais!

Um bom ano de 2021 a todos!

Amândio Barbosa Vicente    

Praia, 31 de dezembro de 2020

Comentários  

+1 # Sergio Corra 01-01-2021 12:20
Infelizmente a comunicação social e' sempre controlada pelo partido do governo, considerado que e' o mesmo que escolhe os diretores, fortuna para a humanidade que agora existe internet, e as redes sociais, Radio, Televisor e jornais são agora marginal.
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+1 # JOSE ARMANDO CORREIA 01-01-2021 12:13
Eis aqui um classico exemplo de dominio do atual existente sistema bipolarista violando as leis democraticas, como si existisse um acordo tácito homologado, com o passar do tempo verificamos que ja criaram uma propria cultura de relacionar-se com sigilo e descrição um artificio de tal forma bem implementado que torna-se invisivel aos olhos de quem esta de fora; parece que acima de tudo o imperativo da vontade comum seja de não deixar espaço para que nenhuma outra organização partidaria cresça ao ponto de constituir mesmo que seja uma pequena concorrencia no que diz respeito aos assuntos de comum interesse. No decorrer do tempo, pela surdina, vão inovando tecnicas de manter este sistema em ação; sabem de poder contar com a conivência de boa parte dos representantes das organizações estrangeiras no País, tudo leva a querer que se não existir uma energica força de vontade na luta para democracia, vai ser dificil desmantelar esse artificio!
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0 # Bento Fortes 01-01-2021 08:51
Caro PR. do PP. O Estado é uma máquina da classe dominante e o ARC é apenas um dos tentáculos. Mas o que se deve fazer é recorrer ao TC e no último vaso apelar a não pagamento da taxa da rtc tanto aos clientes e também recorrer ao TC sobre esta taxa/imposto. o resto é o filme já visto do simulacro de Estado nestas ilhas. o abismo será deles.
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-5 # José Bouquinhas 01-01-2021 02:15
O Senhor Amândio Vicente devia, em primriro lugar, ter desejado aos seus eleitores e amigos Festas Felizes e um Ano Novo repleto de boas novas, o que não aconteceu, e então vem logo ao ataque atirando pedras em todos os sentidos. Hoje não. O senhor devia ter esperado mais uns dias para depois expôr essas questões de importância, mas não de emergência. Outrossim, o senhor Amândio precisa brandar o lume um pouco, porque, como líder, não lhe faz bem nenhum. Por favor, deixe certas polémicas a serem discutidas pelos seus sub-tenentes na mídia social. Assim não dá! Esperamos que o seu Ano Novo seja repleto de boa saúde ao lado dos seus ente queridos.
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0 # Katrina Txakota 01-01-2021 01:48
Senhor ABV, por favor oiça o lado 2 do disco que, por sorte, não está riscado. Não esqueça de aumentar o volume. Desejamos-lhe um Ano Novo feliz!



Cabo Verde: PAICV faz queixa da TCV à ARC devido a tempo de antena


O PAICV informou que interpôs uma queixa junto à Agência Reguladora da Comunicação Social (ARC) contra a Direcção da Televisão de Cabo Verde (TCV). O maior partido da oposição no país acusa a referida direcção de recusar emitir o seu tempo de antena.
Segundo esta força política, a mesma tem direito a um tempo de antena de 7 minutos e 41 segundos por mês, devido aos 5 minutos enquanto partido com assento parlamentar e mais 5 segundos por cada um dos 29 de[censurado]dos eleitos, tal como sustenta a alínea b) do artigo 3º da Lei nº 90/III/90 de 27 de Outubro.
De acordo com a lei, “esse tempo pode ser utilizado, no mês, da forma que melhor entender”, declarou o partido, uma vez que “é a própria Lei nº 90/III/90 [em vigor] que diz taxativamente no nº 2 do seu artigo 2.º que o tempo de antena pode ser utilizado de uma só vez ou parcelarmente´”.
Tendo em conta a legislação, o PAICV decidiu repartir em dois o tempo a que tem direito, optando por usar um na primeira quinzena de janeiro, correspondente ao dia 15, e outro na segunda quinzena do mesmo mês. No entanto, afirmou que “a Direcção da Televisão se recusa a fazer a emissão desse segundo programa, o que consubstancia um claro atentado aos direitos dos partidos políticos” e à lei.
“A TCV e o seu director não podem, unilateralmente e à revelia da lei vigente, recusar o parcelamento do tempo de antena dos partidos políticos, até porque está obrigado, com a colaboração dos titulares de antena (que são os Partidos neste caso), a organizar planos gerais (para todos) de respectiva utilização (nº 2, do artigo 65.º da lei de Televisão) ”, sustentou.
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