Por intermédio do seu porta-voz, Osvaldino Semedo, e em conferência de imprensa, José Sanches, candidato à liderança do PAICV, manda dizer, com certas absurdidades de permeio, que “o propósito da sua candidatura é tudo fazer para que o partido saia mais forte, mais coeso e mais unido do Congresso”. Bem, eu não iria a tanto mas creio que não é por acaso que alguém que se encontrava a meu lado exclamou: “isso cheira à gozo”!
Na minha opinião essa é mais uma curiosidade (uma fabulação, claro está!). Porque na eventualidade dessa frase ser reescrita com um mínimo de autenticidade, a escrita seria, mais coisa, menos coisa, o seguinte: “o propósito desta minha candidatura é fazer tudo para que o partido saia mais enfraquecido, menos coeso e mais desunido do próximo Congresso!”
É sabido que uma boa parte dos cabo-verdianos vem apelando, desde 2011, que o PAICV procure formas de alcançar a unidade e coesão perdidas no início da segunda década deste século que, por razões sobejamente conhecidas, jogou uma importante cartada na derrota do Candidato apoiado pelo PAICV nas eleições presidenciais de 2011. Essas mesmas razões que também voltaram a dar uma mão cheia de ajuda para as derrotas que o PAICV sofreu nas eleições de 2016!!
Todavia, para salvaguarda dos pergaminhos deste Grande Partido Histórico (que não é um Movimento!) e pela memória dos nossos patrícios que tombaram durante a Luta de Libertação Nacional, concebida e conduzida superiormente e com mestria por Amílcar Lopes Cabral, Fundador da Nacionalidade Cabo-verdiana, mas também levando em conta considerações e recomendações da Sociedade Civil, Altos Responsáveis, Militantes, Amigos e Simpatizantes do Partido, vêm abstendo de dar a resposta que o caso requer (mas que interpretam, erradamente, como fraqueza!), sem qualquer correspondência da parte do tal Grupo de Reflexão.
É que mesmo que o Deputado José Sanches não tivesse, inicialmente, nada a ver com o que se convencionou chamar “Grupo de Reflexão”, não é crível que desconheça como os factos acima apontados tiveram início! Entretanto aparece agora, curiosamente, lançado numa caminhada tanto quanto obscura, patrocinada pelo Grupo responsável pela divisão interna do PAICV, e que é visto por uma larga faixa da Sociedade Civil como tentativa de desestabilização do Partido em que milita, uma espécie de aventura do qual nem ele nem os seus mentores extraem benefícios, já que, pelo contrário, é claramente, mais um frete ao MpD que deverá estar a esfregar as mãos de felicidade (aquela felicidade que prometeu e que não consegue proporcionar aos cabo-verdianos!).
Como é óbvio, é um direito estatutário, uma prerrogativa essencial de que todos os militantes do PAICV gozam, que é concorrer, eleger e ser eleito para quaisquer Órgãos do Partido, desde que reúnam as condições exigidas. Aliás, a experiência tem vindo a dar-nos conta que, não fora isso, ou seja, o funcionamento da Democracia interna, os elementos do Grupo de Reflexão teriam feito tudo para arredar Janira Hopffer Almada do processo de sucessão.
Posto isto, pergunta-se, que é que se pretende com uma candidatura nesta altura da parte de quem perdeu créditos dentro do seu próprio Partido e no seio da população cabo-verdiana, devido à postura assumida de não-aceitação da realidade, de que uma luta interna não abona a favor dos objetivos do PAICV de vencer as próximas eleições que se aproximam
Quanto a mim só por fingimento um Militante/Responsável do PAICV, atento ao que se passa à sua volta, dará mostras de desconhecer o que é público e notório, isto é, o alto conceito, respeito, consideração e esperança que, praticamente, todos os militantes, amigos e simpatizantes do nosso Partido têm vindo a testemunhar à Presidente do Partido da Estrela Negra, Janira Hopffer Almada, não devido à sua beleza, como diz o ditado, mas sim pela sua capacidade, força intrínseca, tenacidade e aptidão política testadas vezes sem conta.
E que ninguém tenha dúvidas de que JHA vencerá as eleições partidárias de 22 de Dezembro p. f., por vontade do povo do Partido, e que, enquanto os militantes do PAICV assim o quiserem e desejarem, a nossa jovem Líder estará à disposição do Partido a fim de continuar a ajudar nos propósitos da defesa dos interesses dos cabo-verdianos e do desenvolvimento deste País que o viu nascer!
Texto publicado pelo autor no facebook
*Título da responsabilidade da redação
Eu tenho respeito profundo para todos os de[censurado]dos, mesmo quando não concordo com a sua forma de intervir. Isso é válido tanto para a bancada do MpD como para a do PAICV, ou seja, para todos os de[censurado]dos que não se primam para a elevação dos debates. Há dias então foi vergonhoso a intervenção do de[censurado]do JBP que em pleno descussão do OGE 2020, pediu a palavra para referir nomes por nomes de todas as pessoas desaparecidas, sem pensar que ao invés de atingir o governo, ele está a magoar todos os familiares das pessoas desaparecidas, que certamente não acreditam na desmistificação desses casos. Tratando-se de um sujeito parlamentar com algum traquejo politico e que já desempenhou as funções do governante, a sua intervenção foi de bradar aos céus, pela negativa. Mas pronto, é verdade que há pessoas que para atingir os fins, não escolhem os meios.
O PAICV não só deve unir, como também deve repensar a sua forma de fazer oposição porque nós os cabo-verdianos não somos tão providos de mau senso a ponto de acreditarmos que tudo que o PAICV diz no parlamento quer pela sua presidente JHA, quer pelo seu líder do Grupo Parlamentar RS ou pelo seu de[censurado]do JS são fatos indesmentíveis. Todos os cabo-verdianos sabem que em Cabo Verde nenhum governo consegue governar de acordo com o seu programa eleitoral, num cenário de 3 anos de seca consecutivos.
Aproveito para deixar um conselho à futura presidente do PAICV já que não vai ter oposição nessas eleições, cenário que já era expectante, para quem conhece a característica histórica deste partido. Ganhe as directas internas no seu partido e pondere na sua forma de fazer oposição que muitos cabo-verdianos com os quais tive oportunidade de comentar a vida politica em Cabo Verde, acha que a senhora Dra JHA faz oposição com muita raiva.