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Por: Alcindo Amado

 AlcindoAmado

Apresentando os meus profundos sentimentos de pêsames à família enlutada, faço questão de chamar à atenção do Sistema Nacional de Saúde Pública, que é tempo de repensarmos o nosso desempenho nesta área. O triste desfecho deste caso põe a nu as nossas fragilidades. Temos vindo a deparar sistematicamente com casos bizarros em todos os hospitais do país, sem que se tenha apurado as devidas responsabilidades.Temos que reconhecer as nossas limitações técnicas, melhorar os serviços médico-hospitalares, e procurar melhorar a capacidade técnica dos nossos jovens médicos e enfermeiros que geralmente são ignorados no nosso sistema. Se Cabo Verde tem dinheiro para esbanjar em carros de luxo para governantes e gestores de empresas públicas falidas, também tem dinheiro para melhor equipar todos os hospitais e centro de saúde do país, e investir na especialização dos nossos jovens médicos e enfermeiros. É claro que se regista óbitos em qualquer hospital do mundo. Todavia, quando se verificar negligência médica há sempre um responsável. Quando o óbito resulta de uma patologia desconhecida ou pouco comum, aproveita-se do caso para investigar e procurar evitar futuros óbitos.

É evidente que precisamos repensar a forma de governar Cabo Verde. Não podermos continuar indo ao sabor da maré. Como NAÇÃO, já temos idade suficiente para andarmos com os próprios pés. Não podemos continuar a justificar a nossa incompetência com o argumento de sermos um país pobre. Um país pobre não faz políticas de rico. Este fenómeno sempre aconteceu e continua acontecendo em Cabo Verde. Penso que já é tempo de tomarmos a consciência da nossa realidade, e começarmos a reparar o mal. Tenho a consciência das dificuldades que existem em governar um país como Cabo Verde. Também tenho a consciência da nossa incompetência e descaso. A Saúde Pública e Educação são as principais áreas de investimento em qualquer país que se quer desenvolvido. A prática e os resultados mostram que, infelizmente, continuamos sendo um país de incompetentes e arrogantes.

O Hospital Baptista de Sousa, em São Vicente, na qualidade de um hospital central, tem vindo a envergonhar em vez de satisfazer as necessidades dos utentes. Nos últimos anos, a sua péssima gestão transformou a instituição num campo de guerrilha. Muitos médicos e enfermeiros são sistematicamente perseguidos e desmoralizados, quando devia ser uma classe unida, para melhor serviço prestar. Médicos especializados e com provas dadas em diversos sectores, são sistematicamente perseguidos e injuriados pela direcção integrada por um bando de incompetentes e arrogantes. Claro que não se pode esperar melhores resultados duma instituição como esta. O pior é que quem tem a responsabilidade política de gerir a saúde pública no país, nada faz para por termo à caótica situação.

Por outro lado, e para agravar mais a situação, o serviço nacional de saúde pública continua sendo esvaziado pelo exercício desregulado de medicina privada, que não é nada mais nada menos que um crime organizado em todo o país, utilizando descaradamente os nossos Hospitais e Centros de Saúde como centros de propaganda e marketing das centenas de clínicas, estrategicamente espalhadas pelo país. O mais grave é que os Governos nada fazem para salvaguardar os interesses da Nação.

Lamentando profundamente a morte da jovem Silvia e seu bebé, deixo aqui um grande abraço de fraternidade a todos.

*Texto publicado pelo autor no Facebook.

Comentários  

+2 # Cabral Semedo 31-08-2019 11:14
O Senho Alcindo Amado, como sempre, a comentar com muita realidade os assuntos candentes do País.
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+2 # sheila sequeira 30-08-2019 12:34
quando es inaugurá kel espaço novo de Banco de Urgencia do HBS um alertás pes espiá kel serviço de Recursos Humanos que precisá ser espiot porque nao faz sentido um pessoa tchegá num urgencia (se nome e urgencia) pe volta de 8H de plumanha pel sai dalá pe 5 h de tarde te esperá pe um medico pe ser atendido.É inaceitável e desumano.
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