Pub
Por: Amália de Melo Lopes*

 Foto

1. Introdução

Persistem ainda, na nossa sociedade, um sistema articulado de conceções equivocadas sobre o crioulo de Cabo Verde[3](e os crioulos de um modo geral). Apesar de não terem bases científicas, esses equívocos estão profundamente registados no senso comum e infiltrados em alguns de nós. Por isso, têm desempenhado um papel impeditivo importante na concretização de medidas de política linguística favorecedoras do desenvolvimento da língua cabo-verdiana como sejam a sua oficialização e o seu ensino. Tendo em conta o papel do conhecimento na desconstrução dos mitos, discutem-se 12 dessas ideias[4], mostrando evidências científicas que as contrariam, tendo em vista contribuir para a construção de uma comunidade mais harmonizada em que as línguas de Cabo Verde se possam expandir livremente. 

2. Mitos sobre a língua cabo-verdiana

Esses mitos, que menorizam a língua cabo-verdiana (LCV), são produtos de uma configuração sociocultural dominada por uma ideologia linguística colonial que exigia e impunha o domínio da língua do império, apresentada como o modelo ideal de língua e, como contraponto, o aniquilamento das outras, entendidas como símbolo da inferioridade dos seus falantes, para, assim, impor a sua cultura e o seu projeto político. Por isso, esses equívocos foram amplamente difundidos, naturalizados e inculcados na mente dos cabo-verdianos, determinando as suas atitudes face à sua própria língua materna, a ponto de alguns, cada vez menos, felizmente, admitirem que não falam uma língua ou falam algo que ainda não o é. Começamos com o mito 1.

Mito 1: O crioulo não é língua

A maior parte dos crioulos formou-se nos séculos XVI a XVIII, num contexto sócio histórico de relações comerciais e de escravatura, na época dos descobrimentos. Senhores e escravos necessitavam de comunicar e, para isso, estas línguas foram desenvolvidas. Assim, é o contexto e a rapidez da sua formação que distinguem as línguas crioulas de outras línguas. 

Por causa da especificidade da sua origem e formação, os crioulos foram, durante muito tempo, considerados línguas inferiores. Contudo, por um lado, não é pelo facto de terem sido formados pelos escravos que não são línguas – os escravos eram seres humanos escravizados –, ou que são algo que ainda não é uma língua e, por outro, os crioulos não têm nenhuma característica que não seja possível de encontrar em outras línguas. 

Com efeito, assim como todos os seres humanos são iguais, todas as línguas humanas são iguais. Os cabo-verdianos, como seres humanos que são, têm uma língua materna: a língua cabo-verdiana. Diz-se que é a língua materna dos cabo-verdianos por ser aquela que a quase totalidade deles desenvolve, quando aprende a falar, em casa, com a família, antes de ir à escola. 

Também é língua nacional, no sentido em que é falada e compreendida por todos os cabo-verdianos, no país e na diáspora, sem que seja necessário recorrer a uma outra língua, que seria a veicular. A língua portuguesa também é nacional, num sentido mais político do termo, porque adotada de jure e de facto como nossa, em todo o território nacional. 

O termo crioulo começou por designar os escravos nascidos em casa dos colonos (uma cria deles). Depois, foi estendido a todos os naturais das colónias e, mais tarde ainda, às línguas faladas por essas pessoas. Para os linguistas, é um conceito metalinguístico que se  aplica ao conjunto das línguas que se formaram ou podem vir a formar-se em situações de contacto de línguas com características idênticas às que existiam nos períodos de formação dos crioulos existentes e daqueles que se sabe que já morreram. Os crioulistas são linguistas que se dedicam ao estudo do processo de formação e às características dessas línguas.

Assim, só se pode concluir que o crioulo de Cabo Verde é uma língua, tal como todas as formas de falar de todos os povos e nações. Os cabo-verdianos, tal como outros seres humanos, povos e nações, só podem falar algo que seja uma língua, no caso, uma língua do tipo crioulo, sem dúvida, construída pelos nossos antepassados, no contexto da escravatura, do contacto entre a língua portuguesa e as línguas africanas dos escravos. Na verdade, “os crioulos só são crioulos por causa da sua história” (Singler,1990:645, tradução nossa)[5]. Os nossos antepassados terem tido criatividade suficiente para, num contexto histórico-social tão adverso, gerar e nos legar uma língua nova e especificamente nossa, não deve ser fator de estigmatização e de diminuição do seu valor intrínseco e social, mas de orgulho individual e nacional.

*Linguista

 

[1] Conservo a escrita da palavra ‘cabo-verdiano(a)’ com hífen, que é sustentada por duas regras: i) a que manda colocar hífen nos gentílicos dos compostos onomásticos; e ii) a que indica –iano como o sufixo nominativo que exprime o sentido “natural de…”. Além disso, impõe-se a coerência com a posição assumida por Cabo Verde ao ratificar o Tratado (internacional) do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Se essa circunstância, por um lado, põe em relevo o facto de a ortografia (de qualquer língua) ser uma convenção, evidencia, por outro, que, tendo sido aprovada tal convenção, nenhum indivíduo, isoladamente, se pode arrogar o direito de a modificar de acordo com critérios próprios. Com efeito, esta é a forma constante do VOCALP: Vocabulário Cabo-Verdiano da Língua Portuguesa, aprovado pelo Governo e, portanto, o instrumento que fixa, legalmente, a ortografia da língua portuguesa em Cabo Verde. O VOCALP é parte integrante do Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa, instrumento previsto no Tratado do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O VOC segue, adequando, os critérios ortográficos comuns definidos na ‘Sistematização das Regras de Escrita do Português’, discutida e validada pelo Corpo Internacional de Consultores do VOC e aprovada pelo Conselho Científico do IILP em 2016 e foi validado e aprovado politicamente na mais alta instância da CPLP. O VOC e o VOCALP podem ser consultados no Portal do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP). 

[2] Agradeço aos membros da extinta Comissão Nacional para as Línguas as observações, os comentários e as sugestões. As falhas restantes são da minha inteira responsabilidade. 

[3] A expressão crioulo de Cabo Verde/ crioulo cabo-verdiano será usada para referir à língua cabo-verdiana em situações históricas ou para tipificar a língua.

[4] Os contra-argumentos dos números 1 a 5 e 7 foram redigidos com base em Pereira, Dulce. O Essencial sobre os Crioulos de Base Portuguesa. Lisboa. Editorial Caminho. Pp. 13-15. 2006.  e os restantes com base em Lopes, Amália Melo. As línguas de Cabo Verde: uma Radiografia Sociolinguística. Praia. Edições Uni-CV. 2016.

[5] "creoles are creoles because of their history", SINGLER, John. On the use of sociohistorical criteria in the comparison of creoles. Linguistics 28:645-659.1990.

 

Comentários  

-4 # Lela 21-08-2020 10:50
Isto não passa de uma Cruzada Ideológica com raiz no 25 de Abril, quando nasceram todas as Utopias.
Responder
+2 # Clara Medina 19-08-2020 21:43
"Enkaregadus di idukason difende alargamentu di ensinu bilingi"
Extracto dum artigo de Marciano Moreira no Jornal A Nação se 24.09.2917 quando alunos duma escola foram entrevistados pelo repórter Margarida Moreira ( pura coincidência ou família do Marciano Moreira)

[Na ta risponde purgunta di riporter si kes 4 anu di ensinu bilingi foi un bon speriensia, un boa aluna di nomi Camilla Borges da es faktu:
– Asves profesora di/na purtuges ta splika un materia, nu ka ta ntende dretu i, ti ki profesor di/na kabuverdianu splika kel mesmu materia, nu ta kaba pa ntende-l midjor.]

A pergunta é qual a língua que esses alunos vão utilizar como ferramenta de comunicação em Portugal atendendo que a maioria não domina o português conforme opinião da "boa aluna" Camilia Borges que felizmente tem ao seu dispôr um professor que faz a tradução do português para o Alupek.
Será que os estabelecimentos de ensino em Portugal neste caso específico o Politécnico de Bragança tem professores que dominam o Alupek e actuam como tradutores junto dos alunos cabo-verdianos que não dominam o português como no caso de Camila?
Este comportamento incorrecto considerado após a independência de "politicamente correcto" de desprezar a língua portuguesa é e continua a ser o calcanhar de Aquiles dos estudantes cabo-verdianos que pretendem estudar em Portugal, Brasil, etc,etc, um factor determinante do seu insucesso escolar e profissional.
Posso afirmar sem cair em exageros, que o nível do conhecimento da língua portuguesa dos alunos liceais e universitários em Cabo Verde está longe de equiparar com o nível dos alunos da quarta classe da instrução primária dos tempos de ante-independência. Os alunos na altura nunca tiveram problemas de adaptação nas Escolas Superiores em Portugal. Pelo contrário muitos marcaram a sua presença em Portugal com a sua excelência no domínio da língua portuguesa e não só. Muitos portugueses ficavam surpreendidos com o à vontade como dominávamos a língua de Camões.
E o pior de tudo isto é que os fanáticos ideológicos continuam a ser pagos e subsidiados pelo Estado na consumação das suas alucinações ideológicas com as suas desastrosas consequências pois trata-se do futuro de várias gerações que de antemão pode-se considerar uma geração perdida.
Responder
-2 # Andrea Fortes 19-08-2020 18:09
Para não fatigar o leitor faço apenas uma tradução parcial e livre dum artigo publicado no jornal holandês Algemeen Dagblad de 6 de Fevereiro de 2019.
O artigo em questão aborda o tema "Insucesso Escolar" dos estudantes das Caraíbas que vão prosseguir os seus estudos superiores na Holanda.
Neste artigo uma das causas principais deste insucesso escolar tem a vêr com com o uso do Papiamento (o equivalente do nosso crioulo) nas escolas dos seus países de origem.
O artigo em referência pode ser consultado na íntegra e em holandês no seguinte site:
https:/www.ad.nl/Rotterdam/hogeschool-stopt-met-werven-in-antillen-studenten-halen-te-weinig-diploma-s~afdf.7bf7/
Abstenho de emitir qualquer opinião sobre este tema bastante contraditório, deixando a mesma para os nossos comentaristas, pois aqueles radicais que fanaticamente querem introduzir o crioulo (que aliás já está introduzido) quer nas escolas primárias, secundárias e superiores enviam os seus filhos, netos, etc,etc, para as escolas privadas onde as aulas são ministradas em português ou noutras línguas. Hipocrisia e desonestidade em óptima forma.
TRADUÇÃO PARCIAL E LIVRE
Escola Superior de Roterdao suspende recrutamento de estudantes nas Antilhas atendendo que desses estudantes muito poucos conseguem obter um diploma.
Os estudantes antilhanos na Escola Superior de Roterdao (Hogeschool Rotterdam) falham nos bancos da escola em grande número pelo que a mesma Escola Superior é obrigada por uma questão de ética suspender o recrutamento de estudantes até que o Ministro do Ensino colabore numa solução.
Todos os anos vêm cerca de quinhentos jovens das Antilhas estudarem na Holanda e entre eles cerca de duzentos na Escola Superior de Roterdao.
Os seus sonhos são grandes mas o seu sucesso pequeno.
Três quarto desses estudantes não conseguem chegar ao fim do curso o que significa: sem diploma, pobres de uma ilusão e ricos duma dívida contraída para poder estudar.
Uma das razões principais, entre outras, apresentadas pelo Director deste Instituto Superior e que esses estudantes tiveram como primeira língua o Papiamento, o equivalente do nosso Crioulo, em vez da língua holandesa, no nosso caso o português.
A referida Escola tem introduzido nos últimos anos aulas de holandês para esses estudantes mas sem resultado.
Depois de 5 anos de estudo apenas 1 em 10 estudantes consegue obter um diploma com sucesso.
Responder
-4 # Selucreh Obol 19-08-2020 19:06
Bem dito. Fico contente porque vejo que não estou sózinho nesta caminhada espinhosa. Se deixarmos estes zistisstas di lingu tomarem as rédeas do ensino nas Ilhas estamos tramados e mal pagos. O Brasil já nos deu o golpe de misericórdia ao exigir aos estudantes de Cabo Verde um exame de Português adicional para poder frequentar o ensino superior neste país.
Responder
-2 # Andrea Fortes 19-08-2020 16:50
[ESTE COMENTÁRIO MEU FOI ENVIADO ONTEM E NÃO FOI PUBLICADO. ESPERO TRATAR-SE DUM ERRO QUALQUER E NÃO DE CENSURA QUE NESTE CASO SERIA DE LAMENTAR. OBRIGADA]

Estamos aqui confrontados com mais um caso que merece ser analisado por psicanalistas. A maioria das pessoas que propagam a oficialização do ALUPEK, exceptuando Marciano Moreira, defendem acerrimamente as suas ideias em português e num português com nível em vez de fazerem o mesmo, como seria lógico na língua amada ou seja o CRIOULO. Há aqui neste comportamento uma certa incongruência, incoerência, uma certa inconsequência para não falar duma certa desonestidade intelectual.
Infelizmente não temos em Cabo Verde um jornalismo de investigação. Passando uma ronda pela cidade da Praia e Mindelo pode-se constatar que as escolas privadas onde o ensino é ministrado em português estão cheias de filhos e netos de políticos e das elites emergentes. A procura é tão grande que essas escolas têm uma lista de espera enorme.
Estou certo que os filhos ou netos da articulista não frequentam nem tão poucofeqeu terão essas escolas experimentais onde o ensino é feito em crioulo nem tão pouco as Universidades em Cabo Verde onde também o crioulo vai fazendo escola com todas as suas consequências nefastas.
Gostaria de transcrever a experiência que tiveram em Curacao quando alguns anos atrás os políticos decidiram substituir o ensino em holandês para o ensino em "papiamento" o equivalente do nosso crioulo.
TRANSCRIÇÃO

[Alguns anos atras por inspiração demagógica o governo da Ilha Curacao que é um departamento da Holanda mas com uma grande autonomia e governada pelos autóctones decidiu introduzir o papiamento como língua oficial nas escolas publicas substituindo assim a língua holandesa considerada como uma língua de colonizadores e portanto menos valida.
Entretanto logo no inicio esses mesmos políticos que tudo fizeram para introduzir o papiamento como língua oficial retiraram imediatamente os seus filhos das escolas publicas e colocaram os mesmos nas escolas privadas onde o ensino era ministrado em língua holandesa.
Passado 5 anos duma experiência que desde do inicio estava condenada ao falhanço chegaram a conclusão que a introdução do papiamento como língua oficial em detrimento da língua holandesa foi um verdadeiro desastre pelo que nao havia outra alternativa senão começar de novo com a “língua nao amada”.
Nada de novo. Este desastroso resultado como é logico já era de esperar. Os alunos das escolas publicas sofreram um atraso de 5 anos. O fosso entre os alunos filhos das elites que frequentaram as escolas privadas onde a língua oficial era a língua holandesa e os alunos das classes menos favorecidas que frequentaram as escolas publicas onde a lingua oficial era o papiamento foi enorme e estes últimos sofreram um retrocesso de 5 anos.
Marciano e comparsas que nao sao tao parvos e que sabem perfeitamente quais as nefastas consequencias de oficializar o crioulo deviam ir ate Curacao e inteirarem-se da sua experiência negativa em substituir a “língua nao amada” mas de qualquer forma a mais funcional pelo papiamento]
Fonte de informacao:
ELSEVIER N0. 23 de 7 de Junho de 2008.pagina 34 capitulo KONINKRIIJK / NIET DE GELIEFEDE TAAL
Responder
+4 # SÓCRATES DE SANTIAGO 19-08-2020 10:01
Gostei do texto e do desafio lançado, prezada Professora Doutora Amália Lopes. Até ao momento, sobretudo, nas redes sociais, o debate sobre o CRIOULO DE CABO VERDE, ou seja, o CABO- VERDIANO, tem sido feito mais pelos ANALFABETOS EM LINGUÍSTICA como o senhor Selucreh Obol do que pelos LINGUISTAS ou PESSOAS QUE ENTENDAM DA MATÉRIA. É, pois, necessário que a NOSSA LÍNGUA MATERNA seja, doravante, discutida, de uma forma sublime e responsável. Meus respeitosos cumprimentos!
Responder
-5 # Selucreh Obol 19-08-2020 10:47
Por favor Sr Socrates de Santiago traduz para o alupek as seguintes palavras : (Se conseguir a tradução, devo dizer que convenceu-me a aceitar a lingu tera tera com a lingua oficial de Cabo Verde, e por favor não se esqueça do amor quase desenfreado pela letra K) :
Carlos,
rechaçar
desfecho
deboche
clichê
chacota
debochado
encher
pachorra
chocarrice
charlatão
achar
rechaçado
chafurdar
chapéu
chiste
inchado
capricho
nicho
bochecha
chanceler
chateado
charco
cheque
pecha
cachorro
chulo
preencher
chão
chegar
fetiche
encharcado
chancela
trecho
brecha
destrinchar
fechar
chique
desabrochar
charmoso
ficha
chata
cheio
chegaram
chance
cheiro
achismo
diacho
bicho
machismo
cocho
chamar
comichão
despachar
apetrechos
cacho
chegue
chuva
charme
archote
tacha
cachopa
facho
tachado
flecha
inchada
salsicha
chama
chatice
chofer
conchavo
tachar
machucar
chegasse
bucho
chamado
acha
chispa
chucro
piche
bolacha
chauvinista
chefe
achaque
chavão
chilrear
chagas
mocho
cochilar
riacho
charneca
rocha
despacho
chorar
chiado
cheia
chilique
chocolate
trincheira
murchar
chuchu
cheiroso
tchau
chaga
choupana
brechó
preenchido
achincalhar
charlatanismo
rochedo
fechado
cochichar
chibungo
muchacha
chancelar
cachoeira
checar
cochilo
carochinha
contracheque
choça
chicana
tacho
chafariz
choque
acachapante
enchente
chaveco
TACV,
Calcanhar,
Choupana ... Fico por aqui aguardando a tradução ansiosamente ...
Abraços
Responder
+3 # Luis Evora 19-08-2020 07:30
N apresia es textu. Infelixment, ainda nox mentalidade e de kolonizote y, txeu jent ka ta valoriza nox lingua moda kix ta valoriza nox muzka. Y ken ta otxa ke is ka ten baze sientifiku, klarament nunka ale ninhum literatura aserka de pulitika de lingua. Y e pena ke kond informasau ta sei de meie sientifike pa publiku jeral, el e dxkonsiderote pa ken ka ten nusau de traboi ke txeu sientixta ta pasa one ta xtuda. No kontinua. Nov jerasau ta ben oia nox lingua ke bonx oi
Responder
-3 # Selucreh Obol 19-08-2020 19:15
dxkonsiderote, sientixta, (zientissta, o Sr quer dizer, não é verdade?), kolonizote, nox?, nusau? jerasau?sientifike? Mas casta de língua é esta Sr Luis Évora? É a versão de qual Ilha? Onde está a letra C? Já agora, por favor traduz para esta versão as palavras seguintes:
Carlos,
rechaçar
desfecho
deboche
clichê
chacota
debochado
encher
pachorra
chocarrice
charlatão
achar
rechaçado
chafurdar
chapéu
chiste
inchado
capricho
nicho
bochecha
chanceler
chateado
charco
cheque
pecha
cachorro
chulo
preencher
chão
chegar
fetiche
encharcado
chancela
trecho
brecha
destrinchar
fechar
chique
desabrochar
charmoso
ficha
chata
cheio
chegaram
chance
cheiro
achismo
diacho
bicho
machismo
cocho
chamar
comichão
despachar
apetrechos
cacho
chegue
chuva
charme
archote
tacha
cachopa
facho
tachado
flecha
inchada
salsicha
chama
chatice
chofer
conchavo
tachar
machucar
chegasse
bucho
chamado
acha
chispa
chucro
piche
bolacha
chauvinista
chefe
achaque
chavão
chilrear
chagas
mocho
cochilar
riacho
charneca
rocha
despacho
chorar
chiado
cheia
chilique
chocolate
trincheira
murchar
chuchu
cheiroso
tchau
chaga
choupana
brechó
preenchido
achincalhar
charlatanismo
rochedo
fechado
cochichar
chibungo
muchacha
chancelar
cachoeira
checar
cochilo
carochinha
contracheque
choça
chicana
tacho
chafariz
choque
acachapante
enchente
chaveco
TACV,
Calcanhar,
Choupana ... Fico por aqui aguardando a tradução ansiosamente ...
Abraços
Responder
+1 # Luisa Inocencio 18-08-2020 22:27
Artigo bastante assertivo e esclarecedor. Os meus pparabéns, cara amiga.
Responder
-7 # Terra-terra 18-08-2020 20:04
Gostaria de conhecer o pateta que censurou o que escrevi sobre o artigo, a ponto de nem publica-lo. Tomem cuidado com isso. Palermas!
Responder
-11 # Selucreh Obol 18-08-2020 19:22
Hahahahahaha
99% do vocabulário do Crioulo de Cabo-Verde é formado por palavras portuguesas.
A vossa invenção leviana do alupek é exactamente isto : uma leviandade, nada mais ... A variante do crioulo de Santiago não é e nem será a língua nacional ... Imagina os custos que seria a implementação desta coisa feia e disforme que vocês, os tais Zientisstas di lingu inventaram ... Deixam o Crioulo assim como está ... O português é tão nosso quão o crioulo ... Nós sempre usamos o português para comunicarmos com o resto do mundo e de repente agora, é o principal factor do insucesso escolar ???? Nunca foi e nem será...Os vossos argumentos são no mínimo ridículos e desprovidos de qualquer base científica séria, assim como este coiso do alupek ...
Responder
+6 # Cláudio Duarte 19-08-2020 10:04
Senhor Selucreh, comentários como este que o senhor acabou de fazer são sempre «úteis» porque vão deixando transparecer os tais mitos e confusões que andam pela cabeça de muita gente. Por exemplo:
1 - O ALUPEC é uma maneira de escrever, ou seja, que letras são usadas para quais sons. O ALUPEC não é nem badio, nem sampadjudo, nem português.
2 - Eu não me lembro de alguém (com competência para tal) ter dito, alguma vez, que o crioulo de Santiago seria a língua nacional. Aquilo que eu já vi são coisas como o próprio B. Lopes da Silva (se não estou em erro) ter escrito que, se alguma vez for adotada uma variante única do crioulo, esta seria baseada nos crioulos de Sotavento. Primeiro, «crioulos de Sotavento» não significa crioulo de Santiago; segundo, «baseada» significa que seria tomada como ponto de partida, mas com adaptações apropriadas, não igual.
3 - Ninguém (que possua os conhecimentos adequados) disse que o português não é nosso. Também, que eu saiba, nunca as autoridades puseram a hipótese de deixarmos de usar o português para nos comunicarmos com o resto do mundo.
Mas, eu não vou perder tempo em tentar esclarecer as confusões que andam na sua cabeça, eu tenho a certeza que os próximos artigos da Dra. Lopes fá-lo-ão melhor do que eu sei fazer. Portanto, comente, Senhor Selucreh, por favor, continue a fazer comentários, só assim é que os responsáveis pela nossa língua saberão que erros e mitos é que deverão corrigir.
Responder
-4 # Selucreh Obol 19-08-2020 11:09
Percebo pelo seu comentário que o Sr deve ser um dos tais Zientisstas di lingu na coisa do crioulo. O seu comentário deixa também transparecer a confusão que seria a implementação desta coisa no ensino nacional : Imagina uma sala de aulas com 20 estudantes. Além de substituir a letra C pelo K, imaginemos que dos 20 estudantes 5 são originários de Santo Antão,5 de Santiago, 2 da Boavista, 3 de São Nicolau, 3 do Fogo, 1 da Brava e 1 do Sal. Imagina o trabalho que o professor teria para decifrar as escritas destes alunos , quando cada um escreveria mediante os sons que eles perceberiam cada palavra etc etc ... Rídiculo no mínimo .. Depois a sua explicação sobre o Balta ... Por favor Sr Cláudio Duarte, os crioulos de Sotavento ??? Hahahaha ...Porquê? Em que parâmetros ?? Com adaptação apropriada?
Não perde seu tempo com explicações bombásticas e desprovidas de qualquer base...Vivendo nos EUA, deu-lhe amplas razões para tornar-se um cientista e já vejo nas traduções que encontro nos Hospitais e outra estâncias Governamentais inseridas nas comunidades Crioulas a confusão e a falta de ética que os Senhores Zientisstas di Lingu querem lançar. Já agora por favor traduz para o alupek (conforme o som que o Sr escuta), as seguintes palavras.
Se conseguir, confesso que ficarei convencido das suas razões para a implementação do alupek :
TACV
chaçar
desfecho
deboche
clichê
chacota
debochado
encher
pachorra
chocarrice
charlatão
achar
rechaçado
chafurdar
chapéu
chiste
inchado
capricho
nicho
bochecha
chanceler
chateado
charco
cheque
pecha
cachorro
chulo
preencher
chão
chegar
fetiche
encharcado
chancela
trecho
brecha
destrinchar
fechar
chique
desabrochar
charmoso
ficha
chata
cheio
chegaram
chance
cheiro
impeachment
achismo
diacho
bicho
machismo
cocho
chamar
comichão
despachar
apetrechos
cacho
chegue
chuva
charme
archote
tacha
cachopa
facho
tachado
flecha
inchada
salsicha
chama
chatice
chofer
conchavo
tachar
machucar
chegasse
bucho
chamado
acha
chispa
chucro
piche
bolacha
chauvinista
chefe
achaque
chavão
chilrear
chagas
mocho
cochilar
riacho
charneca
rocha
despacho
chorar
chiado
cheia
chilique
chocolate
trincheira
murchar
chuchu
cheiroso
tchau
chaga
choupana
brechó
preenchido
achincalhar
charlatanismo
rochedo
fechado
cochichar
chibungo
muchacha
chancelar
cachoeira
checar
cochilo
carochinha
contracheque
choça
chicana
tacho
chafariz
choque
acachapante
enchente
chaveco
Responder
+3 # Mário Matos 19-08-2020 00:41
Hercules Lobo, teus "argumentos" são "profundamente científicos". Parabéns! Mil vezes Parabéns! Konde N kriá N krê ser sima bo!
Responder
-5 # Selucreh Obol 19-08-2020 11:18
Eu, por outro lado não gostaria de ser como o Senhor de nenhuma forma e maneira. Para começar deveria condenar públicamente os sanguessugas que representaram e representam o seu Partido, pelas atrocidades cometidas durante os anos de terror, nepotismo e corrupção que implementaram em CV, no período pós-independência. Depois, deveria lançar livros escritos em alupek para começar, ou será que sabe de antemão que ninguém os teria em conta? Irónico, não é verdade? O sr vem cá defender o alupek mas escreve e lança livros em português...??? Aliás, já vive na terra dos "colonos" já lá vai algum tempo.
E para terminar se traduzir estas palavras para o alupek, confesso que ficarei convencido das suas descobertas científicas sobre "lingu tera tera":
TACV
CHARLATÃO
chaçar
desfecho
deboche
clichê
chacota
debochado
encher
pachorra
chocarrice
charlatão
achar
rechaçado
chafurdar
chapéu
chiste
inchado
capricho
nicho
bochecha
chanceler
chateado
charco
cheque
pecha
cachorro
chulo
preencher
chão
chegar
fetiche
encharcado
chancela
trecho
brecha
destrinchar
fechar
chique
desabrochar
charmoso
ficha
chata
cheio
chegaram
chance
cheiro
impeachment
achismo
diacho
bicho
machismo
cocho
chamar
comichão
despachar
apetrechos
cacho
chegue
chuva
charme
archote
tacha
cachopa
facho
tachado
flecha
inchada
salsicha
chama
chatice
chofer
conchavo
tachar
machucar
chegasse
bucho
chamado
acha
chispa
chucro
piche
bolacha
chauvinista
chefe
achaque
chavão
chilrear
chagas
mocho
cochilar
riacho
charneca
rocha
despacho
chorar
chiado
cheia
chilique
chocolate
trincheira
murchar
chuchu
cheiroso
tchau
chaga
choupana
brechó
preenchido
achincalhar
charlatanismo
rochedo
fechado
cochichar
chibungo
muchacha
chancelar
cachoeira
checar
cochilo
carochinha
contracheque
choça
chicana
tacho
chafariz
approach
choque
acachapante
enchente
chaveco
Responder
-8 # Nada de Fazer 18-08-2020 16:44
Chatice com essa gente que vem aqui escrivinhar sò para dar nas vistas, sem nada de verdadeiramente importante para dizer.
Responder