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Por: Armindo Tavares

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CAPÍTULO SEGUNDO

CHINÊS VERSUS SANPADJUDU

(Segunda parte)

Sentindo-se cortejada, a Macaca abriu a boca e exibiu a sua amarelada dentuça, antes de aguçar os negros beiços e trocar um telepático beijo com o marido, em gesto de agradecimento. Não suportou ficar indiferente e não coadjuvar o marido na enumeração dos atributos e imperfeições que os diferenciavam dos Homens-Bichos.

– Conforme disse o nosso Rei, a nossa casa fica nas côncavas lapas das íngremes e sorumbáticas rochas, sem portas nem janelas. Não temos rádio nem televisão, nem luz elétrica nem água canalizada. Não aquecemos a comida em microondas e as sobras não vão para o frigorífico. Aliás, nunca há sobras.

Sem pedir licença e muito revoltado, o deputado Macaco retomou a explanação para concluir o raciocínio e reiterar as teses da querida esposa e mãe dos seus belos macaquinhos:

– Não temos telemóvel, nem computador, nem Internet. Não vamos ao teatro, nem ao cinema, nem aos estádios assistir aos jogos de futebol; os nossos filhos não podem ir à escola porque seriam chacoteados pelos alunos que julgam serem melhores do que eles; seriam perseguidos, agredidos e vítimas de bowling pelos patifes Cachorros que, contra nós, nutrem uma implacável antipatia; não teríamos dinheiro para lhes pagarmos as propinas que custam os olhos da cara; nas Universidades estrangeiras não conseguem estudar porque, não só, não lhes concedem vistos, como nunca lhes irão dar bolsa do estudo como dão aos filhos dos Ministros, Deputados, Diretores e Chefes de Serviços, Professores, eleitos Autárquicos e PCAs das Empresas ditas mistas como as TACV em que o Estado cobre os prejuízos com milhões no final de cada ano; nem aqui na UNICV, na Jean Piaget, na UNICA, na Lusófona, na ISCEE, na Santiago ou na FaED, eles conseguem estudar porque as propinas são avultadas e a nós não arranjam trabalho nem nas Frentes da Alta Intensidade de Mãos-de-obra a que chamam FAIMO. E o valor da propina é superior a um mês do salário que o Chinês paga às suas empregadas.

O Chinês levantou o dedo para Leão, mas este estava tão enlevado a ouvir o deputado Macaco, não se apercebeu do chamamento do asiático de olho rachado. Então o Chinesa quebrou as regras. Levantou-se furioso e colocou numa posição como se iria executar uma katá-em-cruz e replicou:

China paga balato, mas paga xemple. E tem muita gente no tlabalho.

Leão olhou para ele com um esfuziante olhar, meditou-se e em seguida virou para o deputado Macaco e ordenou:

– Podes continuar.

Mas quem prosseguiu foi a deputada Macaca:

– Os seus filhos já têm emprego reservado mesmo antes de terminarem o curso.

– Mal se matriculam nos cursos, os pais ou parentes próximos dos políticos lhes fazem encomenda e reserva do emprego – reforçou deputado Macaco.

– À escolha e com salário de bradar aos céus – concluiu deputada Macaca.

– E em pouco tempo já têm casa própria, com vista para a Praça e jardins circundando; carros topo de gama, moto-quatro e, para o mundo inteiro viajam sempre e «na kakusta» [à borla].

– Conforme cantou Legemia: «Es ta bira finu» [Tornam-se finos, soberbos, importantes] – rematou Macaca.

– E os nossos filhos, mesmo terminando o curso com boa média, o destino condena-os a continuarem a morar connosco lá pelas lapas da Cumba ou do Porto Mosquito, sem condições para adquirirem nem uma simples bicicleta, um triciclo ou trotineta – lamentou Macaco.

Perante essas inconvenientes verdades, o deputado Macaco e a sua prestimosa esposa não podiam ficar entuchados, mesmo que os acusassem de chatos e de monopolizadores das intervenções. Seriam extremamente sádicos se ficassem calados perante tantas acusações malévolas e malfadadas que contra eles estavam sendo desferidas. Então o eleito Macaco continuou:

– Nem um Vicente, os nossos filhos conseguiriam comprar. E sabem porque é que nós não temos essas mordomias? Que não temos um carro, nem um Starlet, por exemplo?

– Porque os Macacos não sabem conduzir – respondeu uma Borboleta de asas coloridas, eleita para representar as restantes.

– Cala-te – ordenou deputado Macaco um pouco abezerrado. – Não temos nada disso porque não somos ladrões. Não roubamos para depois nos virmos armar em importantes.

– Então por que é que roubam? – questionou a eleita de asas de várias cores.

– Malha a tua língua e modera o teu atrevimento, indolente. Nós não somos aldrabãozecos. Só quando estamos com fome, isto é, com muita fome, é que observamos bem se nenhum patife do Cachorro está por perto e que nos possa apanhar em flagrante, com muita cautela, entramos rapidinhos, subtraímos com prudência e o necessário para comermos na hora.

A maioria dos bichos presentes deu razão ao deputado Simão e, por sua vez, o Leão corroborou. Ele também havia sido perseguido e, na perceção dele, injustamente. Pois, a Organização Internacional Para os Direitos dos Bichos e a Amnistia Internacional tinham posto a circular nas redes sociais como: Facebook, Viber, Twitter, WhatsApp, Messenger, Instagram e Youtube, um abaixo-dedo-na-tinta, solicitando ao TPIB – Tribunal Penal Internacional dos Bichos – que o prendesse e procedesse ao seu julgamento pelo crime de lenocínio. Estava acusado de matar e comer Cabra-Gazela e, até o Búfalo que é muito maior e mais forte do que ele. A Interpol tinha em sua posse um mandado de captura para o deter e fechá-lo no calabouço onde quer que o encontrasse. O mundo inteiro tinha decretado sanções contra ele, interditando sua presença nas cidades. O único lugar onde ele podia permanecer e, inclusive, mandar, era nas matas, mas de olhos bem arregalados. Para viajar a Cabo Verde utilizou um passaporte com nome falso, depois de se ter submetido a uma cirurgia plástica, adulterando a fisionomia. Mesmo assim, ofertou uma grande quantia de dinheiro aos Polícias nos Aeroportos que nem chegaram a abrir o seu passaporte misto: de Serviço e Diplomático.

– Tens razão – disse Leão. – Enquanto vos chamam “Macacos” e arrastam esse enorme rabo por trás, nenhum Bicho confiará em vocês. Por onde passarem vos soltarão seus Cães.

– Felizmente ainda não disseram que somos bruxos. Que temos lume no traseiro ou que voamos numa vassoura. Apodam-nos de rabo comprido, mas por bruxo ainda não nos tratam.

Questionou Macaca, pelo que leva a eleita Borboleta a opinar de novo:

– Na vossa cara podem não dizer nada. Mas pelas costas, sabe-se lá o que não dizem?

– Nas nossas costas podem dizer o que quiserem. Costumo ouvir que «Olho que não vê, coração que não chora». As nossas costas são largas e mais abaixo temos um tanque bem fundo.

A deputada Balambuta, detentora de uns olhos disformes, cuja órbita lhe ocupa quase toda a cara, como se fosse parente chegado do Sapo, Crocodilo ou Jacaré, aconselhou-o:

– Se puderem evitar… convém fazê-lo. Os Macacos devem evitar certas bocas.

– Fazem isso por abuso! – respondeu Macaco, nitidamente aborrecido. – Os Homens-Bichos roubam que nem ratos, ninguém lhes diz nada. Nós desenrascamo-nos para não morrermos à fome, todos nos apontam o dedo, e nos chamam ladrões! Isto é injusto!

O deputado Rato, que estava metido num buraco, completamente acantoado, deixando apenas os olhos de fora para mirar uma fatia de queijo que se pousava à beira do deputado Gato, contradisse, um pouco arreliado, o deputado Macaco:

– O que é que queres dizer com esta frase? «Os Homens-Bichos roubam que nem ratos». Quando é que os Ratos te roubaram? Seria melhor se fosses cuidar da tua vida e deixasses o nosso nome em paz!

– Perdoa-me, deputado Rato. O que eu disse foi apenas um ndemo, comparação de conversa [um exemplo da comparação de conversa]. Na verdade, não vos chamei ladrões propositadamente. Longe de ser essa a minha intenção – o deputado Rato quitou-o e ele prosseguiu. – Os Homens-Bichos roubam até a si próprios. A momice lhes estão embrenhada no cerne.

Aí já o Leão não foi muito comedido com o deputado Macaco. Pois, Nada é o que era. Pode ser, sim, o que já foi. Mas o que era… nunca. Portanto, as conjeturas do deputado Macaco constituíam uma ofensa grave e lesiva ao bom nome dos Homens-Bichos que, desde há muito se reconverteram em não-macacos. Tanto que até ficaram desprovidos da enorme cauda que arrastavam por trás.

– Os Homens-Bichos já não são mais macacos. Foram-no, num passado bem longínquo. Mas agora se evoluíram e respondem-se pelo nome de Homens-Bichos. Deixaram-se de andar à macaquinha e passaram a andar sobre dois robustos membros inferiores.

– Evoluíram sim. De não sei o quê para Macacos! Agora é que são macacos.

Como se a intrusão sem autorização se tornasse num cliché, a deputadinha Abelha inferiu:

– Acho que o colega deputado Macaco tem razão. Os Homens-Bichos são atrevidos, apáticos e parasitas. Atacam-se uns aos outros com armas e surripiam o que lhes não pertencem. Nós somos reiteradamente vítimas das suas pérfidas sevícias.

– Com que arma é que eles vos costumam atacar? Arma branca ou outro tipo?

– Com arma vermelha.

– Arma vermelha? Isso existe, deputada Abelha?

– Existe, sim. Ateiam fogo nas nossas colmeias e matam-nos a todos. A mim, aos meus filhos, até ao meu marido Zangão, que por acaso é preguiçoso.

O deputado Fonfom estava na cumeeira, ao lado da Abelha, metido no buraco de uma cana, bem caladinho, com o queixo encostado ao peito. Conhecia Zangão muito bem e sabia o quão preguiçoso ele era. Olhou para o lado e segredou ao ouvido da deputada Abelha:

– Pra Zangão está bem feito. Devia morrer sozinho. Molengão, só sabe comer e dormir!

– Cala a boca, seu burlão e falsificador de mel. Mesmo sendo ele um mandrião e preguiçoso, jamais lhe desejaria uma morte daquela forma. Afinal, ele é meu marido!

– Tens razão – disse Leão. – O deputado Fonfom está a ser muito extremista… muito radical.

– Também acho – aquiesceu Abelha.

– Vê-se que se converteu àquela religião. Naquela que promete aos jovens, quando irem ao Céu, sete virgens para desflorarem, quanto maior número de Homens-Bichos conseguirem sacrificar numa ação suicida.

Todos se riram, inclusive o deputado Fonfom.

– Camarada Leão – retomou a deputada Abelha o fio à meada – os Homens-Bichos ateiam fogo nas nossas colmeias, roubam o mel que produzimos e vão vendê-lo a um preço astronómico.

– Também, Deus vos pague – disse deputado Fonfom. – Dão-lhes cada ferroada!

– A nossa mãe pariu-nos cegos – aquiesceu e concluiu a deputada Abelha. – Então não ficaram com medo de nós?! Desgraçados foram inventar trapiches e fornalhas, agora fazem mel por conta própria. Mas o mel deles não se compara, nem de perto nem de longe com o nosso. O nosso dá saúde e faz-se crescer. Eles estão armados em espertos. Fazem-nos lembrar Fonfom.

– Lembrar Fonfom… como? – Quis perceber o Leão.

– Fonfom pediu-nos que lhe ensinássemos a fazer mel, mal começou a cagar doce, disse que já sabia e que não precisava da nossa ajuda. Deixamo-la e ficou só com a caca doce.

Até aí, o deputado Fonfom que estava cooperante e do lado das Abelhas, acabou por perder a confiança e chamou a atenção à deputada fazedora de mel:

– A que propósito vens dizer isso aqui? Perguntaram-te? Gente burra pá! Vives ainda no tempo em que se falava sem olhar para o lado, que se roía [Falar mal de outrem nas suas costas] a carne em cima dos ossos.

– Então é mentira?

– Mesmo que não fosse! É aqui no parlamento que vens colocar um assunto destes? Um assunto meramente pessoal, comercial e de caráter sigiloso?

A deputada Abelha deu a mão a torcer e teve a hombridade de pedir desculpas ao colega, jurando-lhe que nunca foi sua intenção humilhá-lo. E o eleito Fonfom acabou por aceitar o pedido de desculpas, pese embora, ter-lhe dito que o mal já havia sido feito e que as consequências eram irreversíveis. Que já nem se quisessem vender o mel que produziam, ninguém o comprava porque a colega havia dito para todo o mundo que o seu mel não era genuíno, mas sim, uma réplica da caca melificada. Que a rival estava a fazer publicidade difamatória contra o seu produto para poder vender os dela. E que aquele ato se configuraria numa infração denominada de concorrência desleal, punível pelas leis reguladoras das atividades económicas, ou seja, ARE – Agência de Regulação Económica. A eleita Abelha, entretanto, assumiu meia culpa e pediu meia desculpa.

– Posso até admitir que errei, pela forma e no local em que fiz a denúncia. Mas qual é que o colega preferiria? Publicidade que considera difamatória sobre o vosso mel-caca que coloca em perigo a saúde pública e viola de forma drástica e flagrante as diretrizes da OMS – Organização Mundial da Saúde –, ou publicidade enganosa, como querias fazer, vendendo caca dulcificada por mel aromático e nutritivo como o nosso?

– Não é da tua conta. Tu não o ias comprar de certeza!

– Mas isso é gatunagem, seu aldrabãozeco, falsificador de mel – refutou Pitbull Norte-americano.

– Aqueles então que vendem gato por lebre? Que vendem sebo por banha de Cobra? Que traficam drogas, raptam crianças e sequestram mulheres? Os que planeiam assaltar Parlamento e sequestrar deputados? Que vendem o país ao desbarato e cobram taxas aos nacionais para entrarem no próprio país, enquanto aos brancos não carecem de Vistos porque legalmente as portas lhes estão escancaradas? Que protegem criminosos e muitas vezes a eles se aliam para que ganhem as eleições? Porque ninguém os persegue?

Perante essas incriminações, o Pitbull Norte-Americano apresentou e exigiu a introdução de mais uma adenda à Ordem-do-Dia, exigindo a que fosse introduzido uma proposta de lei denominada «SOFA», onde, sob a jurisdição penal dos Estados Unidos, os gatunos, aldrabãozecos, falsificadores e incompetentes para exercício de certos cargos, pudessem ser recambiados para os Estados Unidos e serem aí julgados, com consequências de levarem uma injeção nas veias e dizerem Adeus a aldrabices, gatunagem e falcatrua na inserção de falsidade nos processos, evitando a prescrição deliberada dos mesmos.

Comentários  

0 # DJON DI DJÁ 13-12-2020 23:31
Quisemos dizer Elizabete Moreno, Ministra francesa da igualdade.
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0 # DJON DI DJÁ 13-12-2020 23:29
Os verdadeiros cabo-verdianos querem saber de pão e água, do teto para morarem e do rendimento para mandarem os filhos à escola. Não se preocupam tanto com a origem geográfica de cada um, que dá na mesma, havendo justiça na redistribuição dos rendimentos do nosso povo. O resto é treta e mais treta, que nunca nos levarão a lado nenhum. Procuremos expandir a dimensão do nosso minúsculo país com engenho e arte, com coisas que valham alguma mais valias. Sigamos Cesária, Elezabete Moreno e outros. Não estejamos a irritar as pessoas com bagatelas.
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0 # Errata 13-12-2020 22:59
Escrevi Arlindo Furtado quando pretendia escrever Armindo Tavares
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0 # Ao Arlindo furtado 13-12-2020 16:52
Ou Barrabás.
Não esperas que entremos aqui na dis[censurado] de qual de nós é mais universitário do que o outro, ou de qual de nós já escreveu mais, etc e tal porque me parece ser coisa de adolescente.
Toda a gente conhece a história que tentaste contar à medida da tua conveniência mas, todos têm o direito de não se deixar levar pela tua euforia forjada pelas tuas emoções, recalcamentos e adivinhações no que toca a badiu e sampadjudo.
Simplemente perguntei-te a que ilha te referias como sampadjudo porque badiu toda a gente sabe quem é, e é de Santiago (a única ilha badia).
Pela tua reação entendi que te referias à ilha do Fogo (a 1ª ilha sampadjuda).
Depois, do nada referiste que S.Vicente não é sampadjudo porque tem só 200 anos (no teu entender, há 201 anos atrás, aconteceu a proibição divina a que as restantes ilhas fossem sampadjudo).
Mas com esta tua derivação inexplicável, esqueceste entretanto de referir às outras ilhas.
Enfim, o que são e o que não são??
A pior coisa que pode acontecer é quando alguém se sente ferido de morte pela história e tenta agarrar em seja o que for ou na construção de qualquer argumentação para tentar atacar tudo o que auto-define como culpado.
Irremediavelmente, acaba sempre por atacar a sua própria história (que é um passado), transformando-a sempre no seu presente sem se conseguir libertar daquilo que mais o incomoda.
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0 # Franz Fannon 18-12-2020 10:17
Arlindo Furtado, controla as tuas emoções, leia com calma e raciocínio e verás que a pergunta que fazes, tem resposta no texto anterior (4), onde o autor refere-se ao sanpadjudo (pessoa do Fogo).

Leia todo o texto desde do início e deixe de fazer perguntas idiotas.

Tenho dito.
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+1 # Armindo Tavares 13-12-2020 09:54
Bondiâ i mutu obrigadu, Katarina T. pa bu komentáriu i xamada di atenson, ki N considera mutu pertinenti. Realmenti, u ki N kre skrebeba éra «BOOLING», ki tanbe ta siginifika: «Atitudes de chacota, piadinhas e agressões entre os indivíduos», tal kual «BULLYING», ki e «uso de força física, ameaça ou coerção para abusar, intimidar ou dominar agressivamente outras pessoas de forma frequente e habitual». Foi koretor otomátiku ki alteram-el pa BOWLING.
Kuantu a comentarista «OBRIGADO» N kre so pa e fika ta sabe ma mi N ka aventureru na skrebe, nau. Talves ael, inda e sa ta aventura na ser leitor, i e sta ku txeu difikuldadi. Ami N komesa ta skrebe dasdi 1987, unde ki N skrebe un tragédia, ki oxi sta-m ma e di kes nha midjoris pésas di Tiatu entri 300 i tal ki dja N skrebe.
Dja N ten 3 anu N ta publika várius artigus, prinsipalmentu pésas di tiatu, na Santiago Magazine i, N ten 14 livru publikadu. E ka pamodi di un «eru», o mesmu «gralha», ki un disvertuadu debe nega méritu di algen. I pa dezijenizason di menti di «OBRIGADU», N ten ki ta fla-l ma mi e skritor spesializadu na Skrebe Pésas di Tiatu, ku un mestradu fétu na Portugal, na Skóla Superior di Tiatu i Sinema.
Komentarista «BARRABÁS» N ta pidi-l pa e indika-m algun fonti unde ki sta rejistadu ma ilhas «de Santo Antão, de S.Vicente, de S.Nicolau, do Sal, da Boavista, do Maio, do Fogo ou da Brava» e SANPADJUDU. I N ta gostaba ki e flaba-mi, pamodi ki «LADERA DI SANPADJUDU» na Vila Nova-Praia, podu kel nomi la, na prinsípiu di anus 70?
Kamarada, «SANPADJUDU» e so Fogu, sima «BADIU» e so Santiagu. Kabu Verdi diskubridu, o atxadu, na anu di 1460, na 1462 ilha di Santiagu komesa ta povoadu ku maioria di skravus ki tarseda di Kósta di Gine, ki oxi ta fladu Kósta Osidental di Áfrika. Sérka di 30 anu más tardi, ilha di Fogu komesa ta povoadu, ku algen kuazi so di Európa, subutudu dipos di erupuson di vulkon ki kontese na 1500. I pur algun motivu, enbóra spekulativu, N ka ta splika li-sin pamodi ki surji kes dos nomenklatura li, «BADIU» ku «SANPADJUDU», i ki dja ten sérka di 500 anus. I Sonvisenti inda ka ten 200. Pur isu e ka pode ser Sanpadjudu. Kantu N staba pekinoti N ta obiba senpri ta tomada algen di Fogu di SANPADJUDU, BARIGA BATATA, KORASON DI BARATA, ki bai Séu djuntu ku Badiu, Buru, fidju di Bésta, ma Nor Dés purgunta Badiu kusé ki e bai fase, ma Badiu fla-l ma e bai mé. Ma e bai ku Sanpadjudu. I ma Sanpadjudu fla ma el e bai buska sórti. Antis di Indipendensia, antis di Abel Lima kanta kel Múzika «BADIU KU SANPADJUDU», algen di otus ilhas ta flada ALGEN DAS ILHA.
Escrareça-se, «Barrabás»
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+1 # Obrigado 12-12-2020 16:50
Obrigado Katarina T., pela correção feita ao indivíduo.
Na verdade, quando se decide meter na aventura de escrever, deve-se tomar algumas precaussões como por exemplo, procurar adquirir previamente os mínimos conhecimentos na matéria em causa, para se poder ser minimamente credível naquilo que se deseja fazer.
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-1 # UFF!!! 12-12-2020 16:45
Já dizia Manel d'Novas:

TUDE GÓTE PINGÓD CRÊ SER ESCRITOR NA NÔS TERRA.
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0 # Barrabás 12-12-2020 16:35
Olá Armindo Tavares (leia-se - Barrabás)

Sampadjudo de que ilha???
De Santo Antão, de S.Vicente, de S.Nicolau, do Sal, da Boavista, do Maio, do Fogo ou da Brava??
É que sampadjudo, é o conjunto de todos os caboverdeanos de todas as ilhas, excepto os de Santiago.
Esses, são badius.
Se a tua escrita (não a li pois só tive tempo para o título) estivesse preocupada com os badius (ou seja, contigo próprio), era só dizer (escrever) - "badius", e todo o mundo já saberia do que é que se tratava, mas, dizer sampadjudo, é coisa de escritor pouco esclarecido
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0 # Katrina T. 12-12-2020 13:42
Bom trabalho. Gostei muito.

Errata "bowling" (jogo de lançar com a bola).

Devia ser "bullying" ("buli" "mexi/meti" (buli algen, mexi/meti ku algen). *("buli" fogo/brava derivadu di ingles).
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