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Por: José Luís Hopffer Almada

José Luis Hopffer almada

PRIMEIRAS ANOTAÇÕES. EM MODO (DE)AMBULATÓRIO E COSMOPOLITA  

Nenhuma criatura humana, contemporânea e testemunha do actual surto da pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2) e da correlativa e muito letal primeira-e espera-se que única -vaga da COVID 19, duvidará que vivemos tempos excepcionais e extraordinários, quer pela velocidade da disseminação do vírus e da doença, quer pelos seus efeitos absolutamente globais e paradoxalmente igualitários, não diferenciando entre grandes, médios e pequenos países e potências (neles englobando, até, Estados exíguos), na sua incomensurável capacidade de contagiar as respectivas populações e, infectando-as e contaminando-as de forna implacável, de ceifar vidas humanas, em especial das pessoas mais idosas e de outras criaturas humanas integrantes dos conhhedidos e expressamente nomeados e identificados grupos de risco, tais os doentes oncológicos, os cardíacos, os diabéticos, entre outros, e de outros não nomeados mas também sobeja e tragicamente identificados grupos de risco, porque desde há muito conhecidos e sabidos como especialmente vulneráveis, quais sejam os seres humanos condenados à miséria e à pobreza extrema, por isso mesmo sem acesso e/ou com precário acesso aos cuidados de saúde, a uma habitação condigna, etc. e integrantes de certas minorias étnico-raciais e/ou étnico-culturais nos países ricos e desenvolvidos do Hemisfério Norte e das grandes maiorias ou de largas minorias populacionais nos países ditos pobres do Hemisfério Sul, países esses por vezes dotados de fabulosas riquezas naturais devidamente dissipadas, delapidadas e saqueadas pelas respectivas cleptoctacias nacionais, fiéis e submissas aliadas dos senhores e donos apátridas do capital internacional e dos amos financeiros transnacionais dos povos do mundo.

Em razão dessa sua única faculdade de discriminação negativa de idosos e de outros integrantes dos chamados grupos de risco (os nominados e os não nominados), o famigerado e mortífero vírus parece poupar as populações de algumas zonas do nosso comum planeta Terra, com destaque para a África Subsaariana, felizmente dotada de um clima quente durante quase todo o ano, clima esse que, segundo abalizados especialistas em virologia e pandemias, seria pouco propício à sobrevivência por muito tempo do amaldiçoado vírus e à respectiva difusão e propagação, e habitada, feliz ou infelizmente, por populações maioritariamente jovens, se bem que, amiúde, mal nutridas e drasticamente atingidas por outras mazelas (como o desemprego e o subemprego galopantes, a predominante ocupação na economia informal, etc.), cujas consequências dramáticas devastadoras se poderão fazer sentir com maior acuidade numa fase pós-pandemia, de regresso ao novo normal de re-abertura da economia e de amplos convívio e interacção nos espaços públicos, respeitados, é claro, o distanciamento (físico-) social de segurança e a requerida etiqueta sanitária, com lavagem frequente de mãos com água e sabão ou gel desinfectante, tele-trabalho, quando e sempre que possível, e uso generalizado de máscaras sociais pelos comuns mortais e uso restrito de máscaras cirúrgicas de diferentes níveis e teores pelos exaustos e heróicos profissionais das frentes de batalha ao tempestuoso novo coronavírus (SARS-Cov-2) e à COVID19 que são os profissionais dos serviços de saúde, dos serviços de segurança, dos serviços de protecção civil, da cadeia alimentar…

Anote-se ademais que, tendo as populações dos países do nosso continente uma, em geral, mais curta e débil esperança de vida que as populações dos países desenvolvidos, a África Subsaariana equatorial, tropical e subtropical fora já despojada de grande parte da sua população mais idosa, levada impiedosamente na voragem de outras anteriores e fulminantes epidemias e pandemias, como o ébola e a malária, esta ainda assaz presente e ameaçadora na sua iminente e actual acutilância mortal.

Parte dessas martirizadas populações ter-se-á, por outro lado, tornada cada vez mais resiliente e, quiçá, dotada de alguma imunidade de grupo, em razão das muitas catástrofes e tragédias sanitárias a que essas mesmas populações se viram sujeitas.   

NR: Este trabalho está dividido em 7 partes. O texto ora publicado é a primeira parte. De 3 em 3 dias, vai ser publicado uma parte

              

Comentários  

0 # Cleiton Barbosa 21-05-2020 22:58
Mais 2 partes. Concordo com o outro "nem com gps".
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+1 # Maria 19-05-2020 10:34
Que raio de períodos compridos! A gente precisa de GPS, ao lê-los, para não se perder!
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0 # Pina 20-05-2020 09:28
Concordo. Faltou-me fôlego para ler o texto. Fiquei pelo primeiro parágrafo.
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0 # Jose Manuel 17-05-2020 11:10
Cientista defende que Portugal deve estudar vulnerabilidade de africanos

Portugal deve considerar os resultados de vários estudos científicos feitos no Reino Unido que apontam para a vulnerabilidade acrescida à covid-19 de pessoas com um histórico genético africano, defendeu um investigador portuguesa a trabalhar em Londres. 


17/05/20 09:57 ‧ HÁ 3 HORAS POR LUSA

"E
m Portugal existem tantas pessoas oriundas de Angola, Cabo Verde ou Moçambique. Estas pessoas têm de saber", disse hoje à agência Lusa Rui Providência, Consultor de Cardiologia no St. Bartholomew's Hospital e professor na universidade University College of London (UCL).

O investigador avisa que o risco é muito superior ao que foi identificado em estudos iniciais, mesmo para pessoas de uma faixa etária de entre 30 e 50 anos, que é considerada de baixo risco para o vírus.
"Se calhar vão ter de ter mais cuidado e os seus empregadores vão ter de as proteger muito mais", defendeu. 
Rui Providência é um dos autores de um artigo científico que dá conta de um estudo realizado entre fevereiro e abril com base numa amostra de 620 pacientes de diferentes hospitais de Londres infetados com covid-19 e compostos em proporção semelhante por indivíduos de etnia caucasiana, de origem africana ou das Caraíbas e de origem asiática, nomeadamente indianos e chineses. 
A conclusão é que existe uma mortalidade maior nos asiáticos e africanos, mesmo corrigidas as diferenças nas populações, como idade e fatores de risco cardiovasculares.  

"Os dois grupos têm maior mortalidade e isso é importante porque tem implicações não só do ponto de vista da prevenção. É importante que estas pessoas saibam que estão expostas a um risco muito maior e que, por isso, têm de ter mais cuidado", vincou o investigador à Lusa. 
O estudo sugere que profissionais de saúde destes grupos que estejam a tratar pacientes com covid-19 tenham de seguir medidas preventivas mais apertadas, por exemplo, como máscaras que oferecem maior proteção do que as máscaras cirúrgicas. 
"O trabalho mostra que um indivíduo de 50 anos asiático ou africano têm um risco comparado a um caucasiano com 80 anos. É quase como estarmos a enviar um idoso de 80 anos para frente de batalha", simplificou. 
O estudo, que foi adicionado à base de dados MedRXive e não foi ainda sujeito a avaliação por outros cientistas, junta-se a uma série de estudos no mesmo sentido. 

Académicos da UCL divulgaram no início do mês que analisaram os casos de pacientes que foram diagnosticados com covid-19 e morreram em hospitais públicos ingleses entre 1 de março e 21 de abril e detetaram que o risco de morte pelo vírus é "duas a três vezes maior" para pessoas negras, asiáticas ou outras minorias étnicas do que para a população britânica em geral.
Uma análise do instituto nacional de estatísticas britânico (ONS) que levou em consideração fatores socioeconómicos, também concluiu que cidadãos negros têm duas vezes mais probabilidades de morrer do novo coronavírus do que pacientes brancos.
Outros estudos científicos também têm apontado para um risco agravado para pessoas obesas ou com diabetes.
Embora seja cardiologista especialista em doenças arrítmicas, Rui Providência associou-se a estudos relacionados com a pandemia covid-19 devido à urgência em perceber a doença. 

"Existe um fenómeno engraçado: pessoas de diferentes áreas, como investigadores clínicos de cardiologia, pneumologia e não só doenças infecciosas focaram-se todos neste problema porque há manifestações cardíacas, renais, pulmonares, neurológicas", justificou. 
Recentemente, Rui Providência colaborou num artigo publicado na revista New England Journal of Medicine também relacionado com o coronavírus, sobre dois fármacos usados para tratar situações cardiovasculares e que concluiu que não aumentam o risco de infeção viral.
"Sabemos que a influenza e o coronavírus partilham uma estrutura, o recetor ACE2, onde estes fármacos cardíacos poderiam ter algum efeito, e havia alguma preocupação quer da comunidade científica quer dos doentes sobre se poderiam continuar a tomar estes fármacos", acrescentou.
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0 # tristeza 18-05-2020 21:59
A realidade não tem demostrado o anunciado apocalipses do SARS CoV-2 na Africa, nem Asia . Um detalhe , a raça negra juvenil ,e' resistente aos anti-hipertensivos IECAs !
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