Zezé e Zeca di Nha Reinalda são homenageados este sábado, 9, numa gala dedicada exclusivamente a eles, na Assembleia Nacional, cidade da Praia. Além da actuação dos próprios homenageados, a SOCA convidou a actuar amigos e colegas de uma carreira com mais de 40 anos.

Tradiçon di Terra, Gerson Spencer, Rui Cruz, Jorge Tavares, Rui de Pina, Bob Mascarenhas, Nany Vaz, Grace Évora, Zé Rui de Pina vão, em nome da Sociedade Cabo-Verdiana de Autores, render o seu tributo aos dois irmãos que marcam a cena musical cabo-verdiana desde os anos 1970, como intérpretes e compositores.

Os irmãos nascidos no Bairro Craveiro Lopes, na cidade da Praia, estrearam-se com o grupo Opus 7, logo após a Revolução do 25 de Abril, que depôs a ditadura salazarista em Portugal e abriu a porta para a liberdade, nomeadamente cultural, de Cabo Verde, mas foi como vocalistas do conjunto Bulimundo, fundado por Katchás (1978), que ganhariam projecção nacional e internacional.

Donos de uma visão própria de resgate do funaná – género que interpretam com mestria – abandonam o grupo um par de anos depois e fundam o conjunto Finaçon, que daria a Cabo Verde oito grandes álbuns, entre os quais “Si Manera”, que catapultou a banda para o sucesso internacional, sobretudo em França, onde actuaram no famoso Zénith, ao lado do grande Gilberto Gil.

Com a segunda metade dos anos 1990 chega o fim dos Finaçon e o início da carreira a solo dos filhos de Nha Reinalda. Hoje, as actuações de Zezé e Zeca di Nha Reinalda são escassas, mas o seu nome está indelevelmente ligada ao renascimento do funaná, nas suas múltiplas formas. Bem haja SOCA por esta bela iniciativa. Afinal, as flores devem ser dadas em vida.