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Por: João Baptista Semedo

Batis

das tuas lágrimas ordenho o sabor do teu perfume

da ressequida e profundeza do poço minguante

do lodo alcatrão saltita a ânsia de beijar-te

mesmo que o pássaro sangra pelas asas livres gotas de dor

 

abro a porta da cozinha de chaminé

na madrugada cinzenta de janeiro o homem-sol

espreita por entre pedras da parede negra esfumaçada

pintadas à mão

cheiro o fumo do perfume do teu amor vindo

da aurora renascente e desaguante

 

da maré baixa das pequenas ondas da praia de calheta

ouço a tua fina voz acariciando as areias solteiras

que todas as noites dormem como esbelta cama esperando o teu abraço

Comentários  

0 # Gerson 20-11-2018 09:35
Bonito!
força mister...
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