Pub

O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas cabo-verdiano, Abraão Vicente, disse hoje que o processo de candidatura da morna a Património da Humanidade está "bem encaminhado" e deverá ser entregue até 31 de Março.

"O processo de candidatura está muito bem encaminhado, tivemos a assessoria técnica de especialistas internacionais que fizeram outras candidaturas com sucesso e não tenho dúvida que, se Cabo Verde fizer todo o trabalho de casa, teremos a Morna classificada", disse Abraão Vicente.

O ministro falava aos jornalistas, na cidade da Praia, após um encontro com a secretária de Estado da Cultura de Angola, Maria Piedade de Jesus, que se encontra de visita a Cabo Verde.

Abraão Vicente adiantou que o dossier, elaborado com o apoio da cooperação portuguesa e composto por seis mil páginas, está em fase de tradução para ser entregue a 31 de Março à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

O resultado deverá ser anunciado em Dezembro de 2019.

O técnico português Paulo Lima, especialista na elaboração de processos de candidatura a Património Imaterial da Humanidade da UNESCO, esteve, em junho, em Cabo Verde numa missão de assessoria técnica de apoio à instrução da candidatura.

Na altura, em entrevista à agência Lusa, Paulo Lima, que esteve envolvido nas candidaturas portuguesas ganhadoras do fado, cante alentejano e arte do chocalho, sublinhou os pontos fortes do processo da morna.

"A morna reúne todas as hipóteses para ser inscrita enquanto género musical na lista do património imaterial. Tem vários pontos fortes: é identitária, tem uma forte expressão na cultura cabo-verdiana, serve como elemento de ligação entre os cabo-verdianos que estão em Cabo Verde e os que estão na diáspora. É uma prática musical que se transforma e reconstrói. Absorve e está em contínua mutação, mas há sempre uma identificação entre a cultura cabo-verdiana e este género musical", avaliou.

Com Lusa

Comentários  

0 # Pepito 24-01-2018 22:41
6000 páginas! Senhor Ministro enganou-se, não pode ser. Quem vai ler tudo isso? Francamente, sejamos coherentes!
Responder
+2 # Maria Cecília Londre 24-01-2018 21:06
Eu sou Maria Cecília Londres da Fonseca, especialista em Património. Conheço muito bem o Paulo Lima, mas duvido que um dossier de seis mil páginas é para apresentar uma inscrição no PCI. Não é mais um dossier, nem uma tese para doutoramento. Um dossier para inscrição é um documento conciso, sucinto, bem estruturado, bem fundamentado, com boas ilustrações que permite ao jurado ver o seu valor, a sua riqueza, como algo que deve comptenplar na lista dos bens já inscritos. Uma outra dúvida, se quisessem, preocupação, as traduções, o fato de entregar dossiers escritos numa língua para serem traduzidas em outras línguas..... Cuidado.... Aguardamos com muita anxiedade as explicações sobre os valores da morna. Essas dadas pelo Ministro são simplismente a definição do Artigo 2 da Convenção do Património Imaterial de 2003. Uma última sugestão : EVITEM O PLÁGIO. O vosso dossier eletrónico sera passado nos softwares antiplágios (Compilatio, Scribbr, ephorus, etc.)
Responder