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Por: Rui Semedo

A pensar na decisão do Governo em adiar a medida da isenção de vistos para a União Europeia e Reino Unido.

A grande verdade é que o Governo esbarrou-se na dificuldade de implementação desta decisão e decide empurrar para janeiro a isenção de vistos para os cidadãos da União Europeia e do Reino Unido.

A mudança de plano não é imposta apenas por razões técnico-operacionais, como se pretende passar.

A questão é bem mais financeira porque o Governo vê-se a braços para colmatar o furo que os mais de dois milhões de contos em receitas vão provocar no Orçamento do Estado para o presente ano económico, sem qualquer outra contrapartida.

Se antes era claro para o Governo que a contrapartida vinha da dinámica do fluxo do turismo (esta ideia que nos foi vendida com pompas e circunstâncias) agora ela deve vir de alguma taxa que todos nós havemos de pagar.

Na sequência da última reunião do Conselho dos Ministros, o Governo anunciou, juntamente com o adiamento da decisão de isenção de vistos, a criação da taxa da segurança aeroportuária.

Aqui o Governo quis enganar-nos a todos, sem exceção.

Como que o Governo pretende criar uma taxa que já existe, há vários anos, e funciona com base na lei e nos regulamentos que fixam, de forma clara, os fins da sua utilização?

Assim, o Governo ou pretende agravar a taxa aeroportuária, que já existe, ou pretende criar uma nova taxa.

Qualquer destas alternativas implicaria repassar os custos da isenção de vistos para todos nós e se essa nova taxa estiver ligada ao uso do aeroporto teria também impacto no custo do destino turístico.

Raciocinando nesta lógica nem o destino seria mais competitivo como, falaciosamente, nos quis impingir o Governo, nem os cidadãos cabo-verdianos ficariam isentos de contribuir para suportar os custos da isenção de vistos.

Uma questão que está a ficar clara, como a mais pura das águas, é que nós, todos nós, vamos pagar para que os turistas provenientes do mercado em referência não paguem os vistos de entrada no nosso país.

É a morabeza crioula no seu apogeu.

* Título da responsabilidade da Redacção

Comentários  

0 # Olímpio Lopes Varela 08-05-2018 08:09
Meu caro Rui. Na.minha modéstia opinião, acho que o governo confrontado com essa onda de descontentamento generalizado e de revolta da maioria, senão mesmo da totalidade dos caboverdianos por este ato irefletido e à pressa que tomou em razão de isentar "branquetes"de pagamento de vistos , pondera em voltar atrás e vai adiando até tomar coragem e humildade.para dizer: Afinal, desistimos!
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+1 # Alexandre Monteiro 06-05-2018 11:29
Meu caro
De[censurado]do da Nação
O tempo cura tudo! Quero dizer, que no caso do nosso Governo, com o tempo ele é premiado por ter feito uma boa governação, ou sancionado por ter uma visão curta e não ter navegado nos mares nunca navegados para que Cabo Verde contenue numa senda de desenvolvimento sustentável e inteligente. Que leiam os poetas: Camões e Cursino Fortes!
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+3 # Terralonge 05-05-2018 18:52
É verdade, Rui. os homens do Mpd estão arrependidos e então, vão empurrando a coisa com a barriga. São daquelas medidas tomada a cabeça quente. Governar é decidir, mas é preciso pesar bem antes de decidir. Isto de decidir e depois ficar a arrastar, mostra a fragilidade e muita falta de maturidade e irresponsabilidade que caracteriza este governo. Muito infantilismo e garotices
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+3 # SÓCRATES DE SANTIAGO 05-05-2018 16:29
O nosso País, Cabo Verde, está sem norte, sem governo. É triste e muito grave dizer isto, porém, trata-se da mais pura verdade e provam-no os estudos recentes da AFROSONDAGEM. A crer neste artigo de opinião do Senhor Rui Semedo, em que os custos da isenção dos vistos aos estrangeiros serão suportados por nós, cabo-verdianos, está-se, efectivamente, face a um conjunto de pessoas que, em vez de governar, estão a brincar ao governo, o que, irresponsavelmente, tem vindo a fazer o Senhor Ulisses Correia e Silva e a sua turma de palhaços, nestes dois anos de mandato. Governar é um exercício muito sério, pois, requer competência, postura, inteligência e ética. Governar, seguramente, não é um assunto para palhaços e animadores do circo, como estes fúteis dirigentes do MPD. Meu Deus! Meu Deus! Quando é que esta brincadeira do circo ventoínha vai terminar?! Quando?! Oxalá não morramos todos, no fim da última peça, do último acto!!!
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+4 # Octavio 05-05-2018 15:36
A oposição não se deve calar . Deve denunciar e esclarecer o povo em sessões de esclarecimentos promovidas e realizadas nas ccomunidades. O Governo dá-nos de pau e assobia para o lado. Os de[censurado]dos que o suportam, recheiam-se e assobiam pelas ruas de Lisboa em jornadas da primavera. Save pa fronta.
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+4 # Gonçalo Amarante 05-05-2018 14:12
Mas, isso e mesmo mau. Como pode o governo fazer uma coisa dessa, se prometeu outra. A oposição tem de estar vigilante e fazer o seu trabalho, que vai ser ajudado por todos nos. Nao forma sentido que o Pais, desde da tomada de posse deste governo, vive em sobressalto, como a subida vertiginosa do custo de vida, com parlamentares a viajarem na custa dos nossos impostos e ainda com mais esta m... E de mais..POXA!
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+3 # Paula Moreira 05-05-2018 14:09
Forti tristi. Quanta tristeza! Enquanto os cabo-verdianos sofrem, o Governo de Cabo Verde está focado em ajudar os turistas. Há cabo-vetdianos que acabam até por morrer porque não conseguiram visto na hora para a consulta. Tristi demais.
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