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Por: Samilo Moreira

“Policia não critica a Justiça”

Paulo Rocha, Ministro da Administração Interna

É no Parlamento de Cabo Verde onde se encontra a autêntica montra de incautos incivilizados, de violadores da ética, da moral e,da deontologia (se isso existe na casa Parlamentar). Numa sessão, um ilustre Deputado que queria liderar a CEDEAO (imagina-se), proferiu que tem a capacidade de ofender até fazer desmaiar o seu par. Toda a sua Ban(d)ada Parlamentar se reviu na sua afirmação. Num coro uníssono de gargalhadas e saltos, legitimaram a sua (ignorante) Liberdade de Expressão.

Neste momento, é assustador ver os mesmos Deputados e Políticos Nacionais, verem violação ou infracção grave do Código Deontológico e de Honra da Polícia Nacional, por o Comandante Elias Silva ter expressado que a Lei de armas é ineficiente, dando exemplo de que, uma arma branca, em Cabo Verde, na mão de bandidos é considerada objecto de Trabalho (deve ser por isso que a Taxa de Desemprego diminuiu). Assalto enquadra-se em “ocupados”.

O Comandante Elias Silva criticou a Lei, questionou a sua interpretação e aplicabilidade real. Não apoiou criminosos, não fez nenhuma crítica contra o Poder Judiciário/Judicial e não desrespeitou uma Ordem Judicial ou Hierárquica (Função). O poder derivado da “posição hierárquica, porém, não concede o direito de impor a vontade da chefia. É a função que o Trabalhador/Funcionário obedece e não ao indivíduo que ocupa o cargo hierárquico.

Em Cabo Verde, há claramente uma inversão das prioridades. Nesse caso, em particular, o poder Judiciário/Judicial trata os bandidos como cidadãos “ocupados” e, um agente Policial como Bandido. Um agente da Polícia tem direito a um discurso Moralista, quer em privado, quer publicamente, porque pertence à sociedade.

De acordo com o Estatuto do Pessoal e Regulamento Disciplinar da PN, CAPÍTULO IV, Penas disciplinares, sanções acessórias e seus efeitos, Artigo 31º, Enumeração, São aplicáveis ao pessoal policial da PN as seguintes penas disciplinares: (a) Repreensão escrita; (b) Multa; (c) Suspensão; ( d) Inactividade; (e) Aposentação compulsiva e (f) Demissão.

As “restrições ao exercício dos direitos de expressão” prevista na Constituição, no Estatuto e Regulamentos da PN, não é explícita literalmente, precisamente para descriminar a Liberdade de Expressão.

O que falhou, até agora, foi a interpretação rígida do Ministro da Administração Interna, onde o controle e pressão política nos bastidores, substituíram o seu Juízo, na proporção e razoabilidade.

Suspensão por liberdade de expressão moral positivo, não é apenas uma decisão arbitrária. É retirar qualquer funcionário público o direito à crítica ao governo, a Justiça ou a um superior. É censura e uma forma de impedir e prejudicar debate público, sobre as decisões incompreensíveis de soltar indivíduos presos em flagrante delito, com armas brancas e de fogo. Assim, no registo estatístico baixa-se a criminalidade.

E se o sindicato ou o Porta-voz da Polícia criticar a Lei de Armas? E se o Ministro criticar a actuacão da Polícia ou de um Magistrado? E se um Magistrado criticar abusos Policiais? O que acontecerá?

A declaração do Presidente da Republica* faz-me concordar, pela primeira vez, com o Ex. Primeiro-Ministro, José Maria Neves: “Cada vez menos árbitro e cada vez mais parte do jogo a favor do Governo”.

 

* http://www.rtc.cv/index.php?paginas=13&id_cod=67722

Comentários  

0 # Barcati 21-04-2018 09:45
Creio que o articulista não o estatuto da polícia e nem as normas que enformam. Penso que infelizmente as declarações do Comandante extravasou os limites impostos. Pode até ter razão do que diz mas falhou do local dos meios onde produziu tais declarações.
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-1 # Berdianu 20-04-2018 20:37
Concordo plenamente com a interpretaçao do articulista.
Nao se vislumbrou no pronunciamento do comandante um qualque comportamento que justificasse a punicao ,sem processo disciplinar.
Autentica censura,forma de afastar os incomodos do status quo.
E o Sr Presidente da Republica,de facto, comprova que nao é arbitro, nem imparcial.
Ai Cabo Verde,para onde caminhais?
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-4 # Joel Gomes 20-04-2018 18:48
O senhor Samilo Moreira é um paigcviano nato. Pela sua hipocrisia, vê - se logo que é um verdadeiro comunista. Agora defende aquilo que o seu partido nunca admitiu e nem aceitou. Isto não deve ser chamado de ponto de vista mas sim ponto de desorientação /desespero. Só lhe faltava concordar com JMN com o seu décimo terceiro mês e de cabo verde não tem máquina para fábricar dinheiro.
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0 # Pipilita 20-04-2018 21:26
Grandi analiz di rapaz! Samilo Moreira, ta skrebi di sertus ki sta kontisi, inda mas é ka tem medo di kel governo fedi la! Ago Sr Joel Gomes gosta di papia contra!!!
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