Nos últimos dois dias tenho assistido uma verdadeira agressão ao PAICV, na pessoa da sua líder, Janira Hopffer Almada, supostamente porque ela teria defendido que “a regionalização deve ser feita com base num referêndum”, o que consubstancia uma grande inverdade, tanto mais que as declarações de JHA estão gravadas em vídeo e publicadas no site da TCV (http://www.tcv.cv/index.php?paginas=47&id_cod=67299).
Este ataque tem por um lado os regionalistas precipitados, que como que em surto, descobriram que são os maiores defensores da regionalização, embora até agora não puderam explicar ao Grande Público que regionalização querem para o País; por outro lado está o já bem conhecido grupo de opositores internos de Janira Almada, que, infelizmente, não vê à meios para derruba-la, não interessa o quanto isso custe ao PAICV.
Em boa verdade, o que a Janira disse é que a regionalização deve ser parte de uma ampla reforma do estado, para, entre outros, diminuir as despesas do Poder Central e transferir esses recursos para as regiões. Aliás não é uma posição de Janira Hopffer Almada, mas uma decisão do Conselho Nacional do PAICV, de Julho de 2017. Aliás, Janira tem comportado muito bem, em matéria de cumprir com as decisões superiores, não usurpando as competências que não lhe pertencem. Acrescentou, é verdade, que o senhor Primeiro-ministro não deve nem pode descartar uma consulta popular (referêndum) sobre a regionalização, pois estamos num país democrático e esta não é uma competência do Primeiro-ministro mas sim da Assembleia Nacional. A democracia assim manda e é bom que ela faça essa ressalva.
Para mim é lamentável ouvir de alguém que diz ser um regionalista convicto que não importa que regionalização se vai fazer, que o que interessa é a regionalização. Reservo contudo e antes de mais, que até isso cada um tem o direito de defender. Mas para mim regionalização a qualquer custo não. Para mim será pura perda de tempo não se aproveitar a próxima revisão constitucional para se introduzir uma profunda Reforma do Estado, máxime a drástica redução do número de deputados nacionais e constitucionalmente transferir um leque importante de poderes para as regiões, nomeadamente em matéria de finanças, economia, educação e formação, agricultura e infraestruturas, ambiente. E sei que essa é a linha do PAICV, cuja proposta de revisão vai em breve entregar à Mesa da AN.
Bater pela regionalização e depois aceitar uma lei feita sobre joelhos, sem substância, só para dizer-se que temos regiões, para mim é ingenuidade política, politiquice ou trama.
Quanto a posição atribuída a Janira Hopffer Almada, os mais obstinados na sua acusação e tentativa de ridicularização da sua liderança vem de dentro, ou pelo menos de gente que está dentro quanto fora, conforme as circunstancias. Todavia, em matéria de política interna do Partido é displicente esses posicionamentos e vale aqui denuncia-los, sem rodeios.
Com efeito, já foi anunciada as eleições tanto no Grupo Parlamentar do MpD como no do PAICV. No MpD parece que tudo está na santa paz (podre ou não, é com eles). Porém, no PAICV as coisas não são bem assim. Está-se a abrir uma janela a que os opositores da Janira pensam ser uma oportunidade para começar a derruba-la da liderança. Ganhar a liderança do Grupo Parlamentar e marchar para também derrubá-la da liderança do PAICV. É só ver quem assina e publica essa reações, com afirmações deturpadas, nas redes sociais. Os de sempre!
Mas a Janira é uma jovem mulher corajosa, inteligente, madura e hoje bem querida pelos cabo-verdianos. Perdeu as eleições em 2016, é verdade. Mas hoje a desilusão que este governo vem causando, a luz que foi feita sobre os tramas de então, do próprio governo de que ela fazia parte, onde nem o arresto do avião em plena campanha foi inocente, pelo simples pecado dela não ser a delfim na liderança do PAICV, dizia, derrubar a Janira de seja o que for será um “bico-de-obra” para essa gente, que vêm confundindo-a com o governo, o qual deviam fazer oposição, já que dizem militante do PAICV.
So kel ki Parlamentu o Guvernu pode disidi, e ki pode ser objetu di referendu (artigu 4º di Lei nº 91/VIII/2015, di 1 di julhu). Pur isu, ka pode justifikadu rijeison di referendu ku faktu ma Asenbleia Nasional ten konpitensia pa disidi. So pode rijeitadu referendu ku justifikason ma atu (rejionalizason) ka e di «relevanti interesi nasional». Kuze ki ten mas «relevanti interesi nasional» di ki satadja nos Stadu mikroskopiku na 10 pruvinsia autonomu? Nton, pa ke ki instituidu es dimokrasia diretu, es spreson masimu di dimokrasia - referendu? Pamodi sa ta tapadu povu boka? Manba e pabia sabedu ma maioria e kontra kriason di 10 pruvinsia autonomu!?
----§---- REJIONALIZASON NUN TERA MIKROSKOPIKU?! ----§----
Pa komodidadi di leitor, N aglutina, nun so post na internet, serka di 1 dizena di ensaiu ki N publika na jornais di es prasa na 2013 i 2014 pa dimonstra irasionalidadi di kriason di 10 pruvinsia autonomu nes Kabu Verdi pikinotinhu: http://tinyurl.com/yden9nzr
Vê se consegues passar a ler a ler melhor.
Ou és mesmo assim: TORTO? Se é, "que Deus te dê uma pedra nem muito fria nem muito quente"que eu nada posso fazer.