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Nuias silva 24 04 20 

O vice-presidente do PAICV e deputado nacional, Nuías Silva, considerou esta sexta-feira, 24, em conferência de imprensa na cidade da Praia, que a suspensão dos bilhetes da Cabo Verde Airlines (CVA) pela Associação Internacional dos Transportes Aéreos (IATA) “mancha o bom nome e a credibilidade do país”, afirmando que “a situação da transportadora aérea de Cabo Verde é grave e não é de hoje”.

Na sua avaliação sobre a suspensão de emissão de bilhetes das agências de viagens credenciadas pela IATA em Portugal, o PAICV manifestou-se preocupado com a real situação da companhia aérea CVA e pediu que o Governo seja claro e explique os contornos da suspensão pela IATA de bilhetes à empresa.

Conforme considerou, esta suspensão da IATA “mancha o bom nome e a credibilidade” do País, pois caso a situação não seja regularizada dentro de 30 dias, com a retirada do código VR à CVA, fica impossibilitada toda e qualquer operação comercial da companhia.

“O facto é que a suspensão feita pela IATA veio demonstrar que o que está em casa é uma dívida de aproximadamente 2,4 milhões de dólares para com a IATA”, disse.

Ajuntou que tal situação de suspensão, para além de afetar directamente a imagem do País e da CVA, impacta ainda directamente as agências de viagens nacionais e clientes individuais, pois a suspensão inclui as vendas e reclamações de reembolso que já não serão liquidadas pela IATA.

Segundo o deputado do PAICV, a situação da CVA não é de hoje, “começou muito antes da pandemia do novo corona vírus”, explicando que nas campanhas eleitorais de 2016 o MpD assumiu que tinha a solução para os TACV, contratou uma empresa estrangeira para reestruturar a companhia, “que pagou a preço de ouro com dinheiro de todos os cabo-verdianos”.

No entanto, a realidade tem demonstrado que após a privatização, com nova gestão da CVA, os problemas agravaram-se, as dificuldades aumentaram, as dividas e passivos foram acumulando e o Estado continuou a injetar recursos e capitais quer de forma direta, quer de forma indireta.

De acordo com Nuías Silva, a situação da CVA vinha se arrasando há já algum tempo, com informações vindas a público, e denunciada “bastas vezes” pelo PAICV, da “gestão desastrosa” das operações e das rotas fazendo com que “prejuízo enorme se acumulasse”, em rotas “altamente deficitárias”.

“O PAICV pede abertura do Governo para esclarecer o que se passa definitivamente com a CVA, qual a situação real da empresa, que responsabilidades os acionistas privados têm ou pretendem assumir, num quadro em que o Estado, e bem, assumiu agora os salários dos trabalhadores”, declarou o deputado.

Quer ainda ver ainda esclarecida qual é a verdadeira posição acionista do Estado neste momento, o que pretende o Governo fazer ou está a fazer em relação a esta suspensão e que propostas o conselho de administração da empresa apresentou ao Estado.

“Os cabo-verdianos não podem continuar a aceitar que a falta de transparência na gestão de negócios públicos faça escola, e a nação não deve estar sob secretismo”, ressaltou.

O político que representa o maior partido da oposição contestou ainda a posição do ministro do Turismo e Transporte por este ter admitido publicamente, em entrevista a comunicação social, o risco de não sobrevivência da CVA após a paragem, o que terá despertado uma atenção especial dos vários credores da CVA, de entre os quais a IATA.

“Nós entendemos que a comunicação do Governo tem tido vários erros e esta comunicação também foi um erro da forma como foi feita”, referiu, salientado que a IATA suspende dessa forma “quando tem indícios fortes de que há incumprimentos ou quando a empresa está numa situação iminente de falência”.

Com Inforpress

Comentários  

0 # Maria Pereira 27-04-2020 06:02
Pior do que o arrastamento na Holanda?
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-1 # Sempre Atento 28-04-2020 22:59
Sim é pior e nem dá para comparar. Sabes porqué? Porque o atual governo, especialmente Ulisses disse que tinha soluçäo para os TACV. E essa é a soluçäo? Sabendo Ulisses já quase 4 anos no mandato? Agora vens tu falar sobre o arresto e fazer esta comparaçäo?
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-1 # Zé di terra 25-04-2020 12:37
Mas não foram estes senhores do PAICV, que deviam anos e anos de quotas a quase todos os organismos internacionais, a que Cabo Verde pertence e está inscrito, tendo até Cabo Verde perdido o direito de voto na ONU?????? Isso, como diz o Nuías, não é “....manchar o bom nome e a credibilidade do país.......”?????? Haja paciência, comem muito queijinho. Já a honra chegou à casa das p.......... Meus senhores, mais trabalho e menos barulho, honrem quem vos permite comprarem uns fatitos catitas e ter uma boa casa, carro, motorista, tudo à custa do zé povinho.....
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0 # Daniel Carvalho 25-04-2020 10:52
Não tenho por hábito responder assim no vento,talvez a fantasmas, mas mesmo assim, posso esclarecer que defendo uma Democracia que coloca a vida e a saúde humana em primeiro plano.
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+1 # De terra 24-04-2020 17:44
Mais vale não ter conferência de imprensa para apresentar situação de covid-19 no país. O ministro está sem vontade de responder parece incomodado com as perguntas. Se o objetivo da conferência é esclarecer, informar a população, está deve é merece ser esclarecida. O que deixam transparecer é que escondem as informações não querem responder. A cara de ironia do ministro é uma tristeza. Gente burra pá...
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0 # Emanuel Delgado 24-04-2020 17:06
O governo deve-nos uma explicação.
Aguardamos.
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0 # Kolundjul53Kolundjul 24-04-2020 16:05
Ai Daniel, que triste atitude. Que pena. Que tipo de democracia pretendes. . . .
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-3 # Daniel Carvalho 24-04-2020 14:45
Sobre esse assunto todos os Caboverdianos têm uma palavra a dizer, menos o PAICV. porque tem culpa no cartório também. Concentrem-se no apoio ao combate ao corona vírus, se tiverem um bom desempenho, o país saberá reconhecer e agradecer,a seu tempo.
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0 # Pedro Sanches 26-04-2020 15:10
Caro Daniel

A culpa do PAICV a que referes, ja foi paga no cartório das urnas em 2016. Não venha defender o indefensável, porque a culpa agora é dos Srs da situação que fizeram um negocio, com fecho e fechadura, assessorado nao sabemos por quem e que agora, alias, ha muito deu no que deu. PAICV agora esta imune dessa responsabilidade. Por acaso, falaste com o Sr Min dos Transportes, ou seja quem la for, o porquê da abertura de rotas e aumento tresloucado de voos sem estudos e sem parcerias? Pareces que estas a meter a foice em ceara alheia. Se calhar como disseste, o momento é de nos concentrarmos-nos no combate sem tréguas ao inimigo invisível - o COVID-19 e deixemos de partidarizar a CVA. Fique bem!

Caboverdiamente falado. Nos boka ka sta la.
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