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Por: Hermínio Silves

 carlos santos19

O Governo vai injectar dinheiro na Cabo Verde Airlines para tirar a companhia do sufoco financeiro, mas quer um administrador nomeado pelo Estado e o redimensionamento da frota e no número de trabalhadores, aos quais o Governo promete garantir dois anos de salário devido à retoma gradual e sem lucro inicialmente. Entretanto, o reinício das operações da CVA foi novamente adiado para depois de 15 de Janeiro e, a acontecer nessa data, será centrado apenas no mercado étnico e turístico, como está a exigir o Executivo.

Ainda não será desta que a Cabo Verde Airlines, há sete meses fora do mercado, irá reiniciar as operações. Uma directiva do Departamento de Vendas da companhia manda cancelar todos os voos comerciais que já estavam programados no sistema e anunciadas pelo primeiro-ministro para acontecer entre 15 de Dezembro e 15 de Janeiro, como, de resto, vem sucedendo desde Agosto, devido às indefinições quanto ao regresso das actividades normais da operadora de bandeira nacional.

É nesse intervalo de tempo (até 15 de Janeiro, época alta e em que mais emigrantes visitam o país para a quadra natalícia) que o Executivo acredita poder agir com brevidade para, em sintonia com a Loftleidr/Icelandair, tomar as medidas de fundo que permitam a retoma das operações da Cabo Verde Airlines, que só opera nas linhas internacionais, entretanto, reabertas desde Outubro com o fim do Estado de Emergência imposto pela Covid-19.

Este assunto foi, aliás, tema de discussão de um encontro realizado na segunda-feira, 16, entre o Governo - representado pelo vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, e o ministro dos Transportes, Carlos Santos - e o presidente do Sindicato Nacional de Pilotos de Aviação Civil (SNPAC), Paulo Lima, a presidente do Sindicato Nacional de Pessoal Navegante de Cabine de Aviação Civil (SPNCAC), Carla da Veiga, e o líder do Sitthur, Carlos Lopes.

Na ocasião, o ministro dos Transportes garantiu aos sindicalistas que o Governo continua a negociar com o parceiro estratégico o melhor formato para a retoma das operações da CVA, estando inclusive a tentar impor ao grupo islandês, que detém 51% da companhia, novas condições.

De acordo com a Acta dessa reunião, a que Santiago Magazine teve acesso, o Executivo, na pessoa do ministro Carlos Santos, admitiu "não ser fácil" a negociação em curso e que "as condições impostas estão a ser discutidas e analisadas ao pormenor, pois o parceiro veio com o seu plano de negócio e não quer desfazer-se dele; e por outro lado, o Governo quer manter a empresa e exige preservar as suas condições para proteger os colaboradores e os cabo-verdianos".

Em cima da mesa estão três exigências que o Governo está a impor ao grupo islandes para poder injectar dinheiro na CVA e tirá-la do buraco financeiro em que se encontra: em primeiro lugar o redimensionamento da empresa no que diz respeito ao número de aviões e trabalhadores, ainda que afirma evitar fazer despedimentos e preferir falar no programa para a pré-reforma, obtido por mútuo acordo com trabalhadores e sindicatos. A propósito, o ministro dos Transportes fez saber nesse encontro com os sindicatos que estão sendo feitos esforços junto da banca para continuar a pagar os salários dos próximos 24 meses, visto que a retoma vai ser de forma gradual e sem lucro de imediato.

A segunda exigência feita à Icelandair é que a retoma das operações terá de ser centrada no mercado étnico (diáspora) e no mercado turístico, linhas que, no entender de Carlos Santos, não irão desaparecer, apesar da pandemia da covid-19.

A terceira condição imposta pelo Governo, cuja negociação com a Loftleidr/Icelandair acredita estar finalizada ainda neste mês de novembro, tem a ver com a gestão da CVA e aqui a proposta é de o Estado - que ainda detém 39% das acções e continua a funcionar como bóia de salvação da transportadora aérea cabo-verdiana -, poder nomear um administrador para o Conselho. Conforme foi dito na reunião de segunda-feira, o Governo quer "rever a Administração da companhia colocando novos gestores, visto que toda a administração foi entregue ao parceiro. O governo, sendo parceiro que irá injectar dinheiro e que vai salvar a companhia, terá que ter um administrador que seja posto por ele, para que possa estar mais em cima da gestão".

Entretanto, continua ainda por resolver a documentação dos tripulantes, que, sem voos, estão prestes a ver caducados os seus certificados. O Governo garantiu que já está a dialogar com a Embaixada dos Estados Unidos e o Centro Comum de Vistos para resolver as questões relativas à emissão dos vistos. "No que tange à certificação, (o governo) diz que no contexto em que vivemos a AAC não pode ter as mesmas exigências tidas outrora, e que caso a AAC aplicasse a legislação como deve ser a companhia não iria retomar as operações", lê-se no documento-resumo do encontro desta semana, no qual o Governo admite que a demora nas negociações aconteceu porque "o parceiro não estava a aceitar as condições impostas e que estavam a esgotar todas as hipóteses por forma a garantir o melhor para Cabo Verde".

O Vice-Primeiro Ministro fez a sua intervenção dizendo que o Governo procurou a Icelandair como parceiro, que o projecto estava a funcionar, mas que com a pandemia tudo acabou por complicar. Olavo Correia voltou a falar no projecto Hub no Sall e reforçou que o Governo vai injectar capital na CVA contando que a companhia venha a funcionar nos moldes exigidos, ou seja, operar no mercado étnico e turístico, reequacionar o numero de aviões e trabalhadores que a companhia necessita e o Estado nomear um administrador para a gestão da CVA.

Vale referir que o eventual reinício dos voos comerciais poderá encontrar já no mercado a operar, a Cabo Verde Conect Services, empresa do antigo director da TACV, Mário Almeida, com sede no Açores, que anunciou ligações de e para o arquipélago a partir de 2 de dezembro, com aviões da SATA. A novidade da entrada da CV Conect (bilhetes já estão disponíveis para comercialização) num mercado que deveria ser dominado pela CVA não foi bem recebida inclusive pelos pilotos e outros trabalhadores da empresa cabo-verdiana, que acusam o Governo de ser conivente com esta "concorrência desleal", segundo afirmaram ao jornal A Nação desta quinta-feira, 19.

No mencionado encontro de segunda-feira com o SPNCAC, SNPAC e Sitthur, o tiotular da pasta dos Transportes, Carlos Santos, esclareceu que "o pedido da CV-Conect foi feito à entidade reguladora (AAC) que verifica o cumprimento das condições exigidas por lei" e que o governo não poderia impedir.

Questionado então ainda com que OAC a CV-Conect irá operar, "visto ser uma concorrência a operar com o certificado da CVA inicialmente autorizada para operar os voos domésticos", o ministro disse que Agência de Aviação Civil, "irá verificar essas questões, e acrescenta acreditar que eles (CV Conect Services) já têm o seu próprio certificado de operador aéreo".

Enfim, perante todos estes percalços, dúvidas e incertezas, as medidas adoptadas pelo Governo e prestes a entrarem em vigor, vêm coincidir também com a publicação ontem, 17, no Boletim Oficial de um decreto-lei que, no âmbito da privatização da companhia aérea cabo-verdiana, transfere para o Estado mais de uma dezena de imóveis, entre terrenos, edifícios e apartamentos, incluindo em Portugal e que eram propriedade da TACV.

O diploma estabelece que são “definitivamente transferidos para o domínio privado” do Estado cabo-verdiano um total de 13 imóveis, como apartamentos, terrenos, garagens, edifícios, num valor total não referido, que a TACV possuía em várias ilhas do país, além de bens imóveis no Senegal e quatro em Portugal, três dos quais na Avenida da Liberdade, em Lisboa.

Em março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da então empresa pública TACV por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (grupo Icelandair, que ficou com 36% da CVA) e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).

A negociação para essa venda fixou os 51% em 1.318.102,50 euros, montante “baseado na avaliação independente feita à empresa, excluindo o valor dos imóveis que lhe pertenciam”, refere o mesmo decreto-lei.

Comentários  

0 # falta transparence 22-11-2020 11:22
Por que só agora?
Depois de tantos avales do Estado?
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0 # CASIMIRO CENTEIO 21-11-2020 21:05
PARA SOCRÁTICOS DE SANTIAGO

Porreiro !!!
Subscrevo na íntegra a tua opinião !!!
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0 # SÓCRATES DE SANTIAGO 21-11-2020 20:03
Sinceramente, já estamos fartos desta música. Sempre a mesma coisa, a mesma coisa, a mesma mentira, a mesma mentira!!! O Governo vai nomear um administrador numa empresa em total falência financeira, uma empresa já morta, mesmo morta?! Minha gente, meu povo, por que razão o Governo do MPD insiste teimosamente em não enterrar o CADÁVER TACV/CVA?!
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0 # CASIMIRO CENTEIO 21-11-2020 18:18
Para PEROPIRES
Não perguntas a mim, pergunta ao teu movimento desastroso ! A tua mente é tão raquítica que não te permite discernir o sentido de uma expressão em que foi empregue ! Pergunta ao teu movimento quanto é que tem gasto com esta negociata.
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0 # Denda 21-11-2020 18:07
Esta é um filme macabro. Uma total incompetência de bradar aos céus. O país vai afundar juntamente com a CVA/TACV. Uma vê vergonha! Liquem essa porcaria duma vez por todas.
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+2 # CASIMIRO CENTEIO 20-11-2020 06:23
- OS ANTIGOS ROMANOS MARCAVAM OS DIAS FELIZES COM UMA PEDRA BRANCA E OS NEFASTOS COM UMA PEDRA NEGRA !

- Parece-me que quem não quer mais ouvir essas merdáceas de companhias aéreas e dos voos internacionais é o Povo Caboverdeano !

É um terror de mentiras, uma teia enorme de corruptela, um abismo horripilante de incompetência que giram à volta desta negociata suja da TACV/CVA, da mais vergonhosa que jamais se conhece na história desse país, desde a sua descoberta!!!

Cada dia apresentam um capítulo da mesma novela, da mais péssima qualidade, produzida e realizada nos estúdios do Palácio da Várzea, cujo ator principal já é conhecido por todos : o tal COVID-19 ! Mas porra, no mês de Dezembro do ano findo, deviam chegar a Cabo Vede 11 aviões, antes do aparecimento da pandemia no Arquipélago. Já se esqueceram ? Ou julgam que temos a memória de grilo ?

Os aviões dessa companhia, cujo nome prefiro não mais mencionar, por razões óbvias, já voavam antes da pandemia, com asma aguda, dispneia, no peito. Todo o mundo o sabe ! Por que então persistir na mentira ? Para dissimular a vossa incompetência ? Ora, o dinheiro que o governo de Ulisses e de Olavo já injetaram nessa dita cuja companhia dá para comprar mais de metade de todos os aviões da África!!! E continuam a mentir deslavadamente para os caboverdeanos !

Reparem, o óbito da TACV ocorreu em 2017, se não estou em erro ! Mas até ainda esses cabeças de bola de meia dos tugas andam na mesma ladainha, ora tentando culpar o governo anterior, ora embalando o povo nesta lengalenga fastidiosa !

Ulisses é SOLUÇÃO ! Ou é solução venenosa?
É,pois, a tal ironia das ironias : o povo vive embalado todo este tempo numa ilusão nutrida pela mentira e demagogia, na esperança de pisar um mundo irreal, regimentado e colorido de ficções correialistas !

Corram o pano, que o espetáculo desses gajos já termiou !

Obrigado !
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-2 # PeroPires 20-11-2020 22:51
Casimiro Centeio !

Das duas uma, ou voce nao sabe o que diz ou é um fanatico desvairado. Sabe quantos avioes tem, so a Kenya Airways? A Ethiopian Airline? E quanto custa a frota deste 2 paises? Temos Egipt Air, Air Morocco, e outras companhias. Nao tira baboseiras pela boca. Seja serio. Defenda, sim, a sua dama com maior elevaçao.
Disse
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+2 # Sufocado 20-11-2020 00:15
Rapazes, deixam de asneira!!! O custo de retornar CVA ou TACV a voar é dinheiro que CV não tem para voar de CV/Boston/Lisboa. Incompetencia ou Temozia di Governo? Deixa TAP, CVConnect e SATA da resposta e admite bu erros na menxi undi bu ka devia. Fizeram mau negocio e ficaram sufocado. Sim, SABEMOS!
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+2 # Jack Beta 19-11-2020 23:26
O MPD irá perder as eleicões, e tomara que esse arrogante do Carlos Santos desapareça juntamente com eles, este mão de vaca várias vezes fez com que os trabalhados do hotel Belorizonte passassem vergonha, porque recusava certos serviços a hospedes que tinham pago o seu dinheiro para estar no hotel, onde até toalhas faltavam, e a malta do front office é que tinha que levar com a fúria dos clientes, no entanto haviam toalhas novas no armazem, e ele não autorizava distribuição, esse incompetnte não serve para fazer parte de governo nenhum, vai correr atrás de “mnininhas” em St. Maria, era que sabias fazer melhor.
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+3 # Li k terra 19-11-2020 20:50
Ou pagam ou as negociatas vem a tona, vejam as contas bancárias em Lisboa e Paris!!! Dinheiro que nunca mais acaba, a PJ portuguesa falará em breve!!!
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0 # Antonio 19-11-2020 20:17
O governo deve comprar os avioes e terminar o contrato com a icelandair.
O governo deve tambem despedir todos os administradores executivos e os vice presidentes
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+1 # Jose 19-11-2020 20:15
Qualquer dinheiro injetado pelo governo deve transformar em acoes a favor do estado. Cabo Verde deve seguir o exemplo de portugal com a tap
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+1 # Pedro 19-11-2020 20:13
O governo sempre teve 2 membros no conselho de administracao e o ministro dos transportes era um destes membros. Por isso a questao de ter membros na administracao é conversa para boi dormir
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+3 # Antonio 19-11-2020 20:11
Qualquer voo etnico que nao seja apartir da Praia será perda de dinheiro. TACV deve regressar á capital do Pais
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0 # Colundjul51net@hotm 19-11-2020 19:26
Coitado ... bom rspa5z.... aceitou ser catchaço de,Ulissis e Olavinho que dinheiro nunca acaba...........o estado de Cabo Verde vai mendigar junto dos irlandeses............. .... divulguem os contratos ..... onde está o tal de Zona....... ao menos a mulher já acordou, embora ainda nnão ao se levantou.....
Eu acredito que este pobre diabo não conhece os contratos que o Ulissis e Olavinho teem nos transportes.....
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+1 # Alinho Semedo 19-11-2020 16:56
Parcem ma Cabo Verde dja perde ci aviao. Governo debe engoda nos parceiros ate que no toma nos aviao e pá ka nu dexa bai más.
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+1 # lino 19-11-2020 15:47
Poi meletante como chefi. Carlos da Vega pode ser chefe tacv. Homem experiente, que ca tem pretensão di bira mas rico. Otu meletante sério ê Jacinto qi cursa na curso de gestão .
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+2 # TXIKAU 19-11-2020 15:38
Omi,
Ka nho pára bebi, nho ta odja pundi nho ta bá mpára.
Nho tinha bon trabadjo na Sal, nho larga nho ben faze papel di palháço na Praia.
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+1 # golo.luis 19-11-2020 14:57
Txacota. Desgoverno total... onde é que iremos parar, meu Deus, pai criador e de soluções, já que Ulisses diz que a sua solução só a bateria tem...! kkkkkk, rir para não chorar!
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+2 # Juliao silvan 19-11-2020 14:37
Entao ,a quem pertence esta empresa? Foi privatizada ou nao? Porque que estado tem que meter dinheiro na empresa que ja vendeu e por barato. O capitalismo rouba , rouba e nao deixa nada,que saudades e muita falta de Vladimir Lénine .
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0 # Jota 19-11-2020 14:25
Eeheh... Melhor deixar o ano 2020 passar mesmo. Só troça
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0 # Crisolita 19-11-2020 14:22
Quem me dera!
Gago Coutinho e Sacadura Cabral No's deixam mmuita falta
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