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Muitos consideram a colocação de 23 empresas públicas no “mercado de vendas” a dilapidação dos bens púbicos estratégicos. O PAICV está contra e diz que vai “impedir que empresas estratégicas sejam vendidas ao desbarato”.

É um processo complexo e que vem prendendo a atenção do país. E a posição do Grupo Parlamentar do PAICV não podia ser mais clara em manifestar a sua preocupação face à política de privatização anunciada pelo Governo e avisa que “não permitirá que empresas estratégicas para o país sejam colocadas ao desbarato no mercado".

Esta posição foi avançada à imprensa pelo vice-presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Nuías Silva, no final do encontro que manteve com o conselho de administração da Electra, tendo afirmado que o maior partido da oposição “não pactua com a privatização das empresas apenas para satisfazer os interesses de tesouraria de um Governo sem solução”.

“Preocupa-nos a colocação da Electra no rol das empresas que irão ser privatizadas e aconselhamos ao Governo a tomar as devidas cautelas que forem necessárias. Ainda é fresca a memória dos cabo-verdianos em relação à desastrosa privatização que levaram a cabo”, disse Nuías Silva, para ressalvar que a Electra tem sido uma empresa “sustentável e em recuperação”.

Nesta linha, disse não entender as razões por que a Electra esteja a ser colocada no rol das empresas a serem privatizadas, sem que haja uma clarificação do que o Governo realmente pretende fazer para alavancar e melhorar a sustentabilidade das empresas cabo-verdianas, tanto em termos da sustentabilidade financeira, como em termos da qualidade de serviços para os clientes, sem colocar em causa o futuro do País e a geração vindoura.

Fantasma da década de 90

“O PAICV não é contra as privatizações. O PAICV é a favor de tudo aquilo que é bom para o desenvolvimento de Cabo Verde que traz mais emprego, melhores oportunidades para a nossa juventude formada”, afiançou Nuías Silva, para quem o partido que representa está comprometido com o país e com os cabo-verdianos e com o desenvolvimento.

Explicou que a Electra se afigura como “uma empresa estratégica de um sector extremamente fundamental” para o desenvolvimento de Cabo Verde e que, a seu ver, já passou por “uma privatização menos feliz no final da década de 90 e que levou que o Governo do PAICV tivesse de implementar uma forte componente diplomática para a sua nacionalização e recuperação”.

Nuías Silva assegurou que os resultados da Electra até 2015 mostram uma evolução ascendente em termos de recuperação e consolidação da eficiência, quer em termos da redução das perdas, mas também em termos da sua sustentabilidade económica e que a Electra SARL teve um resultado positivo de 818 mil contos.

Silva afirmou que esta visita à Electra enquadra-se no âmbito da competência de fiscalização do PAICV às empresas públicas ou participadas pelo Estado, no sentido de inteirar da situação económica e financeira dos projectos do desenvolvimento do futuro.

Ressalvou que o PAICV “está atento e disponível para dialogar e dar o seu contributo no gizar das melhores soluções, por Cabo Verde e que estará activo, denunciante e com alternativas numa perspectiva de informar e formar a opinião pública para uma boa solução para Cabo Verde na perspectiva futura do desenvolvimento do país".

Com Inforpress

Comentários  

0 # Daniel Carvalho 18-08-2017 10:31
O PAICV diz que" não permitirá que empresas estratégicas para o país sejam colocados ao desbarato no mercado". Mais adiante diz que o PAICV não é contra as privatizações. Afinal, em que ficamos? Ou o PAICV acha-se no direito de escolher as empresas que devem ser privatizadas?
Assim não, paicv, que empresa é que já foi colocado ao desbarato no mercado? Informe-nos que este facto não é do conhecimento público.
É preciso calma, para se poder fazer uma boa oposição, com discursos credíveis.Acompanhem atentamente o processo e critiquem com argumentos em momentos certos, para poder ter o impacto desejado. Vir tentar posicionar-se contra as privatizações porque nos anos 90 algum processo não teria sido conduzido da melhor forma é uma falácia. Então, as pessoas não aprender, quer seja com os próprios erros, quer seja com o erro dos outros? Tenham calma porque o MPD não foi eleito para dar continuidade à vossa politica,e muito menos para seguir a vossa visão. Os senhores só podem fazer uma boa e desejada oposição com discursos muito bem proferidos, produzidos por pessoas com credibilidade e não por qualquer um. Vejam que, por exemplo para contrariar a credibilidade do discurso do Olavo não pode ser uns palavreados de uns certos dirigentes que nunca fizeram nada na vida além do benefício dos privilégios que durante os quinze anos de governação, as circunstâncias os favoreceram.
O PAICV tem que ser mais inteligente para abrir o partido à participação dos seus bons quadros que estão fora das estruturas ou órgão de direcção, mas pessoas que podem fazer análises com maior credibilidade.
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0 # Elisio semedo 22-08-2017 11:07
O único grande erro: tomada
de decisões apenas de cunho político partidário. Esse é o nosso grande mal. Outra coisa: nunca se pode privatizar tudo. Interressa saber pelo sim e pelo não. That is the question.
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