Pub

DNRE

Não são apenas os empresários é que estão a fugir aos impostos. A directora Nacional de Receitas do Estado também não paga impostos. E com Liza Helena Vaz, estão todos os funcionários da Direcção Geral das Alfândegas, com direitos a receber custas e multas, como suplemento salarial.

É assim. Os funcionários da Direcção Nacional de Receitas do Estado (DNRE) recebem mensalmente remunerações acessórias, denominadas multas e custas. A DNRE é composta pela Direcção Geral de Contribuições e Impostos (DGCI) e a Direcção Geral das Algândegas (DGA), e os funcionários de ambas as estruturas recebem mensalmente estas remunerações acessórias.

As custas, no caso das Alfândegas, tomam a designação de ajudas de custo, e não são tributadas. Segundo os cálculos de um funcionário do Ministério das Finanças, que aceitou falar com Santiago Magazine sob anonimato, em média, as custas pagas aos trabalhadores da DGA atingem os 100 mil escudos mensais, para aquele trabalhador com o salário mais baixo. Porque, para os com salários mais elevados, as custas, ou ajudas de custo, ultrapassam os 150 mil escudos mensais.

Neste contexto, perto de duas centenas de trabalhadores que compõem o pessoal da DGA não pagam impostos, sobre uma parcela substancial dos seus rendimentos. E são milhares de contos anuais que deviam entrar no tesouro público e não entram.

A directora Nacional de Receitas do Estado, Liza Helena Vaz, faz parte deste grupo. Segundo consta, esta entidade máxima da administração fiscal em Cabo Verde, logo após o ministro das Finanças, recebe mensalmente duas multas e duas custas como remunerações acessórias - uma referente à Direcção Geral de Contribuições e Impostos e outra referente à Direcção Geral das Alfândegas. Normalmente a parcela referente à DGA, que não é tributada, é sempre maior do que a referente à DGCI, que é tributada.

Esta informação chegou à redacção de Santiago Magazine quando a directora Nacional de Receitas do Estado convocou a imprensa para ameaçar as empresas com dívidas ao fisco, de que teriam apenas duas semanas para as liquidar, sob pena de verem as suas contas bancárias penhoradas. Logo após esta tirada da Liza Vaz, que apelidam de “show”, alguns funcionários da DNRE procuraram o jornal para manifestarem a sua indignação perante um acto que consideram “desnecessário”, sobretudo protagonizado por quem não vem pagando os impostos.

Por outro, argumentam que “cobrar impostos, notificar eventuais devedores, levantar autos e penhorar contas são actividades normais da DNRE, pelo que não faz sentido chamar a imprensa para ameaçar empresários, estes que são seguramente o maior parceiro do desenvolvimento de qualquer país”.

As nossas tentativas para falar com Liza Helena Vaz, foram infelizmente infrutíferas. Há uma grande barreira no seio das instituições públicas no que se refere à imprensa.

Comentários  

+2 # Fogo 07-06-2018 12:19
Deixem o jornal cumprir o seu dever de informar. Cabo o ministério público investigar a veracidade das notícias e caso a fonte revelar problemas, mande fechar o jornal. Mas o povo quer essas coisas porque através dos impressa estatal está tudo manipulado as informações, isto é, só sai aquilo que os diretores queiser.
Responder
-9 # PEDRO NASCIMENTO 06-06-2018 15:59
ESTE É UM JORNAL DE [censurado]! ME BLOQUIARAM NO FACEBOOK, PORQUÊ? VCS DO PAICV TEM QUE COMPREENDER DE QUE A DITADURA FOI ABOLIDA A 13 DE JANEIRO DE 1991.
VAMOS AO QUE INTERESSA, NINGUÉM ALGUEM LUCIDO DE QUE É POSSÍVEL TRABALHAR NA FUNÇÃO PÚBLICA E FUGIR AO FISCO. ISSO É I M P O S S Í V E L.
Responder
+4 # John Imbembi 06-06-2018 15:24
Como é possível enquadrar gratificações certas e permanentes na rubrica deslocações? No meu tempo de funcionário público não era assim. Agora com esta democracia de treta e de bagunça tudo é possível. O Estado tem direito a tributar tudo que a pessoa recebe com carácter permanente. Qualquer outro entendimento é simplesmente louco.
Responder
+9 # Cuco 06-06-2018 15:14
Esta senhora desde que assumiu anda sempre a aprontar kkk
Responder
-10 # José Carlos Drummond 06-06-2018 13:07
Incrível como pessoas são facilmente manipuláveis por falsos moralistas. A mulher não cometeu crime algum se a lei não a obriga a declarar uma parte variável dos seus proventos. O anterior Director também gozava de mesmos privilégio e ninguém diz nada.
Responder
-10 # nhonhopatrick 06-06-2018 10:26
Bem recebedo é pa ca paga propi. Povo maluco ta sta cu odju so na De[censurado]dos.
Responder
+9 # Samira 05-06-2018 22:06
Processar a participação nos emolumentos na rubrica de ajudas de custo è muito estranho, no processamento das ajudas de custo è obrigatório apresentação do bilhete de passagem, local de estada e motivo de deslocação e o tempo de estada, como è possível processar uma despesa sem ter em conta estes dados?
Responder
+16 # Felindra 05-06-2018 17:55
Oh #Mariano Silva, pela posição de responsabilidade da Diretora ou qualquer outro cargo de Responsabilidade pùblica, é fundamental que a democracia funcione. De que outra maneira acha então o comentarista que essa delinquência fiscal da senhora Diretora chegaria aos contribuintes ?

O caro comentarista até parece o advogado do diabo ...

Excelente trabalho e votos de continuação ao Santiago Magazine.
Responder
-14 # Mariano Silva 05-06-2018 16:54
A ponto a que chegamos. Claro que qualquer cidadão tem a obrigação de recolher (e não pagar, como erradamente escreve o SM) seus impostos. A Lei é clara e o não pagamento é crime em Cabo Verde e em qualquer outro país civilizado. Agora é crime igualmente grave, a divulgação da situação fiscal de qualquer cidadão, independentemente do cargo que ocupa. Não se pode achar que vale tudo em nome de uma suposta ética ou moralidade falsa. Quem deve impostos tem um problema com a justiça fiscal. Quem divulga a situação fiscal de outrem, tem um problema com a justiça. Está mal a Sra. DNRE, está pior o Santiago Magazine.
Responder
+15 # De DNRE 05-06-2018 15:12
E agora, mulher??
Achas que ainda tens condiçoes morais para continuares a frente da DNRE? Além de muito incopetente é também corrupta.
Responder
+11 # Bruno Almeida 05-06-2018 14:58
Nisto é que dá colocar pessoas altamente inexperientes e ineficientes nestes cargos de responsabilidade: como não sabem fazer nada, arranjam sempre alguma coisa para fazer ... e sempre da pior forma! É como deixar um diabinho à solta no paraíso kkk

A Srª Diretora que deve ter um déficit enorme de informação o que é ser empresário em CV, deveria tentar conhecer todas as injúrias passadas por esta classe nos 15 anos de ditadura comercial do PAICV, ou será que a Srª Diretora tem alguma relação ainda com esse socialistas ???
Responder
+15 # Este é o SM! 05-06-2018 14:45
SantiagoMagazine, após algum tempo de "bariga baxo", já acordou em força. Isto é que é jornalismo! Matérias que provocam o sistema e coloca quem de direito encostado à parece, obrigando-o a tomar medidas. Nada de palmadinhas nas costas. OS MEUS PARABÉNS E QUE CONTINUEM NO MESMO CAMINHO.
Responder
+10 # António Martins 06-06-2018 09:45
Concordo! É apenas de lamentar o facto do SM ter claras ligações ao maior partido da oposição. Todos nós sabemos o que aconteceu ao longo da era "Ali baba e os 40 ladrões", ou seja, entre 2001 e 2016, e nunca se viu uma única peça jornalística do SM que abordasse casos, tais como, IFH e Casa p/ Todos, Fundo do Ambiente, Barragens, Erupção do Fogo...Enfim, queremos sim um jornalismo de investigação, mas isento de amarras políticas!
Responder
-1 # Lela Panante 06-06-2018 18:18
CARAMBA! Que eu saiba, o "Santiago Magazine" veio a público em Junho de 2017. Como era possível escrever sobre factos de 2001 a 2016? Tem gente que gosta de falar por falar e escrever por escrever. PACIÊNCIA!
Responder
0 # António Martins 07-06-2018 08:55
Pessoas como tu realmente encaixam-se bem naquilo que escreveste: "falam por falar e escrevem por escrever". Haja paciência!
Responder
-1 # Lela Panante 08-06-2018 15:44
A carapuça acertou na MOSCA.
Responder
+12 # Imposto 05-06-2018 13:49
Se esta noticia for verdade, ela tem "POCA VERGONHA", porque há dias que ela saiu na comunicação social a correr atrás de todos os contribuintes com intimidações sobre o pagamento dos impostos. É muita lata senhora. "Sima krioula ta fla MACACO KA TA DJOPI SI RABU, E TA FICA TA DJOBI SO DI ALGUÉM".
Primeiro nha limpa orela de casa de nha antes k nha sta flam ma di meu sta sujo
Mamadores do povo.
Responder
-8 # Manuel Rodrigues 05-06-2018 16:47
É legal e instituido.
A lei prevê cobrança de ajudas de custas e emolumentos.
Esta noticia é desinformadora, goza com a vossa pouca inteligencia.
Sejam mais esclarecidos.
Responder